Death March Web Novel Online 7-6
[Por Dentro da Cidade Natal dos
Anões] [Parte 5]

Satou aqui. Durante um período de deflação é comum ver um monte de artigos sendo colocados em promoção. Parece que mesmo em um mundo paralelo, essa prática é bem comum.
◇◇◇
— Você ouviu o que eu disse há pouco, certo, senhor? Mesmo entre os ferreiros anões, apenas os discípulos pessoais do ancião conseguem trabalhar com materiais de primeira classe como o mithril. Um anão da classe trabalhadora comum como eu só faz espadas de ferro no máximo. Não lido com mithril.
O anão, pressionado por uma resposta, declarou isso enquanto encolhia os ombros, como se cuspisse as palavras.
— Não pode ser... Então onde eu deveria ir para comprar? Vim especificamente da cidade de Gururian para cá.
— Não sei disso, mesmo que você me pergunte.
Parecia que até os anões não sabiam como lidar com o homem que se lamentava de forma exagerada.
— É bem comum encontrar pessoas assim nesta época. Com a mudança do mês em oito dias, o torneio de artes marciais que ocorre a cada três anos será aberto na capital, então estão vindo para cá em busca de armas de mithril.
Depois de explicar, Jojori-san disse “Vou dar uma olhada” e foi acalmar a discussão. Como havia um bom número de guarda-costas escondidos, ela deveria ficar bem. Se o torneio fosse na semana seguinte, ele não chegaria a tempo, mas como as eliminatórias eram realizadas em todas as cidades do ducado, parecia que daria certo. Infelizmente, as eliminatórias não ocorriam na cidade de Bolenhart.
O cara era o quarto filho do visconde, nível 6, com habilidade em espada. Não achava que ele se sairia bem no torneio, mesmo com uma espada de mithril.
— Gobler-san, está acontecendo algum problema?
— Ah, Jojori nee-san. Essas pessoas insistem em comprar espadas de mithril.
— O que foi? Você tem pra vender?
— Lamento muito, mas as armas de mithril são feitas sob encomenda. Além disso, exigem cartas de apresentação do duque e do vice-rei.
— O QUÊ!!! Q-quer dizer que não conseguirei uma espada de mithril…!?
O nobre murmurou e desabou no chão, desmaiado. A julgar pelo estado de suas roupas e manto, ele provavelmente tinha passado por uma longa jornada.
Jojori-san voltou carregando o homem nos ombros. Era de se esperar de uma anã carregar um homem adulto com facilidade. A encarregada da cafeteria saiu, e o homem foi deitado em um banco no canto do local. Ela era gentil mesmo; daria para simplesmente deixá-lo na sombra da árvore ali perto.
— Parece que ele está exausto. Entre os segundos filhos de nobres e abaixo, e nobres em decadência, há muitos casos em que desmaiam ao chegar aqui após uma viagem apertada.
Tinha virado tradição, hein? No entanto, mesmo que ele usasse uma espada de mithril, ainda seria difícil, não?
Quem respondeu a essa dúvida não foi Jojori-san, mas uma mulher vestida em armadura que parecia ser a acompanhante do nobre. Era uma loira de 16 anos com rosto infantil e sobrancelhas grandes. Não dava para ver seu corpo por causa da armadura, mas suas medidas pareciam relativamente boas. Seu nível era 7, com habilidades em espada de uma mão e escudo. Aparentemente, ela servia a casa do visconde.
— Peço desculpas pelo transtorno que o jovem mestre causou. Gostaríamos de conseguir espadas de mithril de qualquer jeito. Não há nenhuma outra maneira?
— Mesmo que você diga isso... Se trouxer o material bruto, o lingote de mithril, há chances de alguém poder ajudar, mas como todos os materiais disponíveis estão reservados para o duque e os vice-reis, é impossível.
A guerreira era mais objetiva que o nobre de antes, mas a resposta de Jojori-san não foi favorável. A propósito, os vice-reis pareciam ser nobres que governavam cidades além da capital do ducado. O mandato do cargo durava cinco anos, e depois a posição era trocada. Ainda assim, se o sistema era tão rígido com reservas, será que estava tudo bem eu ter recebido uma espada tão excelente? Como a conversa das duas não me interessava, limpei a boca de Pochi, que havia se sujado com a sopa de carne, mas a discussão voltou-se para mim.
— Nobre senhor. Suponho que sua espada seja feita de mithril. É um pedido atrevido, mas estaria disposto a cedê-la?
— Recuso.
Ela percebeu mesmo sem habilidade de avaliação, hein? Recusei na hora, mas a guerreira insistiu sem desistir. Mas, mesmo que eu vendesse, duvidava que pudessem pagar.
