Death March Web Novel Online 6 – Intermissão 02 [O Passado de Muno]



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Este era um salão localizado em um canto do palácio real. Mesmo ao meio-dia, permanecia na penumbra devido às inúmeras cortinas grossas que bloqueavam a luz externa.

A iluminação vinha de ferramentas mágicas posicionadas no chão. Cortinas pendiam do teto e plantas decorativas foram estrategicamente dispostas para dividir os conjuntos de sofás, dificultando a visão entre eles. Por essa razão, a identidade das pessoas naquele lugar permanecia desconhecida — era assim que funcionava.

Além disso, os espaços entre os sofás eram amplos, ferramentas mágicas alteravam as vozes dos frequentadores, e as conversas aconteciam em sussurros tão baixos que até mesmo alguém sentado ao lado dificilmente conseguia escutar. Era ali que os boatos de todo o Reino de Shiga se reuniam.

Não se tratava apenas de um ponto de encontro para a nobreza discutir escândalos, mas também um local onde informações sobre a defesa nacional, transmitidas por magia, eram trocadas.



◇◇◇




— Já ouviu falar sobre isso?

Um cavalheiro se sentava enquanto cumprimentava alguém discretamente.

Oficialmente, ninguém deveria saber sua identidade, mas todos ali reconheciam a figura que ocupava aquele conjunto de sofás. Apenas fingiam desconhecê-la.

É sobre o marquês Muno?

Oh, você está bem informado.

Todos estão comentando essa história. Dizem que mortos-vivos estão atacando a cidade de Muno.

Já se passaram doze horas desde o primeiro relatório enviado pela sala de emergência do palácio real, e ainda não há novas informações. Isso é preocupante.

Não consigo imaginar os oficiais de elite do marquês sucumbindo a simples mortos-vivos. Provavelmente já os repeliram, mas dependendo dos danos, essa pode ser uma boa oportunidade para obter direitos sobre o território dele.

Bem, senhores, acalmem-se. Que tal ouvirmos as informações mais recentes diretamente dele?

Os nobres que conversavam voltaram-se para um velho de constituição robusta. Todos pareciam famintos por novidades. O burburinho cessou de imediato.

O território do marquês Muno foi derrotado pelo exército dos mortos-vivos.

Com essas palavras, o silêncio foi substituído por um novo alvoroço.

Isso é impossível!

Eles têm um exército de golens e até mesmo uma tropa de magos!

Além disso, compraram recentemente dos homens-doninhas um grande número de escravos da tribo dos tigres e formaram batalhões inteiros.

Eles deveriam ser uma das cinco forças mais poderosas deste reino!

O que diabos aconteceu?

O espanto era justificável. O marquês Muno governava um vasto território, rico em ouro, prata, mithril e minérios mágicos extraídos de suas minas. Com base nessa riqueza e em luxos que nem o próprio rei possuía, ele havia reunido uma força militar capaz de rivalizar com os exércitos reais.

Precisamos aguardar mais relatórios para entender a situação real. Até agora, a única informação que recebemos foi que [a capital do marquês caiu], conforme reportado pelos homens-pássaros da unidade de inteligência do duque de Oyugock.

O silêncio tomou conta da sala. Então, o mais velho entre eles, um cavalheiro apoiado em uma bengala, começou a falar.

Sinto muito, mas está na hora de consultar meu médico. Preciso me retirar.

Entendo. Também já está na hora de brincar com meus netos.

Minha dor crônica começou a incomodar…

Um a um, os nobres mais velhos foram se levantando e deixando seus assentos. No final, restaram apenas o jovem cavalheiro que havia trazido as notícias e um homem de meia-idade. Ambos, é claro, sabiam que aquelas desculpas não passavam de mero teatro.

Todos são ávidos pelo lucro, não é?

O exército real provavelmente será mobilizado para exterminar os mortos-vivos. Como há inúmeras formas de lucrar com uma campanha militar de grande escala, é inevitável que eles queiram se adiantar.

E você? Não vai se mover?

Já fiz os devidos preparativos na minha casa.

Como esperado do braço direito de Sua Majestade.

Excelência, é contra as regras revelar identidades aqui.

Ah, certo, perdoe-me. Gostaria de obter uma lista dos nobres que não possuem herdeiros legítimos. Será que um certo burocrata estaria disposto a ajudar?

Maravilhoso. A felicidade dos outros é a minha felicidade. Ficarei feliz em servir de mensageiro.

E assim, dois meses depois daquela conversa, o maior exército já reunido na história do Reino Shiga partiu rumo ao território do marquês Muno.



◇◇◇



Está me dizendo, todos os parentes do marquês Muno morreram de causas não naturais?

E não termina aí. O conde Bobi, que havia se casado com a irmã mais nova do marquês, e todos os seus filhos morreram em um acidente de afogamento.

