Seija Musou | The Great Cleric Vol 02
– Arco 3: Uma Pedra Melhor Deixada Intacta –
Capítulo 10 [A Verdade é Mais Estranha Que a Ficção]



As festividades continuaram noite adentro, e agora os aventureiros estavam se preparando para partir para Merratoni com uma disciplina quase militar. Eles me ofereceram palavras gentis enquanto eu oscilava entre gratidão e culpa.

— Se acontecer qualquer coisa, a gente volta correndo!

— Estamos felizes que você ainda tá de pé.

— Nós masoquistas vamos fazer um encontro em breve. Você devia ir.

— Você é o único jeito do Brod aliviar o estresse, sabia?

— Você me inspirou a nunca desistir. Vou continuar pedindo desculpas pra minha esposa por ter traído ela até que me aceite de volta!

— Aventureiros de verdade pagam suas dívidas.

— Te vejo na próxima vez que precisar de uma cura!

— Você não é o único que vai ficar mais forte. Da próxima vez que vier a Merratoni, temos que lutar!

Espera aí, alguns desses comentários foram... Melhor deixar pra lá.

Eu queria conversar com todos, mas havia gente demais ali, e eles me disseram para não me preocupar com isso. Logo, todos partiram para Merratoni, deixando apenas eu, Brod, Gulgar e Galba para uma despedida mais privada.

— Viu toda essa gente que você preocupou, seu idiota? Você é fraco, e é bom não esquecer disso depois da surra que te dei ontem. E nada de relaxar, entendeu?

— Mensagem recebida.

— Ah, dá um tempo, Brod — disse Gulgar. — Ainda queremos que ele volte, não queremos?

Brod resmungou e me lançou um olhar severo.

— Eu vou voltar, tá bom? Eu prometo. Agora para de me olhar assim.

— Que tal treinar comigo na próxima vez que vier? Acho que meu estilo de luta combina mais com gente ‘modesta’ como você.

— Tira as mãos do meu aprendiz, Galba.

— Por que não deixamos o Luciel decidir? — ele riu. Eu me sentia realmente abençoado por conhecer pessoas tão boas.

— De qualquer forma, certifique-se de trazer uma garota com você quando voltar — disse Brod.

— Uma garota? Ah, isso me lembrou, pode entregar essas cartas para a Nanaella e a Monica?

— O que eu sou, um carteiro? Hm, claro que eram essas duas. Estavam prestes a largar tudo e vir correndo pra cá até convencermos que não seriam úteis numa luta.

O sorriso sugestivo do mestre da guilda me lembrou que eu provavelmente as assustei bastante. Na próxima pausa que eu tivesse, precisaria ir me desculpar pessoalmente.

— Acho que você quis dizer até eu convencer elas — apontou Galba. — E me diz, quem foi que largou suas obrigações de mestre da guilda pra ‘sair correndo’ mesmo?

— Me dá um desconto, eu vou trabalhar quando voltarmos. Mas deixando isso de lado... Quem é a sua preferida, Luciel? Isso não faz diferença pra mim. Eu vou treinar seus filhos direitinho, só espera pra ver.

Por mais ocupado que eu estivesse, os efeitos do Substance X não me deixavam muito espaço para pensar em família. Será que pedir uma vida tranquila era demais?

— Você tá se adiantando demais — eu disse. — Claro, devo muito a elas por onde cheguei até agora, mas ainda tenho muito trabalho a fazer.

— Cara, você não tem tato nenhum. Luciel e aquelas garotas estão numa relação bem delicada, e se você mexer nos sentimentos delas, pode estragar tudo. Honestamente, eles são só crianças. Tome mais cuidado — Galba repreendeu o mestre da guilda.

— Ah... Foi mal.

O clima ficou estranho por um momento.

— Não, tá tudo bem.

— Se você tiver uma filha, eu ensino ela a cozinhar! — Gulgar cortou, quebrando a tensão de novo.

— Não encoraja ele. De qualquer forma, se a Igreja for demais pra você, volte pra Merratoni. Sempre terá um lugar seguro lá.

— Obrigado. Assim que puder viajar mais, prometo que passo por lá. E tem mais uma coisa...

Provavelmente era seguro contar a eles.

— Que enrolação é essa? — perguntou Gulgar. — Desde quando você trava assim?

Ele tinha razão. Um "cara como eu" não era tão complicado. Eu estudei um pouco, mas minha experiência nesse mundo se resumia a treinamento de magia e combate.

— O que foi, Luciel?

— Tem algo na sua cabeça?

Eu confiava neles, e eles confiavam em mim. Eles mereciam saber do aviso que o Dragão Sagrado me deu.

