Hai to Gensou no Grimgar | Grimgar of Fantasy and Ash Volume 13 Capítulo 02
[A Distância de Onde Estamos Agora]



Hai to Gensou no Grimgar | Grimgar of Fantasy and Ash Light Novel Volume 13 Illustrations

Seja como for, primeiro precisavam voltar para Altana.

No entanto, a distância entre Vele e Altana, em linha reta, ainda era de quinhentos quilômetros. Ou seja, estavam longe—bem longe, na verdade.

Levando em conta a topografia, eles não poderiam seguir em linha reta, o que significava uma jornada de seiscentos a setecentos quilômetros. Se considerassem uma média de seiscentos quilômetros e conseguissem caminhar trinta quilômetros por dia, ainda levariam vinte dias.

Era uma distância considerável. Realmente muito longe.

A área ao norte de Vele estava sob o controle dos orcs e mortos-vivos, mas Altana ficava a sudoeste, então não teriam que atravessar território inimigo. O problema era que não conheciam a região e nem o caminho de volta, o que tornava a jornada ainda mais difícil por conta própria.

Eles tinham dinheiro—cem moedas de platina, o pagamento recebido da Companhia Pirata K&K. O equivalente a incríveis mil moedas de ouro. Era tanto dinheiro que, para falar a verdade, parecia irreal.

Mesmo que Haruhiro tivesse dificuldade em acreditar, tinham a quantia em mãos. Consideraram contratar um guia, mas ele temia que fossem explorados. Bem, com mil moedas de ouro, mesmo que cobrassem a mais, isso não faria tanta diferença. O problema era saber em quem podiam confiar.

Se as pessoas descobrissem que eram absurdamente ricos, com certeza haveria um sem-fim de indivíduos tentando arrancar-lhes esse dinheiro. O melhor seria se fazerem passar por humildes soldados voluntários. Pelo menos, tinham que ser cautelosos nesse nível.

Aparentemente, comerciantes viajavam entre Vele e Altana. Se procurassem bem, talvez encontrassem alguma caravana em busca de guardas.

Ou assim ele esperava.

Será que... não estou sendo otimista demais? — murmurou Haruhiro.

A party reuniu informações com donos de barracas, clientes e até alguns transeuntes mais simpáticos. No fim, acabaram chegando à Rua do Peixe Ogro Alado.

Toda aquela longa rua coberta era um grande mercado, mas quase não havia lojas exibindo mercadorias. Era, na verdade, um ponto de comércio entre mercadores, repleto de escritórios de associações comerciais e companhias.

Descobriram que havia várias caravanas comerciais indo para Altana. No entanto, ao perguntarem aos mercadores responsáveis se precisavam de guardas, a recepção não foi nada amigável.

Guardas? — Um mercador rechonchudo, dono de um magnífico bigode, lançou à party um olhar desconfiado, soltando uma risada pelo nariz. — Você acha que sou um imbecil? Se algum dia encontrarem um tolo o bastante para contratar completos desconhecidos como vocês, por favor, me avisem. A estupidez dele renderia uma ótima história para eu saborear enquanto bebo.

Isso foi cruel.

Kuzaku quase perdeu a paciência, mas, pensando bem, do ponto de vista do mercador, aquela era uma postura razoável. Pelo mesmo motivo que eles não podiam simplesmente contratar um guia qualquer, o mercador também precisava de guardas em quem pudesse confiar.

Olhando ao redor, havia muitos comerciantes viajando acompanhados por homens e mulheres bem armados. Provavelmente, qualquer caravana decente já tinha mercenários contratados de forma permanente.

A coisa não seria tão simples quanto esperavam. Mas, bem, não havia necessidade de se apressarem.

Eles tinham dinheiro. E, sinceramente, ter dinheiro era maravilhoso. Isso lhes dava liberdade para agir com calma.

Antes do pôr do sol, Haruhiro conseguiu garantir para a party uma hospedagem bem confortável e, depois, saíram para jantar juntos.

Vamos ao Restaurante Tempestade Alada — sugeriu.

Enquanto colhiam informações, ouviram várias vezes que a comida lá era excelente.

Quando chegaram, descobriram que o Tempestade Alada era um restaurante ao ar livre com mais de cem mesas, mas nenhuma cadeira. Os clientes compravam comida e bebida em uma das inúmeras barracas ao redor e comiam e bebiam em pé, onde quisessem. Havia uma grande variedade de pratos e até álcool disponível.

O lugar estava incrivelmente movimentado, mesmo antes do pôr do sol, e quase todas as mesas já estavam ocupadas.

Kuzaku e Setora ficaram encarregados de comprar a comida, enquanto Haruhiro, Shihoru e Mary aguardavam na mesa escolhida. Kiichi foi junto com eles.

As mesas estavam dispostas bem próximas umas das outras, e o ambiente era bem barulhento, tornando difícil relaxar no meio daquela multidão.

Será que devíamos ter escolhido outro lugar? — Mary perguntou de forma casual.

Hmm. — Haruhiro coçou a cabeça. — Não sei. Agora que temos dinheiro, poderíamos experimentar um restaurante mais luxuoso, um lugar mais tranquilo...

Shihoru abaixou um pouco a cabeça e sorriu de forma hesitante.

Acho que seria difícil relaxar lá também...

É. Pode ser. Íamos nos sentir deslocados. Sem dúvida.

Não é digno de um montador de dragões? — Mary brincou com um sorriso provocador.

Por favor, não começa...

Mas foi assim que ficamos ricos.

Foi pura coincidência. Nem cheguei a montar no dragão, entende? Só me agarrei nele com todas as forças. Quero dizer... Ainda estou surpreso por não ter caído.

