Digimon Tamers 00 Zero Zero – Capítulo 15
[Monitoramento da rede_ Constatações]



O desenrolar do dia se iniciou, mas não só na vida cotidiana.

Eventos paralelos já estavam a todo vapor.

Ou dados.

政府の建物を追跡するネットワーク

(Edifício Governamental de Rastreamento da Rede)

時間

: 07:00 AM

A Hypnos nunca parava

Desde antes do nascer do sol, a junta matutina de vários agentes já tinha começado seus afazeres, como guardiões.

Mangá 15 1 Online em Português PT-BR

O plantão quase que total por parte da equipe do Sr Yamaki continuou.

Varando o final de semana, o monitoramento se manteve.

— Houve manifestação nível “selvagem”!

Essa foi a reclamação de Megumi

A gerente do setor de monitoramento de rede reportou a notícia ao seu superior logo após uma reunião com sua equipe.

— Então tivemos dificuldades em medir a quantidade de dados... — indagou Yamaki. — Interessante.

— Senhor, embora saibamos que tenha sido mesmo uma invasão, não há boas notícias.

— E por quê está dizendo isso, posso saber?

— A invasão foi caracterizada como “wormhole”!

— O que?! Mas... — o seu rosto deixou transparecer sua surpresa com o ocorrido. — Como isso é possível? Shaggai teria feito essa leitura e…

A interrupção de Yamaki não foi a toa.

Megumi sobrepôs suas palavras com uma notícia.

— Shaggai estava na potência máxima.

— O que?! Impossível! — o executivo, tomado por incredulidade, chegou a bater na mesa.

— Não, senhor... — a gerente pressionou um dos botões do gabinete próximo. — Veja isso.

Um monitor foi ligado em uma das paredes, onde mostrou informativos de movimentação na rede, com gráficos que demonstravam em tempo real cada aumento e diminuição de tráfego.

E com isso, Megumi explicou:

— Durante todo o final de semana monitoramos a rede sem descascar um segundo sequer. Nós encontramos aquele “selvagem”, o senhor se lembra?

— Sim, perfeitamente. Mas o que isso tem demais?

— O “selvagem” apareceu e desapareceu. Ele fez isso por diversas vezes, até que sumiu sem deixar vestígios.

— Sabe que isso não é possível, não? — questionou Yamaki. Seu ceticismo era claro. — Ele deixaria rastros, sem sombra de dúvidas. São dados!

Ele estava certo nesse ponto.

Qualquer elemento digital mostraria seu rastro estando na rede.

Nesse entendimento, um dos agentes que estavam linkados ao computador, desceu da plataforma dizendo:

— Senhor Yamaki... Poderia me dar permissão de falar?

— Uh? E quem é você? — o CEO o olhou nos olhos.

Mangá 15 2 Online em Português PT-BR

O jovem rapaz, uniformizado, que tinha cabelos azuis e olhos castanhos, falou com ele.

— Sou Ohma Katamari, especialista em “farejar” novidades.

— Farejar? Essa é sua especialidade?

Megumi fez as apresentações restantes:

— Katamari tem experiência em neo tecnologia.

— Ora, isso é promissor… — falou, mostrando contentamento.

— Compartilhamento pessoal de arquivos é uma das especialidades dele.

— Bom saber disso… — disse, voltando suas atenções ao rapaz. — Então você já tem ideia do que eu estou precisando…

A aposta de Yamaki era honesta.

E foi nesse cenário, de hombridade, que o novato ousou demais.

— Eu pensei que o senhor fosse conhecedor de informática como dizem... — Katamari foi sarcástico em suas palavras. — Estou um pouco decepcionado.

Esse comportamento irritou o executivo.

Yamaki, do seu jeito característico de se impor, deixou bem claro o que pensava:

— Decepção é o que eu estou sentindo em saber que uma equipe enorme, com o que existe de mais tecnológico no mundo, não conseguiu rastrear e neutralizar um mísero “selvagem”.

Yamaki caminhou em sua direção, forçando o rapaz a recuar, assustado com a ofensiva do CEO da Hypnos.

O executivo manteve suas falas.

— Se você se acha tão capacitado, então eu gostaria de ouvir de você uma solução para este problema, Sr Katamari!

— Oh... Perdoe meu jeito! — se desculpou, o reverenciando. — Não queria ofendê-lo, Sr Yamaki!

— Mas ofendeu… — o CEO ajeitava seus óculos escuros, ao mesmo tempo que pegou de seu bolso um isqueiro. — A cinco anos atrás estava preocupado demais ajudando a salvar o mundo…

Virando-se para o interior do grande salão de monitoramento, Yamaki explicou a situação ao novato.

— É minha preocupação saber tudo que existe de novo. Então me mantenha informado dessas “mudanças da tecnologia”, agente!

— Certamente, senhor... — novamente o reverenciou, seguindo até o monitor. — Permita-me explicar o que está acontecendo.

— Fique à vontade, agente.

O jovem adulto então começou a conversa.

— O senhor já ouviu falar no Napster™?

— Hm... — pensativo, Yamaki respondeu. — O escândalo de 2001. Várias empresas do ramo musical fizeram um escarcéu, com razão, pelos direitos autorais de cada músico que tiveram suas músicas compartilhadas pela rede.

— Certamente. Nessa época eu estagiei lá... e foi um laboratório magnífico para chegar até o que temos hoje.