Isso é verdade? Também ouvi dizer que desgraças caíram sobre o conde Muzuki.

Após o retorno triunfal do exército real, que partira em campanha para o território do marquês Muno, toda a família do marquês morreu de forma misteriosa. Nenhum parente, seja da linha direta ou colateral, sobreviveu.

Diante disso, na tentativa de garantir a sucessão do título, vários nobres indicaram membros de suas famílias que haviam se casado com alguém da linhagem do marquês. No entanto, esses candidatos também morreram, vítimas de acidentes ou doenças desconhecidas. Relatos desses incidentes começaram a chegar um após o outro à capital real.

Histórias como essas se tornaram um assunto frequente entre as conversas da nobreza.

Se continuar assim, o território poderá acabar nas mãos do marquês Ashinen ou do conde Fudai, que não possuem terras próprias.

Não, o domínio do marquês Muno é vasto demais. Talvez seja dividido em quatro ou cinco territórios menores.

Ah, já era de se esperar que muitos nobres estivessem reunindo dinheiro para subornos.

Não é de surpreender que haja tantos pedidos de empréstimo este mês.

E assim, seis meses depois desse dia, todos os parentes do marquês Muno, até o sétimo grau de parentesco, haviam desaparecido. O rumor que circulava entre o povo dizia que era uma maldição do Rei do Rei-Sem-Vida.



◇◇◇



— Hum... Depois do marquês Ashinen, até mesmo o conde Fudai morreu de forma suspeita.

Colocando de lado o conde Fudai, que se afogou no lago de sua própria mansão, não seria exagero dizer que o marquês Ashinen, morto por uma lança no meio da cidade, não sofreu exatamente uma "morte não natural"?

No entanto, os guardas que estavam com ele não perceberam sequer o momento em que foi sequestrado. Não seria obra do Rei-Sem-Vida?

Ei, ei, nós, nobres, de todas as pessoas, não devíamos dar crédito a rumores irresponsáveis da plebe.

Bem, deixando os boatos de lado, com isso, já são cinco nobres influentes que poderiam ter sucedido a família Muno mortos em circunstâncias misteriosas.

Quantos candidatos restam agora?

Nenhum. Todos desistiram.

Todos os presentes, inclusive quem fez a pergunta, já sabiam a resposta. O ambiente estava carregado de sorrisos sarcásticos sob rostos velados pelas sombras.

Depois de gastarem tanto em subornos, ou melhor, em despesas com "entretenimento", acabaram desistindo por medo dos rumores, hein?

Na verdade, dois dos cinco eram antigos exploradores de labirintos. Talvez tenham sido sábios ao recuar.

Após isso, muitos nobres menores, cheios de ambição e incentivados por seus patronos em busca de lucro próprio, também tentaram reivindicar o território. No entanto, a retribuição não recaiu apenas sobre os candidatos, até mesmo seus patronos morreram de forma suspeita, e, um a um, os pretendentes desapareceram.

Por fim, como recompensa pela subjugação da Cidade dos Mortos-Vivos, as minas do marquês Muno foram distribuídas entre os lordes vizinhos, começando pelo duque de Oyugock.

Como houve muitas reclamações entre os cavaleiros que participaram da batalha, decidiu-se que, pelos próximos dez anos, 20% da produção das minas recém-adquiridas pelos lordes feudais seria entregue ao rei, e metade do restante seria dividida entre os cavaleiros.

Dessa forma, o valor do território do marquês Muno caiu drasticamente. Sem lucro e restando apenas riscos, os anos se passaram, e o domínio de Muno permaneceu sem um senhor feudal.



◇◇◇



Ficaram sabendo que um novo senhor para a Cidade dos Mortos-vivos já foi escolhido?

Ei, ei, você aí, não chame de Cidade dos Mortos-Vivos.

Isso mesmo, há cerca de vinte a trinta mil pessoas vivendo lá.

Ah, me desculpem.

O jovem nobre recebeu uma taça de vinho das mãos de uma criada e umedeceu os lábios com o líquido.

Então, deve ser ou o quinto príncipe ou o conde honorário Toldora. Qual dos dois foi escolhido?

Como seria um grande problema se um membro da família real morresse, deve ter sido o conde honorário Toldora, certo?

O jovem nobre que iniciara o assunto apenas ouvia, divertido-se, as conversas dos nobres ao seu redor, sem abrir a boca.

Parecendo impaciente, um nobre de meia-idade, que representava os demais, o incentivou a continuar a história. No entanto, o nome que o jovem nobre revelou foi completamente inesperado.

Vocês conhecem o baronete Donan?

Agora que mencionou... Esse nome não me é familiar.

Não, espere, já ouvi esse nome em algum lugar.

Ele não era de uma ramificação da família do duque de Oyugock?