Isso foi... — Mary inflou as bochechas, lembrando um pouco Yume. Mas só por um instante. Logo desinflaram, e Haruhiro agradeceu aos céus por não ter perdido aquele momento.

Aos céus...? Deus, ou algo assim? Ele nem sabia direito. Mas tinha sido uma expressão adorável. Parecia até uma pequena recompensa.

...Espera, por que seria uma recompensa...?

Um demérito para você — decretou Mary, severa.

...Desculpa. — Haruhiro abaixou a cabeça.

Ele tinha a sensação de que já havia recebido um demérito antes. Isso significava que agora eram dois? Surgiu uma dúvida. O que aconteceria se continuasse acumulando mais?

Ei, com licença!

Uma voz incrivelmente alta soou de repente, e alguém bateu um caneco com força na mesa deles.

Não era Kuzaku, nem Setora, e obviamente não era Kiichi.

Era um homem de cabelos estranhamente duros, usando óculos e carregando uma mochila enorme. Suas roupas surradas mostravam que era um viajante, e suas botas estavam imundas. Ele parecia humano.

...Hã? — Shihoru recuou, assustada. Pelo visto, ela não fazia ideia de quem era aquele sujeito.

Bem, claro que não. Se estivessem em Altana, até poderia ser alguém conhecido, mas estavam em Vele.

Mary puxou Shihoru para perto, em um gesto protetor, lançando um olhar afiado para o homem.

Hm? Algum problema? — Os grandes olhos do homem piscaram por trás dos óculos. Seu nariz arrebitado e o rosto anguloso tinham um traço distintivo, mas Haruhiro realmente não fazia ideia de quem ele era.

Hum... Quem seria você? — perguntou Haruhiro, hesitante.

O homem ergueu o caneco, tomou um grande gole de sua bebida espumante e soltou um suspiro satisfeito.

Eu?

Bem, só tem nós aqui...

Wahahaha! De fato! De fato! Eu, vejam bem, sou um humilde comerciante chamado Kejiman. Como não havia lugar nenhum para sentar, e vocês não parecem ser um grupo muito grande, achei que não se importariam em dividir a mesa. Olhem, estou aqui sozinho. Não vou atrapalhar, certo?

Não sei se concordo com isso...

Exatamente! — Kejiman soltou uma gargalhada estrondosa e tomou mais um gole da bebida.

O riso dele era um pouco irritante. Além disso, era meio incômodo ver um pouco de espuma grudada em sua boca. Haruhiro poderia dizer para ele limpar, mas sentia que isso seria admitir uma derrota de alguma forma.

Temos mais amigos conosco — disse Mary com um tom incrivelmente frio.

Mas Kejiman, com seu entusiasmo inesgotável, garantiu: — Sem problema!

Se ele não recuava nem diante da rejeição de Mary, era um cara resistente. Ou talvez só fosse insensível mesmo.

Vocês dizem que têm amigos, mas não são dez ou vinte pessoas, certo? Então, não vejo problema aqui. Olhem para esta mesa. Sete ou oito pessoas cabem tranquilamente. Talvez até dez, se apertar um pouco. Quantos amigos vocês têm? Um? Dois? Três, talvez? Ohh, dois! Tudo certo, então!

Nada certo. Haruhiro estava sendo esmagado ali. Se pelo menos Kuzaku ou Setora estivessem por perto... Mas ainda não haviam voltado. Ele precisava dar um jeito de afastar esse sujeito.

...Mas, espera

...Você disse que é comerciante? — perguntou Haruhiro, cauteloso.

Sim. Por quê? — Kejiman ainda tinha espuma no lábio superior.

Droga, pensou Haruhiro. Perdi.

Huh... Tem espuma no seu lábio.

Ooooooooops! — Kejiman limpou a boca com as costas da mão enluvada, o rosto corando de vergonha.

Isso o envergonhou? E esse “oops” foi longo demais. Muito longo.

Desculpa, desculpa — disse Kejiman. — E então? Onde estávamos? Ah, sim, sou comerciante. E daí? Pelo jeito de vocês, parecem soldados voluntários de Altana. Estou errado?

Bem, não está errado.

Sabia! Sabia! Meus olhos são bons. Ou melhor, meus óculos! Não são só para enfeite, sabe? Têm grau! Mas e aí? O quê? Vocês estão interessados em negócios?

Não exatamente...

Ah, entendi. Isso acontece às vezes, sabe? Ex-soldados voluntários tentando entrar no comércio. Amadores. Conheço vários. Mas nunca dá certo. Bem feito para eles! Morram!

Isso não foi um pouco exagerado...?

Desculpa, desculpa! Não consigo evitar! O ressentimento vai se acumulando, sabe?!

Haruhiro perguntou lentamente: — Você já esteve em Altana?

Já. Já. Isso é só entre nós, mas estou prestes a ir de novo.

Huh?

Ah, o que eu tenho a esconder? Estou ganhando um bom dinheiro negociando com Altana!

Do jeito que você está gritando, acho que não está escondendo nada...

Essa é só uma expressão que eu uso às vezes. “O que eu tenho a esconder?” É bem conveniente. Em outras palavras, sou o cara que fatura rápido com produtos de nicho que ninguém mais quer tocar! O grande Kejiman, sou eu! Wahahaha!


Tradução: ParupiroH
Para estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clickando Aqui
Achou algum erro? Avise a gente!
Este site tem como objetivo divulgar obras e incentivar a compra de materiais originais.
Não hospedamos, distribuímos ou promovemos links para cópias não autorizadas.
Adquira a obra original para apoiar os autores.
Comments

Comentários

Exibir Comentários