— Os demônios estão se movendo. O deus deles vai torná-los mais fortes, e um herói só vai nascer daqui a algumas décadas. Só quero que vocês tenham cuidado.

— Ah é? A Igreja tá ligeira — comentou Brod.

— Deixa pra eles descobrirem o que eu já investiguei — acrescentou Galba.

— Você não tem tempo pra se preocupar com a gente. Cuida de você e nos avise se algo acontecer. Não faz a gente cruzar o país pra descobrir.

— Certo, obrigado.

Eu já sabia que esses três não eram normais, mas eles ultrapassavam qualquer limite físico. Meu caminho até um dia rivalizar com eles ainda era longo.

— Não tem com o que se preocupar. Vamos fazer a Igreja te liberar se precisarmos da sua ajuda.

— Isso soa como algo com que eu deveria me preocupar.

Eles acreditaram em mim sem questionar, e ainda assim minha segurança era a maior preocupação deles. Eu estava em outro nível, e não era qualquer treino que mudaria isso.

Depois da despedida, voltei para a Sede.

Estava indo para o elevador quando uma recepcionista me chamou.

— Senhor Luciel, um momento, por favor.

— O que foi?

Não era comum que as recepcionistas chamassem alguém ativamente.

— A senhorita Cattleya pediu para avisá-lo que gostaria de vê-lo quando retornasse.

E como eu deveria saber onde ela estava naquele exato momento?

— Onde ela quer me encontrar? Foi só isso que ela disse?

— Um momento, vou contatá-la.

A recepcionista pegou a bola de cristal que eu tinha visto no dia em que cheguei e fechou os olhos.

Eu estava praticamente morto de cansaço. Uma noite inteira acordado, depois de um encontro mentalmente exaustivo com um dragão e uma luta contra o Brod... Isso chegava perto do limite do que um ser humano podia aguentar. Eu podia ser mais jovem do que quando morri, mas até os jovens precisam dormir.

Enquanto soltava um bocejo, um certo rosto familiar chamou minha atenção.

— Luciel! Você está vivo.

A aparição repentina de Lumina dissipou instantaneamente minha sonolência. Por que ela sempre me pegava no meio de alguma idiotice?

— Gostaria que houvesse tempo para conversar — ela continuou —, mas Sua Santidade está esperando.

— Certo.

Entramos juntos no elevador e seguimos direto para os aposentos do papa.

— Obrigado pela sua carta — comentei enquanto o elevador subia. — Eu não teria saído vivo sem aquilo para me manter firme. De verdade, obrigado.

— Fico grata por vê-lo são e salvo, Luciel.

Parecia que fazia eras desde a última vez que nos encontramos. Meses atrás, antes de eu ficar preso no labirinto, Lumina havia me enviado uma carta. No início, meu instinto dizia que era uma carta de amor, mas minhas expectativas infundadas foram rapidamente frustradas. Tudo o que havia nela era uma lista de pontos a melhorar nas minhas técnicas de combate, junto com recomendações genéricas para me ajudar com minha “ignorância” crônica.

As cartas de Nanaella e Monica eram muito mais calorosas em comparação, repletas de palavras de incentivo e declarações sobre seus novos objetivos. Foi graças a essas três cartas que consegui me afastar tantas vezes da beira da morte enquanto enfrentava o cavaleiro lich.

Lumina e eu trocamos algumas palavras sem importância até finalmente chegarmos ao nosso destino. Ela bateu na porta.

— Lumina, capitã das Valquírias, trouxe consigo Luciel, o exorcista, Vossa Santidade.

— Podem entrar — respondeu uma voz. Era Cattleya.

A porta se abriu, e avançamos até o centro da sala, onde nos ajoelhamos (um ritual ao qual eu já estava bem acostumado).

— Exorcista Luciel. Vejo que retornou para nós vivo e bem — comentou o papa.

— Peço desculpas por preocupar a todos.

— Não o culpo. Teríamos montado uma operação de resgate em grande escala, se não fosse pelos opositores que nos superavam em número. As tentativas das Valquírias, como deve saber, foram interrompidas no trigésimo primeiro andar, nas mãos dos espectros.

Nem mesmo as Valquírias tiveram chance lá embaixo?

Percebi que havia mais pessoas do que o normal na sala; rostos que eu não reconhecia. Será que isso tinha a ver com os aventureiros que quase invadiram o castelo?

— Sei que fizeram tudo que podiam.

— Suas palavras me confortam. Mas devo perguntar, o que o impediu de retornar por tantos meses?

