Seija Musou | The Great Cleric Vol 03
– Arco 4.5: Histórias Paralelas –
Capítulo 07 [A Linhagem do Lobo Branco]



A Linhagem do Lobo Branco tinha acabado de voltar para Merratoni depois de acompanhar Luciel até a Cidade Santa. Brod cumprimentou os três membros na porta assim que chegaram à Guilda dos Aventureiros.

— De volta em segurança. Luciel chegou bem?

O grupo sorriu, achando engraçado que Brod se preocupasse mais com seu aprendiz do que com a missão em si.

— Ele se saiu bem. Curou todo mundo em cada vila onde paramos, sem reclamar — relatou Bazan. — Parecia feliz só de ter comida e uma cama.

— Mas que tipo de tour vocês fizeram com ele? — Brod sorriu. Era exatamente o tipo de plano que ele sabia que Luciel teria bolado sozinho.

— A gente tava ajudando ele a fazer contatos. Não é, Sekiros?

— Algo assim. Mas vou te dizer, ele definitivamente não estava acostumado a andar de carruagem... a menos que ficasse segurando a bunda o tempo todo por diversão. As pausas provavelmente ajudaram.

— Droga, é exatamente por isso que eu não queria que ele fosse embora tão cedo! — Brod resmungou. — Bottaculli, aquele desgraçado.

Um Brod irritado era um Brod perigoso. Quanto mais frustrado ele ficava, maior a chance de arrastar alguém para o campo de treinamento para “descontar a raiva”, e Bazan sabia disso.

— Vamos lá, não precisa se estressar. Acho que o mestre da guilda de lá já tem uma boa ideia de quem ele é, depois que pediu a Substância X.

— Claro, as coisas não saíram como planejado, mas pelo menos ele está em boas mãos — acrescentou Sekiros.

— A capital continua tão racista e horrível para os pobres como sempre — anunciou Basura. — Mas duvido que Luciel vá sair da sede, então não tem com o que se preocupar.

— É? Talvez você tenha razão. Ele disse alguma coisa antes de vocês saírem?

A famosa sinergia da Linhagem os salvou. Dessa vez.

— Só que ficaria solitário sem todo mundo. Mas acho que ele vai se virar — respondeu Sekiros.

Brod fez uma pausa sinistra.

— Será que poderíamos criar um sistema de intercâmbio entre as guildas?

O ar na guilda imediatamente ficou pesado.

— Epa, epa, sem pressa! — Bazan entrou em pânico. — O povo fera aqui precisa de você!

A Guilda dos Aventureiros de Merratoni era única, pois cerca de metade de sua equipe era composta por não-humanos.

— Ele tá certo — Sekiros concordou. — Você se tornou um mestre da guilda para treinar a próxima geração de aventureiros. Não pode priorizar um aprendiz em detrimento dos outros.

Esse era o peso de ser um mestre da guilda.

— Sim, ele é seu aprendiz e tudo mais, mas precisamos estar preparados para qualquer tempestade que esse garoto acabar causando — disse Basura.

Era verdade. Luciel não era normal. Era altamente improvável que ele voltasse para casa sem causar algum tipo de confusão.

Brod pensou por um momento.

— Vocês têm razão. Está fora do meu controle.

— Você quase me deu um maldito ataque cardíaco.

— Sério. Isso teria pegado muito mal pra gente.

— Porra, essa foi por pouco.

Os aventureiros ao redor soltaram um suspiro coletivo de alívio, mas não durou muito. Porque Brod então gritou:

— Muito bem, próxima geração! Todo mundo que não estiver em missão de resgate, desce agora! Novatos, comida e alojamento são de graça se conseguirem aguentar o tranco!

E, num piscar de olhos, o desespero reinou novamente no salão.

— Ah, e vocês três, não pensem que não ouvi vocês me chamarem de ‘mestre da guilda’. Quero ver as bundas de vocês lá embaixo também.

Após o tempo com Luciel, essas sessões de treinamento obrigatórias se tornaram um evento frequente. Tudo pelo bem da nova geração.

Um ano se passou e a Linhagem do Lobo Branco se tornou o grupo mais forte de Merratoni, tanto oficialmente quanto no boca a boca. Mas havia um homem que nem mesmo eles podiam tocar, e esse era Brod. Por mais que tivessem sinergia, o grupo de rank A nunca havia chegado perto de derrotar seu mestre da guilda.

Não era por falta de esforço. Longe disso. Eles enfrentavam monstros temíveis, subiam de nível, aprimoravam suas habilidades constantemente e pensavam em nada além do dia em que finalmente saboreariam a doce vitória. Mas não era o suficiente. Então Bazan, como líder, começou a se perguntar se sair de Merratoni para algum lugar novo, mais desafiador, era o que precisavam para sair desse platô.

— O que acham de irmos para Grandol? Ficar um pouco mais fortes? — perguntou aos outros dois.

Sekiros pareceu confuso.

— Tem algum motivo pra não ficarmos em Merratoni?

Basura compartilhou da mesma apreensão.

— Sinceramente, eu prefiro ficar aqui.

— O que deu em vocês?

— É que... na verdade, eu estou namorando a Melina. Da guilda — confessou Sekiros.

— Eu estou com a Mernell — admitiu Basura.

— A gente queria te contar, mas... Bem, depois do que aconteceu com você...

— Foi meio difícil esconder, considerando que estamos, sabe, firmes com as recepcionistas.

Os amigos de Bazan o olharam com culpa nos olhos.

— Então, o gato saiu do saco, hein? — Um mês depois de voltarem da Cidade Santa, Bazan havia confessado seus sentimentos para Nanaella. Saíram com os amigos, se conheceram melhor, e finalmente Bazan sentiu que era hora de dar o próximo passo. Mas não foi para acontecer.

— Me desculpe, mas... tem outra pessoa — ela disse. — Não sei se é amor ou não, mas são sentimentos que não quero ignorar. Não posso.

— Ah... entendi. Bem, espero que ainda possamos trabalhar juntos. Como amigos.

— Claro.

Ele nem conseguia lembrar da expressão dela naquele momento, a pena e o constrangimento, então enterrou seus sentimentos o mais fundo que pôde.

Bazan olhou para seus amigos e se perguntou sobre o futuro da Linhagem do Lobo Branco. Quanto tempo ainda tinham? Se chegar ao topo não fosse mais o sonho deles, se os outros dois se aposentassem, isso seria o fim para eles?

— Então, vocês dois terminaram com a vida de aventureiros? Ou só querem manter as coisas como estão?

— De jeito nenhum. Ainda temos um longo caminho pela frente — disse Sekiros.

— Com certeza! Somos a Linhagem! Nossos laços são mais fortes que o sangue!

— Pff, de onde veio essa energia, Basura?

Bazan sentiu um sorriso surgir.

— Ei, o momento pedia. Escuta, vou conversar com a Mernell, beleza?

— Boa ideia. Vou ver o que a Melina pensa.

— Vocês...

Bazan ficou radiante.

— Vocês são os melhores.

Pouco tempo depois, Sekiros e Basura se casaram com suas respectivas parceiras. Melina e Mernell deixaram seus empregos na guilda e se juntaram à Linhagem do Lobo Branco em sua jornada de guerreiros rumo a Grandol, a Terra dos Labirintos.


Tradução: Carpeado
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