— Não venderá de jeito nenhum?
— Em primeiro lugar, você não teria como pagar, sabe?— Pagaremos qualquer valor. Se não pudermos, darei o que você quiser.
Todas olharam para mim com essas palavras da guerreira. Não, não estava pensando em nada pervertido, sabia?
— Mesmo que diga "qualquer valor", um punhal de mithril custa 40 moedas de ouro, sabe? Para uma espada deste tamanho, seriam pelo menos 120 moedas.
— O quê! Mesmo que uma espada de ferro custe apenas uma moeda de ouro, cem... 120, você diz?
Acredito que uma espada de ferro fosse mais cara, mas, ao ver a espada da mulher, era realmente de má qualidade. Ainda assim, era ruim ela tentar comprar algo sem entender o preço de mercado. Dei mais um aviso para fazê-la desistir.
— Mesmo que consiga uma espada de mithril, não ficará mais forte do nada, sabe? Em vez de vir aqui comprar uma, deveria usar esse tempo e esforço para caçar monstros.
— Não é assim. Para entrar na guarda imperial do ducado, o jovem mestre precisa de uma espada de mithril ou uma espada mágica.
Pedi detalhes, já que não entendia bem a relação. Segundo ela, quem possuísse espadas de mithril ou mágicas poderia passar na primeira fase eliminatória. E havia um boato entre os jovens nobres de que, se cumprissem a condição de "participar da segunda fase", seriam aceitos na guarda imperial do ducado.
Parecia que entrar na guarda imperial era o caminho mais popular para o sucesso, além de ser o primogênito. O nobre de antes participava do torneio desde os 15 anos, mas nunca passou da primeira fase. Este ano seria sua terceira tentativa.
Para ser sincero, não me importava, já que era problema de um estranho. Como a lança de Liza estava envolta em pano, estava tudo bem, mas seria problemático se a guerreira notasse que era uma lança mágica.
Ainda assim, Arisa, que acabara de comer, afastou a mulher persistente.
— Está sendo rude com nosso mestre, mesmo que ele esteja sendo humilde, sabia? Esta pessoa é um nobre respeitado com título, Chevalier Pendragon-sama.
Ao ouvir isso, a mulher disse “Peço sinceras desculpas pela minha flata de respeito!” e abaixou a cabeça, ficando pálida.
Que coisa, eu deveria ter mostrado meu título desde o início. Arisa era esperta, como sempre.
— Tome cuidado, pois há muitos golpistas vendendo armas feitas de monstros como se fossem mágicas ultimamente.
Jojori-san avisou a guerreira. Não tinha obrigação de ficar com eles para sempre, então, quando Liza e as outras terminaram de comer, dei o sinal para irmos. Depois que saímos, alguns homens parecidos com mercadores se aproximaram da mulher, mas decidi ignorar. Era responsabilidade dela se fosse enganada após ignorar o conselho de Jojori-san.
◇◇◇
A loja de magia no andar de cima era administrada por um amigo de infância da Jojori-san. O estoque parecia inferior ao da loja subterrânea, mas, como ficava no caminho para a atração turística da roda d'água, decidi visitá-la.
— Ei, Jojori. Que raro você vir a esta loja! Finalmente cansou daquele cabeça-oca do Zajir? Que bom! Isso é ótimo mesmo!
— Olá, Galhar. Por favor, não fale assim do Zajir-san.
Galhar disparou palavras como uma metralhadora ao ver Jojori-san, que o repreendeu com suavidade. Apesar de ser um anão, ele não mostrava a barriga e tinha a barba cuidadosamente aparada e encerada. Será que ele era um "ikemen (bonitão)" para os padrões dos anões?
Apresentado por Jojori-san, pedi para ver os livros e pergaminhos mágicos da loja. Os livros eram quase iguais aos da loja subterrânea, mas havia dois de autores diferentes, que acabei comprando. Já os pergaminhos eram diferentes, voltados para nobres e mercadores.
— E então? Trouxe esses especialmente da cidade de Daregan. Não são incomuns?
Ele exibiu alguns pergaminhos de magia cotidiana, repelente de insetos, anti-coceira, desodorante e até um para purificar água não fervida. Coisas que os ricos comprariam. Embora interessantes, o custo-benefício parecia duvidoso.
De fato, quando Jojori-san viu a seleção, seu rosto ficou nublado.
— Ei, Galhar. Quanto custa cada um desses pergaminhos?
— Fufufu! Normalmente, 1 moeda de ouro cada, mas para você, faço por 3 de prata.
— Esses pergaminhos... por acaso não venderam nenhum até agora?
Galhar estava se gabando até o nariz crescer, mas congelou ao ouvir Jojori-san. Arisa ainda deu o golpe final.