— Havia um monstro na câmara principal do quadragésimo andar. Era gigantesco, muito maior que um cavaleiro da morte comum, e nem a magia de purificação nem a de cura funcionavam contra ele. Eu não sabia o que fazer.

Comecei a contar minha árdua batalha contra o cavaleiro lich. Quando terminei, me senti um pouco constrangido por ter exagerado na narração. Esqueci que todas aquelas pessoas estavam ali apenas para me ouvir.

— Que provação terrível você enfrentou. E foi isso que o manteve preso no labirinto por tanto tempo?

— Sim. Depois que derrotei o cavaleiro lich, tentei sair, mas a porta não se mexia. Tudo o que pude fazer foi seguir em frente.

— No fim, ela se abriu, imagino, já que está aqui diante de nós?

— Não, não se abriu. Continuei descendo até o quinquagésimo andar e conquistei a câmara final. Só então finalmente encontrei uma saída. Prefiro relatar os detalhes apenas para Lady Cattleya, Lady Lumina e Vossa Santidade.

— Estou impressionada com seu progresso, Luciel. E, por isso, respeito seu pedido. Todos, exceto os mencionados por ele, devem sair imediatamente.

Eu não esperava que ela cedesse tão facilmente. Suas servas deixaram o recinto em silêncio, junto com os arcebispos. Ou seriam apenas bispos? Quem quer que fossem, em instantes restávamos apenas nós quatro.

— Imagino que tenha um motivo para me pedir que os afastasse — disse o papa. Seu rosto estava oculto como sempre, mas sua voz transparecia cautela.

— Vou começar com o que havia na câmara principal do quinquagésimo andar. Antes de tudo, era um wight. E um enorme. Parecia quase um orc. Além disso, parecia gerar monstros a partir do próprio corpo.

— Certamente não gerava liches e coisas do tipo.

— Não, apenas cavaleiros da morte e espectros. Quando o derrotei com o feitiço Círculo Sagrado, vi que ele se transformou em um homem velho, um sacerdote, antes de desaparecer.

— Um homem idoso? Você tem os pertences dele?

— Sim, aqui estão. Um cajado e um grimório.

Chamei os itens da minha bolsa, e no instante em que Cattleya e Lumina os viram, seus olhos se arregalaram de choque.

— Cattleya.

— Já estou a caminho.

Entreguei os itens a ela, que os levou até Sua Santidade.

— Eu... — Sua voz saiu distante, triste. — Não tenho palavras. Aqui está você, o senhor de um labirinto.

Eles se conheciam. Ela conhecia todos eles. Eu senti um aperto no peito.

— Luciel, você está bem? — Lumina pousou uma mão nas minhas costas.

— Sim, estou. Desculpe, é só que por muito tempo achei que o labirinto fosse apenas uma ilusão.

— Os mortos-vivos que você enfrentou não eram pessoas de verdade, Luciel. Eram apenas memórias do próprio labirinto — explicou Cattleya. Provavelmente estava certa, mas a questão de quem esse homem tinha sido ainda permanecia.

— Ouvi dizer que apenas curandeiros eram enviados para lá, e que os zumbis se moviam lentamente. Achei que fosse para ajudar os novatos a se acostumarem a lutar contra monstros.

— Como pôde acreditar em algo assim? — perguntou o papa.

— Porque eu nunca subi de nível.

— Você nunca... Isso pode ser verdade, mas asseguro que o labirinto era bem real.

— Só percebi isso durante minha luta contra o cavaleiro lich.

— Nesse caso, você é realmente único. Nunca, em todos os meus anos, vi uma teimosia tão inacreditável.

O tom do papa não soava divertido, mas pelo menos eu estava finalmente livre daquele lugar horrível.

— De qualquer forma, esse é o ponto principal do que eu queria conversar com Vossa Santidade. Depois que conquistei o quinquagésimo andar, uma porta apareceu. Ela drenou minha magia e, quando se abriu, encontrei o Dragão Sagrado dentro. Corrompido e morto-vivo.

— Um dragão? Ouvi direito?

— Ele me disse que seus irmãos foram amaldiçoados pelo Maligno e selados em labirintos. E que um novo herói só surgirá daqui a uns quarenta anos.

— Cattleya, Lumina, essa informação não deve sair desta sala.

Ambas assentiram em compreensão. Essa questão sobre o herói parecia ser mais importante do que eu imaginava.

— Agora, conte-me em detalhes o que esse dragão lhe revelou.

— A menos que os Dragões Eternos aprisionados sejam libertados, a essência do mundo cairá na escuridão e os monstros se tornarão mais fortes. Dizem que, se isso acontecer, o herói pode perder para o Lorde Demônio.

