I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest? I’m Not Even an
Adventurer Yet!
Volume 01 — Capítulo 27
[O Homem com Bandagens
Negras]
— Estranho... Poderia jurar que ele já estaria morto...
"Esquisito" era a única forma de descrever o homem que simplesmente surgiu do nada. Ele carregava uma enorme espada em forma de cruz nas costas, seu tronco estava nu e seu rosto estava envolto por bandagens negras. Na cintura, pendiam inúmeras facas de todos os tipos e tamanhos, tilintando a cada movimento seu.
Sim, que cara mais esquisito.
— E esses pedaços de osso e carne por toda parte... — o homem continuou. — Uoooow. Não me diga que isso é o que sobrou da "carga"? — Ele se virou para nos encarar.
Pelo que parecia, ele estava falando do sapo. O que só podia significar uma coisa.
— Você era... o cliente da entrega do Rolo? — perguntei.
— Eu, o cliente? — O homem estudou meu rosto. — Nah... só fui contratado. E você? Qual é a sua? Parece que mergulhou nessa névoa... Como ainda tá vivo? Não me diga que... você matou essa coisa?
Então ele não era o cliente, mas estava no mesmo ramo de negócios que Rolo.
— Sim, fui eu — respondi. — Eu não sabia que era uma entrega importante, então meio que fiz ele explodir... Foi mal.
— Por que... tá se desculpando comigo? — o homem perguntou.
— Você não disse que era sua carga?
— Ah. Nah, eu não tenho nada a ver com essa parte do trabalho. Não me importa nem um pouco se alguém destruiu a coisa. Meu negócio é com ele. — O homem apontou para Rolo, que estava atrás de mim.
— Com o Rolo? — perguntei.
— É. Vim aqui pra "levar ele pra casa". Pra mim, isso é o que importa.
— Então você veio buscá-lo?
— Bom... — o homem arrastou as palavras — algo assim. Disseram que pagariam bem, sabe?
— Pagar? — repeti.
Então, enquanto eu ainda tentava entender o comportamento estranho do homem, ele desapareceu de repente. Sentindo o perigo, segurei firmemente a espada em minha mão e a balancei com força, sem hesitação.
[Aparar]
Uma cascata de faíscas iluminou os arredores. O homem havia desembainhado a grande espada prateada em forma de cruz de suas costas e atacado Rolo. Eu mal consegui ver o final do movimento dele.
— O que você está fazendo? — perguntei.
— Você... gosta mesmo de se meter no caminho, hein? — o homem respondeu. — Por que não... entrega ele logo?
— Você tá falando do Rolo...?
— Não ligo pro nome dele. Mas é, o garoto atrás de você. Ele vale muito, sabia? Ou pelo menos... o cadáver dele vale.
— O cadáver? O que você quer dizer? Você não veio aqui para buscá-lo?
— Pra mim, tanto faz se ele tá vivo ou morto... mas acho que deixar ele vivo vai irritar meu cliente, sabe? Eles até poderiam matá-lo depois da entrega... mas isso daria muito trabalho. Suponho que se possa chamar de cortesia profissional.
— Eu não faço ideia do que você está falando.
— Tá tudo bem. Também não tem por que eu explicar...
Quando sua voz sumiu, o homem desapareceu da minha vista mais uma vez. Uma forte sensação de perigo tomou conta de mim, então me virei rapidamente e ergui minha lâmina.
[Aparar]
Minha arma colidiu com a grande espada prateada do homem e a quebrou no mesmo instante, lançando outra chuva de faíscas. O homem observou a lâmina partida voar para longe e franziu a testa.
— Quem... é você? Tem algo estranho em você...
Ele jogou a espada quebrada de lado e desapareceu novamente... ou assim pensei. De repente, ele surgiu no meu ponto cego, empunhando um par de facas douradas.
[Aparar]
Eu mal tive tempo de respirar.
— Cara intrometido, hein? — o homem disse. A intensidade que ele emanava aumentou drasticamente.
— Fique atrás de mim, minha senhora! — Ines gritou. Ela e Lynne devem ter sentido o mesmo que eu, pois adotaram uma postura defensiva.
Então, meus ouvidos foram tomados por um som agudo e estridente.
— Acho que vou começar cortando essa sua cabeça.
O homem sumiu de novo, deixando uma fenda no chão onde estava parado — e então apareceu bem na minha frente. O impacto do salto dele fez Ines e Lynne voarem para trás. Eu quase perdi o equilíbrio também, mas me firmei rapidamente e consegui balançar minha espada contra a faca que vinha direto para minha garganta.
