Seija Musou | The Great Cleric Vol 02
– Arco 3: Uma Pedra Melhor Deixada Intacta –
Capítulo 11.5 [História Bônus – As Valquírias]
Entre os Cavaleiros de Shurule, havia um regimento de paladinas composto inteiramente por mulheres. Fortes, orgulhosas e belas, esse grupo era conhecido como as Valquírias, e sua líder, Lumina, era a mais forte e a mais orgulhosa entre todas. No entanto, sendo a mais jovem a receber a honra de se tornar capitã, ela não estava livre de preocupações.
— Fomos enviadas em missão de novo... só nós — murmurou para si mesma. — Talvez tenhamos pegado um pouco pesado no treinamento conjunto.
Os Cavaleiros de Shurule eram compostos por paladinos e templários, divididos em quatro regimentos cada. Os templários eram pessoas de diversas profissões e classes que haviam jurado lealdade à Igreja, somando cerca de duzentos indivíduos. Em comparação, havia apenas cerca de cinquenta paladinos, pois somente aqueles que possuíam a classe de paladino ou almejavam se tornar um poderiam integrar suas fileiras. No final da hierarquia, as Valquírias eram o menor regimento de paladinos, formado por apenas onze mulheres, incluindo Lumina.
Todos os regimentos das divisões de cavaleiros participavam juntos dos exercícios conjuntos, e um desses exercícios era o que ocupava a mente de Lumina. A natureza dessas atividades nunca se repetia, e a última havia sido um battle royale. Naturalmente, todos os outros regimentos focaram em eliminar o menor grupo primeiro— as Valquírias—esperando pouca resistência.
O que aconteceu, no entanto, foi o contrário. As mulheres varreram o campo de batalha e demoliram a concorrência. Elas venceram sem sofrer uma única baixa, ferindo o orgulho dos cavaleiros, e, como resultado, estavam sendo sobrecarregadas com missões e expedições sem parar.
— Que mesquinhez. Se ao menos fossem tão humildes quanto o Luciel...
— Isso já é pedir um pouco demais — Lucy interrompeu ao ouvir o comentário.
— De fato. O garoto aguenta nossas surras e, ainda assim, nos trata como damas — acrescentou Elizabeth.
— Eu não percebi que vocês estavam ouvindo.
— É meio difícil não ouvir quando estamos todas na mesma mesa — disse Marluka. — Mas você parece cansada. Não se esqueça de cuidar de si mesma, ok?
— Se precisa de um pouco de tempero Luciel na sua vida, quer que eu vá buscar ele pra você? — Gannet sugeriu com um sorriso malicioso.
Lumina inclinou a cabeça. — Luciel? Por quê? Ele está no labirinto agora, então duvido que você o encontre.
— Er, deixa pra lá. — Gannet silenciosamente prestou seus respeitos a ele.
— Ela tá sendo lenta, né? — Queena sussurrou para Myla. — Acho que ela nem percebe, mas tá na cara que precisa do Luciel.
— Sim — a outra respondeu. — Lady Lumina tende a não perceber os próprios sentimentos.
— Eu vou dar um jeito nisso.
— Pelo bem da Lady Lumina.
— E se armarmos alguma coisa? Isso pode ser divertido — Kathy entrou na conversa.
— Não sei se gosto da ideia de empurrar ela pra um cara desses, mas se for ajudar... — Ripnear ponderou.
— Ela tá precisando disso agora.
— Bom, não posso negar.
De repente, Saran interrompeu e soltou: — Hã? Você não tem um olho nele, Lady Lumina? Poderia ter me enganado, do jeito que vocês dois se olham.
— Ah, eu sei, né? Acho que eles são assim desde que começaram a chamar ele de “Santo Esquisitão” ou algo assim — Beatrice acrescentou sem o menor constrangimento. — Você vai comer isso, Saran? Me dá.
— É todo seu.
A conversa secreta das garotas foi pelos ares. Todos os olhares se voltaram para Lumina, expressões neutras, mas cheias de expectativa. Ela ficou perplexa por um momento, mas logo um leve sorriso se espalhou pelo seu rosto.
— Era assim que parecíamos? Entendo. Sim, é verdade que ver o crescimento do Luciel me deixa feliz, mas sinto o mesmo por todas vocês. Ah, agora estou me lembrando do treinamento inacabado dele. Se ao menos houvesse tempo para instruí-lo antes da nossa missão...
Ela suspirou. Embora as outras achassem que provavelmente havia uma diferença entre os sentimentos de Lumina por elas e seus sentimentos por um homem, nenhuma delas tinha experiência com romance, então não puderam argumentar.
Percebendo a leve queda no ânimo de Lumina, Elizabeth refletiu um pouco e teve uma ideia.
— Por que não escreve uma carta para ele?
— Uma carta?
— Sim, assim você pode dizer tudo o que precisa e ensinar o que ele precisa saber. Imagino que ele também responderia.
— Uma boa ideia, mas como eu entregaria para ele?
— Se não tomar cuidado, pode acabar caindo nas mãos erradas — Saran alertou.
— Verdade. — Elizabeth parou para pensar. — Vocês dois têm algum conhecido em comum que possa entregar?
— Acho que conheço alguém. Obrigada, Elizabeth.
— O prazer é meu.
— Agora, o que escrever...?
Enquanto os pensamentos de Lumina se voltavam para a carta, seu sorriso radiante se espalhou entre as Valquírias, até que todas compartilhavam da mesma expressão.
Tradução: Carpeado
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