— Pelos céus, isso é uma notícia terrível. Foi só isso que ele disse? Certamente há mais.

— Ele me pediu para ajudar de qualquer maneira que eu pudesse. Mas, com certeza, eu não sou forte o suficiente para explorar labirintos, então pretendo focar em proteger o que estiver ao meu alcance.

— Com sua força crescente, acredito que esse seja um objetivo humilde.

— De jeito nenhum. Eu só tenho sorte e mal consigo sobreviver por um fio. Se eu não tivesse encontrado um grimório de Cura Extra no trigésimo nono andar, teria sido reduzido a pedaços muito antes de terminar.

Eu não gostava de colocar um número na quantidade de vezes que fui perfurado por uma lâmina, mas, se tivesse que fazer isso, provavelmente estaria na casa dos três dígitos.

— Seus membros ainda estão intactos — observou Lumina.

— Exatamente. Cura Extra pode regenerá-los.

Lumina já tinha me dito que havia quem chamasse paladinos de "monstros", mas esse novo feitiço me tornava igualmente inumano, de certa forma.

— De fato pode — concordou o papa. — No entanto, eu nunca imaginei que um grimório desses ainda existisse. A sorte sorri para você, Luciel.

Eu podia sentir um sorriso em seu tom de voz.

— E foi graças ao grimório que o senhor do quadragésimo andar deixou para trás que consegui usar o feitiço Círculo de Santuário para atravessar a câmara final e libertar o dragão.

— Essas conquistas merecem uma recompensa, mas não sei que presente seria digno de tal vitória.

Bem, essa veio do nada. Não havia nada que eu quisesse além da liberdade de sair da Sede.

— Sobre aquele grimório proibido, pretendo mantê-lo seguro dentro da minha bolsa mágica, onde nunca chegará às mãos de mais ninguém. Os riscos de usar um feitiço como Revive são grandes demais para serem oferecidos livremente.

— Devo reiterar que ninguém deve repetir essa informação a ninguém além destas paredes.

— Sim, Vossa Santidade — responderam Lumina e Cattleya.

— Luciel, apresente-me tudo o que obteve nos andares quarenta e cinquenta, incluindo o covil do dragão. Seus espólios são seus, mas precisamos inspecioná-los para verificar se há algo de importância para nossos interesses.

— Entendido.

Tirei tudo o que havia coletado durante minha longa estadia. O papa pediu para ficar com a grande espada e a lança gigantes que o cavaleiro lich deixou para trás, assim como o cajado do último wight. Todos os meus grimórios, exceto o de Revive, deveriam ser deixados com ele para cópia e reprodução. Equipamentos adicionais e itens deixados pelo dragão só poderiam ser usados por mim. Por fim, eu não tinha muito uso para bolsas mágicas extras, mas as encontradas em labirintos aparentemente valiam cerca de um platina cada. O que eu não daria por uma habilidade de avaliação...

Havia uma última coisa me incomodando.

— Vossa Santidade, por que ainda não subi de nível?

— Talvez seja útil revisar suas habilidades e atributos mais uma vez.

— Ok, vamos ver. Status, abrir.

Um holograma apareceu diante de mim.

Nome: Luciel
Classe: Curandeiro VIII — Dragão Sagrado I
Idade: 19
Nível: 1
HP: 840 — MP: 580
FOR: 152 — VIT: 163
DEX: 137 — AGI: 139
INT: 168 — MGI: 182
RMG: 174 — SP: 0
Afinidade Mágica: Sagrado

HABILIDADES

Maestria de Avaliação ISorte com Monstros IArtes Marciais VI
Manipulação Mágica IXControle Mágico IXMagia Sagrada IX
Meditação VIIFoco VIIIRecuperação de Vida VII
Recuperação Mágica VIIIRecuperação de Força VIIArremesso V
Carnificina IIDetectar Perigo VILocomoção VI
Fortalecimento Físico IVPensamento Paralelo IVConjuração Curta V
Conjuração Nula IIIConjuração Livre ICírculo de Conjuração III
Espadachim IVEscudos IIILanças IV
Arco e Flecha IPercepção VEspada e Lança III
Detecção de Armadilhas IIDesarmar Armadilhas ICartografia III
Amplificação Mágica IIIPensamento Acelerado II

TAXAS DE CRESCIMENTO

Aumento de Crescimento de HP VIIIAumento de Crescimento de MP VIII
Aumento de Crescimento de FOR VIIIAumento de Crescimento de VIT VIII
Aumento de Crescimento de DEX VIIIAumento de Crescimento de AGI VIII
Aumento de Crescimento de INT VIIIAumento de Crescimento de MGI VIII
Aumento de Crescimento de RMG VIIIAumento de Crescimento de Atributos Físicos I