[Aparar]
Nossas lâminas colidiram, e a faca se despedaçou — mas não foi uma troca unilateral. O peso tremendo do golpe do homem fez uma onda de choque percorrer minha espada e atingir minha mão.
Meu braço latejava e rangia. Eu estava chocado. A aparência do homem não indicava que seus golpes seriam tão poderosos. Ele golpeava tão forte quanto a vaca que enfrentei outro dia — não, ainda mais forte. Seus ataques também eram mais precisos.
O homem era tão esguio, e suas facas eram tão pequenas. Como isso era possível?
Mesmo enquanto admirava meu oponente, de alguma forma consegui aparar sua próxima faca — e a seguinte, e a outra depois dessa. O homem sacava uma nova faca a cada ataque, encadeando golpes em uma sequência frenética. Ele era absurdamente rápido; eu ficava tonto só de tentar acompanhar.
Mais uma vez, duvidei dos meus próprios olhos. Esse homem não era apenas forte — ele era assustadoramente ágil. Ele corria ao meu redor, atacando de todos os ângulos possíveis, sem parar. Eu estava conseguindo proteger Rolo apenas confiando nos meus instintos para prever os ataques... mas era só isso que eu podia fazer. Meu oponente era rápido demais; eu não tinha nenhuma chance de acompanhar.
Se isso continuasse, ele me mataria.
Enquanto minha ansiedade crescia, o homem parou de repente. Olhos afiados me observavam entre as bandagens negras que cobriam sua cabeça.
— Estranho... — ele murmurou. — Por que... você ainda não morreu?
— Eu, ah... não sei como responder isso... — retruquei.
O homem inclinou a cabeça para o lado, visivelmente confuso, ainda me encarando. Então, seu olhar desceu até sua cintura.
— Ah... merda. Lá se vai a maior parte da minha coleção. Não foi fácil juntar tudo isso, sabia? — Com uma expressão abatida, ele colocou as mãos onde tantas facas haviam estado e observou os restos espalhados pelo chão.
Ao olhar mais de perto, notei que o homem tinha apenas duas ou três facas restantes penduradas na cintura, junto com uma coleção de bainhas vazias. Eu havia destruído todas as outras lâminas.
Soltei um suspiro de alívio. Pelo visto, ele tinha parado de atacar porque ficou sem armas para usar. Mas ao vê-lo olhando para os estilhaços de metal espalhados pelo chão, abatido, não pude evitar sentir uma pontinha de culpa.
— Não me entenda mal— eu disse. — Eu sinto muito por ter quebrado todas as suas coisas. Mas, convenhamos, você que nos atacou do nada.
— Oh — o homem respondeu — não se preocupe. Não te culpo nem nada. É só que... eu até entenderia se fosse mitrilo, mas oricalco e presa de dragão nunca deveriam quebrar, sabe?
— É mesmo...?
— É — ele confirmou. — É assim que as coisas são... Bem, pelo menos é como costumam ser... Eu já sabia que tinha algo estranho em você. Não tem muita gente que começa a se preocupar com o inimigo no meio da luta. E essa sua espada... é ainda mais esquisita que você. Um cara estranho com uma espada estranha... Bem, tanto faz. Acho que hoje vou fazer do jeito simples.
O homem pegou a espada de prata quebrada que havia jogado de lado antes e a lançou bem alto no ar.
— Do jeito simples? — perguntei.
Ele manteve a mão levantada, e a espada prateada em forma de cruz parou no ar. Ela começou a girar— então, gradualmente, começou a tremer furiosamente e a emitir um brilho vermelho, como se tivesse ficado incandescente de repente.
Sem entender nada do que estava acontecendo, fiquei apenas olhando, perplexo, enquanto a massa incandescente explodia, se dividindo em incontáveis pequenas esferas que se espalharam pelo ar. No instante seguinte, elas mudaram de forma, transformando-se em facas prateadas em forma de cruz que cobriram o céu.
A olho nu, deviam ser milhares.
Suspensas no ar, aquela enorme quantidade de lâminas brilhantes pareciam nuvens de tempestade.
— Ah... e não precisa se preocupar em quebrar essas aqui — disse o homem. — Pode destruir quantas quiser. Eu simplesmente faço mais, beleza?
Ele baixou o braço com um sorriso, e as lâminas prateadas giratórias dispararam em nossa direção todas de uma vez, se espalhando no ar como um bando de pássaros em ataque.
Tradução: Carpeado
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