Ah, aquele homenzinho simpático, certo? Ele nos deu um livro compilado por ele mesmo sobre heróis como presente de aniversário para nossa filha, quando ela completou sete anos.

Ah, aquele homem conhecido por sua paixão por heróis, não é?

Mas não me lembro dele ser um homem corajoso o suficiente para arriscar a própria vida tornando-se um senhor de território.

Sim, pelo que se lembravam, aquele homem incompetente era digno de ser chamado de "esquecível". Ele não parecia alguém que tivesse qualquer ambição de ascensão.

A visão comum entre eles era a de que ele era um homem correto, mas inofensivo.

Isso significa que ele provavelmente foi recomendado pelo duque de Oyugock.

Mas até os nobres guardiões estavam morrendo. Você acha que o cauteloso duque de Oyugock faria algo assim?

Exato. Como as minas foram distribuídas entre os lordes vizinhos, o território do marquês Muno agora é apenas grande, sem uma indústria especializada do povo, reduzido à pobreza. Não há nenhum lucro para Sua Excelência, o duque, se envolver nisso agora.

Era natural que estivessem perplexos. Excetuando-se a área diretamente sob o rei, o duque detinha o maior território. E não apenas era vasto, mas também o mais produtivo, sendo referência na produção de arroz, sal, seda e vidros. Além disso, ele já havia adquirido as minas do marquês Muno e obtido o direito de negociar com as minas controladas pelos anões.

Ninguém conseguia imaginar por que ele desejaria um território que agora não passava de uma terra extensa e vazia.

Na verdade, sobre esse baronete Donan... Ele tem vivido na cidade do marquês Muno nos últimos cinco anos.

O quê? Mas até mesmo nobres honorários e nobres de baixa patente foram mortos na cidade de Muno!

Exato. Os únicos nobres que ainda restam na cidade de Muno são o barão associado e sua família.

E ele levou a família para um lugar desses?

Parece que são pessoas completamente alheias ao mundo.

Hm... Mais do que incompetente, sua insensibilidade é inaceitável.

Como a esposa dele é uma plebeia, seu sangue nobre é fraco. Talvez seja essa a razão.

Rudy: É curioso como nunca vimos qualquer menção à esposa do Barão ou qualquer participação dela na história, tanto na WN quanto na LN. Ela deve ser uma dama de resPEITO para ser mãe de Lady Soruna e Lady Karina.

Assim, no ano seguinte, o baronete Donan herdou o título de Muno e foi nomeado barão, sendo oficialmente investido como senhor feudal.



◇◇◇



Mudemos de cenário para o edifício principal do baronato, dentro do castelo. Dez anos após a sua nomeação como barão, a mansão finalmente havia sido concluída com a assistência do duque de Oyugock.

Então, o casamento da princesa será mesmo…

Sim. Como a cerimônia foi adiada tantas vezes, eu já imaginava, mas agora um mensageiro trouxe um aviso oficial de recusa.

Que absurdo... Se era para recusar, o próprio noivo deveria ter vindo pessoalmente.

O barão tentou acalmar o cônsul Jii, que se exaltava em sua defesa. A fúria do homem acabou se dissipando após aquele desabafo indignado.

Não há nada que possamos fazer. Soruna nunca demonstrou interesse, de qualquer forma. Além disso, há uma diferença de idade de dez anos entre eles.

No entanto, se isso continuar assim, ela acabará ultrapassando a idade ideal para se casar.

A proximidade de tantos anos tornava as palavras de Jii diretas, sem cerimônias. O barão apenas sorriu, um tanto resignado.

Eu não me importo, mesmo que seja alguém do povo, desde que Soruna o tenha escolhido.

Isso é inaceitável. Quem herdará este território não pode estar abaixo dos vassalos que servem a família há gerações. Além disso, é essencial fortalecer alianças com os lordes vizinhos. Essa questão não pode ser tratada com negligência.

Mesmo assentindo às palavras de Jii, o barão já havia, em parte, desistido da ideia de um casamento vantajoso para suas filhas. No período em que assumiu como senhor feudal, mais de cem nobres haviam morrido na disputa por esse território. E as tragédias não se restringiam apenas aos pretendentes. Em alguns casos, até os pais e netos daqueles que almejavam o título caíram em desgraça.

Por mais que tentassem escapar de seus próprios problemas, casar-se com a filha do senhor de um território amaldiçoado poderia significar caminhar para a ruína. Muitos nobres pensavam assim.

Até mesmo o pretendente que havia recusado o noivado só aceitara o compromisso porque, no início, lhe haviam prometido o título de senhor feudal. Na verdade, lady Karina completaria a maioridade no ano seguinte, e até aquele momento sequer possuía um noivo.

Cinco anos depois, lady Soruna encontraria seu novo noivo. E um ano antes da pior calamidade atingir o território do barão Muno.


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