RESISTÊNCIAS

Resistência a Veneno VIIIResistência a Paralisia VIIIResistência a Petrificação VIII
Resistência a Sono VIIIResistência a Encantamento VResistência a Maldição VIII
Resistência a Enfraquecimento VIIIResistência a Silêncio VIIIResistência a Doença VIII
Resistência a Choque VIResistência a Feitiçaria VIResistência Espiritual IX
Resistência a Cortes VIResistência a Perfuração VI

TÍTULOS

Moldador do Destino (todos os atributos +10)
Proteção do Deus do Destino (SP aumentado)
Bênção do Curandeiro Divino (eficácia da magia de cura sagrada +50%)
Proteção do Dragão Sagrado (confere a classe Dragão Sagrado, aumento de habilidades e atributos de combate, e a capacidade de falar com dragões)
Matador de Dragões (força e defesa aumentadas contra dragões)
Aquele que Libertou o Selo (imune à maldição do Ser Maligno e escolhido pelos poderes dos dragões selados)

Guilda dos Aventureiros — Rank E | Guilda dos Curandeiros — Rank A

— Viu? Ainda estou no nível um.

Ignorando o quão absurda minha Resistência Espiritual havia crescido em relação às outras...

— Você não percebe as adições às suas classes? Seus atributos? Essas não são as habilidades de alguém que está no nível um.

— Verdade, meu crescimento tem sido meio insano, mas isso só torna tudo ainda mais confuso. Por que ainda não subi de nível?

Meus atributos eram altos, mas Brod ainda podia me esmagar como um inseto, então não havia como eu ser tão forte assim. E agora, com essa segunda classe, eu virei subitamente multiclasse, o que significava que subir o nível da minha profissão seria um problema. O que tudo isso significava para mim?

— Cattleya, mostre a ele.

Cattleya pegou um livro envelhecido das mãos de Sua Santidade e o trouxe para mim.

— O que é isso?

— Este é o manuscrito original de O Lamento de Deus, ou melhor, do que você conhece como ‘Substância X’. Leia.

Havia ainda mais sobre essa coisa? Passei os olhos pelas anotações e teorias que exploravam diversos efeitos e potencialidades até que meus olhos pararam na descoberta mais chocante. De acordo com um estudo, subir de nível era tremendamente difícil enquanto a substância estava sendo consumida. O autor finalizava o documento com o desejo de que participantes voluntários permitissem um dia que fossem pesquisados os efeitos a longo prazo, que ainda eram um mistério.

— Uhm, uau — falei hesitante. — Estou meio sem palavras.

A verdade por trás do meu nível estagnado me perturbava muito mais do que quando percebi que o labirinto era real. Aquilo me abalou, mas eu sabia que Brod e os outros não poderiam ter conhecimento de nada disso quando me deram aquela primeira caneca. Eu não podia culpá-los. Mais importante, havia uma nova questão.

Devo continuar bebendo? Devo abrir mão de algo tão OP em nome do método tradicional de subir de nível?

— Luciel, controle-se.

— Você está vivo, Luciel. Ainda está conosco.

A preocupação de Cattleya e Lumina me trouxe de volta.

— Desculpem, eu só estava me sentindo dividido sobre focar em subir de nível ou não.

— Acho que seria sensato. Isso te tornará muito mais forte, muito mais rápido — disse Lumina.

Eu entendia o ponto dela, mas precisava perguntar a opinião do meu mestre também.

A papa voltou sua atenção para os ossos corrompidos do dragão.

— Voltando aos itens que você trouxe, posso pedir esses ossos outrora pertencentes a um morto-vivo?

— Acho que só eu posso usar os puros e sagrados, mas os outros são seus. Peço apenas que mantenha isso entre as Valquírias e você, Vossa Santidade.

— Assim o farei. Em uma semana, celebraremos a conquista do labirinto em sua honra. Espero que possa comparecer.

— Eu adoraria.

— Cattleya, Lumina, fiquem. Temos muito a discutir.

— Sim, Vossa Santidade — responderam.

— Luciel, pode descansar. Alegra-me vê-lo entre nós mais uma vez.

— Obrigado.

Com passos pesados e pernas cansadas pela privação de sono, voltei ao meu quarto, a mente em caos. Normalmente, eu estaria tão cheio de adrenalina que não conseguiria dormir, apesar do cansaço, mas meu salvador, o Travesseiro do Anjo, me carregou para um sono há muito esperado.


Tradução: Carpeado
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