I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest? I’m Not Even an Adventurer Yet!
Volume 01 — Capítulo 30
[Para a Capital Real]



Enquanto assistia à batalha impressionante entre o Instrutor Noor, Ines e Zadu — e mesmo por um tempo depois da partida de Zadu — me vi incapaz de me mover. O embate deles era de um mundo completamente diferente do que eu conhecia. Se eu tivesse me aproximado um único passo, teria sido reduzida a pedaços num piscar de olhos.

A partida de Zadu foi tão abrupta quanto sua chegada. Quando finalmente pude confirmar que não havia mais sinais de sua presença na área, me permiti um momento de alívio. Pelo visto, ele tinha vindo apenas por Rolo e, ao ser forçado a desistir, simplesmente foi embora.

Mas quando o Instrutor Noor e Ines voltaram até mim, trazendo Rolo junto, e me contaram sobre as perturbadoras palavras de despedida de Zadu, uma nova inquietação surgiu em meu peito.

— Na capital real...? — perguntei. — O que ele quis dizer com isso...?

— Não sei ao certo — respondeu Ines. Eu podia ver que ela também estava preocupada. — Mas as palavras exatas dele foram que seria “um grande espetáculo”. Uma afirmação bem sugestiva.

Enquanto eu e Ines refletíamos sobre isso, o Instrutor Noor nos chamou.

— Vocês estão interessados? — ele perguntou. — No baile, quero dizer.

— Eu estou... — respondi. — Algo vai acontecer na capital real...?

— Está mesmo? Então que tal voltarmos agora? Não fomos tão longe ainda. Lembro que Ines mencionou não poder levar Rolo para Mithra, mas na capital isso é menos problemático, certo? Voltar pode não ser uma má ideia.

Ines ficou indecisa ao ouvir a sugestão do Instrutor Noor.

— Senhor Noor, isso seria...

Mas antes que ela pudesse terminar, Rolo de repente caiu de joelhos e começou a tremer, segurando os ombros.

— O que houve, Rolo? — perguntou o Instrutor Noor. — Está com frio...? Você parece péssimo.

Rolo ignorou a pergunta, ainda tremendo.

— V-Vocês vieram... da capital real?!

— Sim, viemos. Estava pensando em te deixar lá, já que parece que não podemos te levar na nossa viagem. Você não quer ir?

— N-Não, não é isso... Vocês... Vocês não podem voltar!

— Pode explicar por quê? — perguntei.

— Eu ouvi... Ele disse que... que o maior de todos está indo para lá... Que a capital está condenada... Eu ouvi. Ele disse que vai ser um espetáculo muito maior do que o Dragão da Morte Negra jamais poderia ser!

— O que isso quer dizer? — perguntou o Instrutor Noor.

Rolo não respondeu; ele apenas continuou encolhido, tremendo no chão. O Instrutor Noor, Ines e eu trocamos olhares.

— Ines — falei —, vamos voltar. A situação parece mais grave do que eu imaginava. Instrutor, o senhor concorda?

— Claro — ele respondeu.

A resposta de Ines veio com mais hesitação.

— Por favor, minha senhora. Não posso concordar com essa decisão. Tenho ordens do Lorde Rein para...

— Basta, Ines. Eu já sei. Ele te mandou me levar para Mithra para buscar asilo caso algo acontecesse com a capital, não foi? É por isso que você se recusa a voltar.

— Minha senhora... Como...?

— Sou irmã dele; não é difícil adivinhar seus pensamentos. Imagino que ele soubesse que eu hesitaria em partir... mas, para ser honesta, gostaria que tivesse me dado uma explicação adequada. Ainda assim, meu irmão não é do tipo que dá ordens sem pensar. Foi por isso que fiquei em silêncio e obedeci — porque achei que seria o melhor. Afinal, tenho certeza de que ele tem um plano que eu não consigo compreender totalmente.

Ines fez uma pausa antes de responder.

— Nesse caso, minha senhora, devemos continuar para Mithra. Você estará mais segura lá.

— Talvez, mas... as coisas mudaram. Temos novas informações tanto de Zadu quanto de Rolo. Devemos voltar imediatamente à capital real para alertá-los sobre o perigo iminente. Além disso... que bem faria eu fugir sozinha?

— Minha senhora...

— Ambos sabemos o que aconteceu com os demônios depois que perderam seu país. Mesmo que eu escape agora, tudo o que me espera é o mesmo destino. Eu não posso fugir.

Ao ouvir minhas palavras, Ines olhou para Rolo, ainda tremendo e encolhido no chão.

— Muito bem... — disse ela. — Vamos voltar. Mas, por favor, minha senhora — não se afaste de mim.

— Obrigada, Ines.

— E você, Rolo? — perguntou o Instrutor Noor. — Se não quiser vir conosco, podemos nos despedir aqui, mas...

Embora Rolo parecesse hesitar um pouco, ele conseguiu murmurar entre os tremores.

— Eu... vou.

Sua resposta me surpreendeu, dado o que ele tinha dito antes.

— Talvez eu não consiga fazer nada... — ele continuou. — Mas meu povo estará lá, causando tudo isso, então...

— Entendi... — respondeu o Instrutor Noor. — Dea... Dem... Seu povo tem uma vida difícil, hein?

Ele não disse mais nada, ficando em silêncio como se estivesse absorto em pensamentos. Depois, virou-se para o local da batalha anterior. Olhando tristemente para os pedaços espalhados do Dragão da Morte Negra — agora cobertos por fragmentos de mitril —, ele balançou a cabeça em silêncio.

— Vamos — disse o Instrutor Noor após um breve momento. — Temos pressa, não?

— Vamos — respondi.

— Rápido, Ines. O mais rápido que puder.

— Sim, minha senhora.

E assim, desta vez com Rolo a bordo, nossa carruagem retomou o caminho de volta para a capital real.


Tradução: Carpeado 
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