Seija Musou | The Great Cleric Vol 03
– Arco 4.5: Histórias Paralelas –
Capítulo 05 [As Valquírias]
Entre os Cavaleiros de Shurule, havia um regimento de paladinas composto inteiramente por mulheres. Fortes, orgulhosas e belas, esse grupo era conhecido como as Valquírias, e sua líder, Lumina, era a mais forte e orgulhosa de todas. No entanto, sendo a mais jovem a receber a honra de se tornar capitã, ela não estava livre de preocupações.
— Fomos destacadas de novo, e só nós — murmurou para si mesma. — Talvez tenhamos exagerado um pouco durante o treinamento conjunto.
Os Cavaleiros de Shurule eram compostos por templários e paladinos, cada um dividido em quatro regimentos. Os templários eram pessoas de diversas profissões e classes que juraram lealdade à Igreja, totalizando cerca de duzentos indivíduos. Em comparação, havia apenas uns cinquenta paladinos, pois apenas aqueles que possuíam a classe de paladino ou tinham esperança de se tornar um podiam entrar para suas fileiras. No fundo da hierarquia, as Valquírias eram o menor regimento de paladinos, composto por onze mulheres, incluindo Lumina.
Todos os regimentos de cada divisão de cavaleiros participavam juntos de exercícios conjuntos, um dos quais estava atualmente ocupando a mente de Lumina. A natureza desses exercícios nunca era a mesma duas vezes seguidas e, dessa vez, havia sido um battle royale. Naturalmente, toda a atenção estava voltada para eliminar primeiro o menor regimento — as Valquírias — esperando pouca resistência.
Pelo contrário, as mulheres varreram o campo de batalha e demoliram a competição. Venceram sem uma única baixa, ferindo o orgulho dos cavaleiros, e agora as missões e deveres de expedição estavam sendo despejados nelas sem parar.
— Que mesquinhez. Se ao menos eles fossem tão humildes quanto o Luciel...
— Isso já é pedir demais — Lucy comentou ao ouvir a observação.
— De fato. O garoto aguenta nossas surras, mas de alguma forma ainda nos trata como mulheres — Elizabeth acrescentou.
— Não percebi que estavam ouvindo.
— É meio difícil não ouvir quando estamos todas comendo na mesma mesa — Marluka disse. — Mas você parece cansada. Não se esqueça de cuidar de si mesma, ok?
— Se precisa de um pouco do tempero do Luciel na sua vida, quer que eu vá buscá-lo pra você? — Gannet sugeriu com um sorriso malicioso.
Lumina inclinou a cabeça.
— Luciel? Por quê? Ele está no labirinto agora, então duvido que o encontre.
— Er... esquece. — Gannet prestou silenciosamente seus respeitos a ele.
— Ela está sendo lerda, né? — Queena cochichou para Myla. — Acho que ela nem percebe, mas está precisando de um pouco de Luciel.
— Sim — a outra respondeu. — Lady Lumina tende a não notar seus próprios sentimentos.
— Eu cuido disso.
— Pela Lady Lumina.
— E se armássemos um encontro? Isso pode ser divertido — Kathy entrou na conversa.
— Não sei se gosto de empurrá-la para um cara como ele, mas se for ajudar...— Ripnear disse.
— Ela está precisando disso agora.
— Bem, não posso negar.
Saran interrompeu de repente e soltou:
— Hã? Você não tem olhos pra ele, Lady Lumina? Bem que me enganou com o tanto que vocês se olham.
— Ah, eu sei, né? Acho que estão assim desde que começaram a chamar ele de ‘Santo Esquisitão’ ou algo assim — Beatrice acrescentou sem um pingo de vergonha. — Vai comer isso, Saran? Me dá.
— Tudo seu.
A conversa secreta das garotas se desfez no ar. Todos os olhos se voltaram para Lumina, com expressões vazias e expectantes. Ela ficou perplexa por um momento, mas logo um leve sorriso se espalhou pelo seu rosto.
— É assim que parecemos? Entendo. Sim, é verdade que ver o crescimento de Luciel me deixa feliz, mas sinto o mesmo por todas vocês. Ah, agora me lembrei do treinamento inacabado dele. Se ao menos houvesse tempo para que eu o instruísse antes da nossa missão.
Ela suspirou. Embora as outras achassem que provavelmente havia uma diferença entre os sentimentos dela por elas e por um homem, nunca tinham experimentado o amor, então não podiam dizer nada.
Sentindo que o ânimo de Lumina estava caindo, Elizabeth se esforçou e teve uma ideia.
— Por que não escreve uma carta para ele?
— Uma carta?
— Sim, assim você pode dizer o que precisa e ensiná-lo do jeito que quiser. Imagino que ele também responderia.
— É uma boa ideia, mas como eu a entregaria para ele?
— Pode ser interceptada se não tomar cuidado — Saran disse.
— Verdade. — Elizabeth pausou por um momento. — Vocês têm algum conhecido em comum em quem possam confiar para entregar?
— Acho que conheço alguém. Obrigada, Elizabeth.
— É um prazer.
— Agora, o que escrever?
Enquanto Lumina refletia, seu sorriso radiante se espalhou entre as Valquírias, até que todas compartilhavam da mesma expressão.
Tradução: Carpeado
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