— A que se refere?

— Com o fim do Napster™, outros vieram, com sistemas mais fortes e eficientes. O senhor deve saber qual foi a maior revolução da internet nesses últimos anos, não?

— Aumento de banda... A banda larga.

Acontecimentos tecnológicos no ano de 2006 foram fundamentais para o crescimento de vários segmentos.

E, com isso, a base da teoria de Katamati se valeu.

— Se antes tínhamos redes dial up com os “incríveis” 48kbps, hoje nós alcançamos a média de 10 Mbps nas principais casas do Japão com a banda larga... E, como sabemos, já temos a fibra óptica desde os anos 70.

— Como a que temos hoje aqui, agora.

— Precisamente, senhor. Estamos trafegando nesse exato momento a 100Mbps neste mainframe colossal. Talvez a banda até aumente, dado a demanda.

— Tudo para termos a melhor estrutura. O governo sabe da importância deste lugar! Privilégios para poucos, mas por uma boa causa.

As estruturas da Hypnos tinham o que de mais tecnológico existia no mundo até aquele momento.

As palavras de Katamati pareciam preparar o terreno para, enfim, chegar ao ponto que almejava.

— Agora vamos voltar sobre os clientes de compartilhamento…

— Muito bem. Prossiga — Yamaki abriu caminho para o jovem.

— Essas empresas, ou quase isso, cresceram... e irão crescer mais e mais, até que sejam devidamente fechadas por imposições da lei. Claro, é impossível que eles consigam manter esse tráfego às cegas.

— Aonde quer chegar? Apresse-se, por favor.

— Os sistemas “peer-to-peer” ou, como chamamos, P2P, se aperfeiçoaram. Os tradicionais como AudioGalaxy™ já guardam muitos dados pelo mundo...

A expansão de compartilhamento neste período da história foi notável, mudando a cultura de se usar mídias digitais.

Por isso o agente citou esse fato.

Era para contextualizar seu ponto de vista.

— Entretanto, conseguimos rastrear. Esses eram da segunda geração de compartilhamento... Mas os da terceira são mais fortes. Com o avanço da banda larga pelo mundo, agora criaram o BitTorrent... ou só Torrent.

— Hm… — pensativo, Yamaki refletiu. — “Esse mar de incontáveis dados que ele está dizendo é um cenário mórbido.”

O agente continuou:

— Muitas empresas de renome a utilizam para negócios e totalmente dentro da legalidade, como Microsoft® ou Blizzard®. Já imaginou um sistema desses sem haver rastreamento?

Sr Yamaki respirou fundo após ouvir isso, já que não pensou em boas notícias.

— Não quero acreditar nisso… — o suspiro do CEO da Hypnos mostrou seu pessimismo.

— E existe uma rede obscura: darknet. Ela é tão profunda e inerente que nenhum sistema criado pelo homem pode rastrear pelo menos 10% do tráfego que por lá é recebido ou enviado.

O vislumbre de uma rede tão oculta era ao mesmo tempo um ode ao caos.

O anonimato não era garantido, mas coisas ilegais e perturbadoras estavam por lá.

Yamaki tinha noção completa disso.

Katamati manteve esse assunto:

— Ou seja, é um sistema sem servidores, de fácil manuseio, sem escrúpulos, sem restrições, onde a única coisa necessária é um computador, seja pessoal ou profissional, ligado à internet... e agora temos o advento da banda larga. Entendeu agora onde quero chegar, senhor?

Yamaki, como característica quando estava estressado, pegou seu isqueiro, abrindo-o e o fechava com mais intensidade.

Pensativo, ele mesmo disse tudo:

— Digimons usando a darknet para virem ao mundo real…?! Isso é ruim, muito ruim!

— Os gráficos de hoje que Shaggai desenvolveu dizem por si só. Um selvagem entrou na rede, se manteve anônimo, depois voltou a ser visível...

— Podem estar usando da darknet para se movimentarem... — enfim, a constatação de Yamaki foi imediata. — E se isso for verdade... Não! Tem que haver um meio... já que foram vistos por Shaggai!

— Não há como filtrar ou muito menos saber de onde surgirão. Nós da Hypnos estávamos na potência máxima, o que possibilitou Shaggai a visualizar uma fração. Se o “selvagem” apareceu, então foi...

— De corpo presente! Minha nossa! — Disse, pegando seu celular.

A pressa do CEO da Hypnos não foi um ato de desespero.

Ele sabia que estavam todos se metendo em um problema muito maior.

A darknet estava servindo como caminho para digimons retornarem ao mundo real.

— Otori? — ele falava ao telefone. — Querida, traga a Seiko e venha imediatamente para o prédio. Temos um imenso dever... e vocês e qualquer pessoa dessa cidade estão correndo perigo! Precisamos contatar a todos os envolvidos dos eventos de 2001... o quanto antes!

A preocupação era proporcional à urgência.

Pelo aumento de banda pelo mundo cibernético, os digimons poderiam usar dessa camada de dados para, enfim, desembarcarem no mundo real.

Nem Shaggai ou qualquer outro programa de proteção online poderiam prever com exatidão quando uma invasão fosse ocorrer.

Yamaki sabia da grave descoberta, e não iria parar até achar uma solução.

Como avisado, o desenrolar do dia estava só começando.


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