— Né? Em vez de carregar pergaminhos caros assim, é mais prático contratar um servo com magia cotidiana. Sai mais barato no longo prazo.
Eram claramente estoque encalhado, parado ali há seis meses. Com o apoio das garotas, consegui comprá-los por menos do que o preço de custo. Somados a outros três pergaminhos populares, o total ficou em três moedas de ouro.
Os pergaminhos obtidos foram:
» Pergaminho, Magia Cotidiana: [Repelente de Insetos]
» Pergaminho, Magia Cotidiana: [Anti-Coceira]
» Pergaminho, Magia Cotidiana: [Desodorante]
» Pergaminho, Magia Cotidiana: [Água Pura]
» Pergaminho, Magia Neutra: [Atordoamento Breve]
» Pergaminho, Magia Neutra: [Sonar]
» Pergaminho, Magia Neutra: [Cerca]
Exceto o [Atordoamento Breve], eram magias questionáveis, mas meu lado colecionador falou mais alto.
Galhar, achando que eu compraria qualquer coisa, trouxe mais estoque ruim do fundo da loja. Parecia que os havia comprado de um mercador esperto em Daregan.
— E então? São bem raros, sabia?
Raros, sem dúvida.
O primeiro era [Magia Neutra: Sinal], igual ao da Nana, mas inútil sem alguém para recebê-lo. Talvez servisse como farol.
O segundo, [Magia Neutra: Cubo], era um híbrido entre [Escudo] e [Plataforma Flutuante], criando cubos suspensos de tamanho variável.
Servia para bloquear inimigos ou como assento, mas durava pouco e sumia se afastado do usuário. Também não ficava totalmente imóvel, cedendo se sobrecarregado.
Dava para fazer escadas invisíveis, talvez?
— O cubo básico é mais ou menos assim, viu?
Arisa criou um cubo de 10 cm no ar, que só suportava 500 gramas. Como pergaminhos só invocavam o nível mínimo da magia, entendia porque estava encalhado.
O terceiro era [Magia de Fogo: Chama de Forja], para derreter minérios. Típico de anões, mas exigia pelo menos 10 pergaminhos para fundir ferro, além de um recipiente resistente. O metal vazava, e o alcance curto queimava o usuário, ou seja, um produto defeituoso.
Resumindo: uma forja comum era melhor. Zero demanda.
— Como você acabou com esses pergaminhos esquisitos...?
Arisa e Mia pareciam pasmas. Já Pochi e Tama dormiam aos pés de Liza, exaustas.
— V-você pode usar como magia ofensiva!
— Se atacar com isso, vai se machucar. Um [Projétil de Fogo] é mais eficiente.
Pois é.
O último, [Magia de Luz: Condensar], foi vendido com argumentos como "secar roupa em dias nublados" ou "ler no escuro". Galhar o confundiu com o feitiço [Luminescência].
Ele achava que eu desistiria depois das críticas, então ficou boquiaberto quando comecei a negociar.
Sim, eram basicamente lixo, mas me atraíam mais que os pergaminhos da loja subterrânea. Com ajuda de Arisa e Jojori-san, comprei tudo por uma pechincha: uma mísera moeda de prata.
Boa compra. Fiquei até com vontade de vender meus próprios pergaminhos para ele no futuro, só para equilibrar.
A grande roda d'água que Jojori-san nos mostrou era menor que o esperado, mas ainda assim turística.
Apesar de termos comido há pouco, todos correram para as barracas de doces em vez de admirar a roda. Vendiam um pastel folheado famoso na região, em promoção.
— Mestre diga “aah”, nanodesu!
Peguei um doce que Pochi me ofereceu. Arisa e as outras, na fila das barracas, faziam alvoroço, mas ignorei e provei. O sabor lembrava salgadinho de camarão.
Enquanto saboreava a nostalgia, visitamos ferreiros de várias raças no distrito artesão, começando pelos anões, antes de voltar à mansão.
Naquela noite, cedendo aos olhares suplicantes de Pochi e Tama, decidi cozinhar. A tia do refeitório que me autorizou era a esposa do velho Dohar. Levei 20 tipos de carne da carruagem como ingredientes, mas não foi suficiente.
Preparei pratos enormes, mas, quando os ferreiros anões apareceram atraídos pelo cheiro, o refeitório virou um campo de batalha. Os olhares de Pochi, Tama e dos anões disputando a carne enquanto eu reabastecia os pratos eram aterrorizantes.
Jojori-san separou crianças e adultos, mas como as crianças anãs também entraram na competição, a disputa continuou. Como pareciam estar criando laços, deixei rolar.
Só tarde da noite eu, Lulu e Nana, exaustos de reabastecer a comida, conseguimos jantar também.
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