Hai to Gensou no Grimgar | Grimgar of Fantasy and Ash Volume 12 Capítulo 05
[Juventude, Força e Coragem]




Fomos em direção ao leste, Haruhiro narrou silenciosamente. Depois, ao longo do caminho, para o sudeste.

Não foram só momentos bons. Na verdade, raramente eram momentos bons, mas também não eram só momentos ruins. Por exemplo, durante uma tempestade furiosa, geralmente encontrávamos uma caverna onde podíamos nos abrigar. Então o tempo clareava, e era como se tudo aquilo tivesse sido uma mentira.

A comida que a Setora faz pode ser realmente deliciosa. Kiichi é temperamental, mas às vezes se aconchega em nós, ronrona quando é acariciado e fica adorável. Surpreendentemente, havia uma boa quantidade de felicidade espalhada aqui e ali. Só que eu tinha muita dificuldade em perceber que ela estava lá.

Essa jornada me ensinou coisas. Talvez não tenha sido uma viagem ruim.

Haruhiro continuava com seu monólogo interno, chegando ao ponto de pensar: É assim que nossa jornada terminou.

Então, este é o mar — Setora disse baixinho.

Kiichi ficou bem próximo aos pés dela, com o rabo erguido balançando suavemente de um lado para o outro.

É mesmo o mar... — Yume estreitou os olhos e abriu um sorriso.

Shihoru se agachou e soltou um suspiro.

Ufa...

Haruhiro. — Kuzaku estava virado para ele, com uma expressão séria.

O que foi?

Você se importa se eu gritar?

Huh? Você quer gritar? Bem, acho que não tem problema...

Certo, então eu vou gritar.

Kuzaku colocou as mãos em frente à boca como se fossem um megafone, inclinou-se para trás, respirou fundo e então...

É o maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar...!

Parece um idiota — murmurou Mary.

Haruhiro concordava plenamente, mas entendia o sentimento de Kuzaku.

Haruhiro e a party estavam olhando para o mar do pico da última montanha. Devem estar a cerca de trezentos metros acima do nível do mar. Assim que descessem a montanha, estariam na praia. Dali em diante, o mar azul infinito se estendia até onde os olhos podiam alcançar.

Haruhiro estava farto de montanhas. Já tinha subido e descido o suficiente para uma vida inteira. Finalmente, depois de tanto tempo, aquela era a última.

No dia anterior, com aquele pico final à vista, haviam decidido acampar sem subir até o topo. Estavam tão animados que se levantaram enquanto ainda estava escuro para ver o nascer do sol do cume.

No fim, demoraram mais para alcançar o topo do que esperavam, então não conseguiram ver o momento em que o sol surgiu no horizonte. Mas, apesar de terem perdido a primeira luz, ainda foi uma visão magnífica. Se Haruhiro fosse inclinado à poesia, provavelmente teria composto alguns versos.

...É, não tenho nada — comentou ele.

Nada do quê? — perguntou Mary.

Ah, não, nada...

Mesmo com as sombras do céu ainda nublado caindo sobre ela, Mary brilhava sob a luz do amanhecer. Se ele fosse um poeta, poderia cantar seus louvores com palavras bonitas.

Ele murmurou: — Tão deslumbrante que deixa a mente em branco.

Verdade. — Mary olhou para o mar, soltando um leve suspiro.

Haruhiro não estava se referindo ao mar, no entanto. Nem ao sol, que parecia espalhar bilhões de joias sobre sua superfície. Ele estava falando de Mary.

A propósito, Haru. — Setora o encarava com um olhar penetrante.

...Sim?

Quando olho para você, ocasionalmente, na verdade, com bastante frequência, fico tão frustrada que sinto vontade de matar algo.

Isso não é nada gentil...

Não é. Então tome cuidado para que eu não mate você.

Hm... Eu adoraria tomar cuidado e tudo mais, mas o que exatamente você quer que eu...

Por algum motivo, Kuzaku se agachou ao lado de Shihoru e latiu como um cachorro.

Au, au!

Shihoru deu tapinhas nas costas de Kuzaku, e depois na cabeça dele também. Será que a “cachorrificação” dele estava progredindo cada vez mais rápido?

Isso, aparentemente, é tudo culpa minha de alguma forma. Haruhiro podia adivinhar pelo menos isso. Mas, ei, o que eu posso fazer? Eu adoraria fazer algo sobre essa minha personalidade indecisa, sabe? Se eu pudesse mudar, eu mudaria, e tento dar passos à frente quando consigo, mas provavelmente não é o suficiente. Mais, né? Preciso fazer mais, né? Por outro lado, se eu der um passo decisivo, tem o problema de eu não saber o que vai acontecer. Tipo, que influência isso terá em todos ao meu redor. Afinal, ainda sou o líder, sabe? Não posso simplesmente ignorar isso. É algo a considerar, então não é fácil. É difícil. A vida é difícil demais...

A propósito, sabia? — Yume apontou na direção do mar. — Ali, tem uma coisa que parece um navio. Tá inclinado, né? Ou será que Yume tá só imaginando?

Não, definitivamente não era imaginação dela. A que distância da praia aquilo estava? Não muito perto, mas também não tão longe. Aquele veleiro não estava navegando, então talvez fosse justo dizer que estava parado, mas havia algo estranho nele. Como Yume havia dito, estava claramente inclinado.

Será que encalhou? — Haruhiro murmurou em voz alta.

Seja como for, não dava para decidir nada dali. Haruhiro e a party desceram a montanha em direção ao mar. Pensar que aquela era a última montanha fazia Haruhiro ter vontade de cantarolar uma música, como se estivessem em um piquenique, mas, se baixassem a guarda, algo os derrubaria. Era isso que significava viajar.

Eles desceram a montanha em algo que parecia duas horas, depois caminharam por cerca de trinta minutos até chegarem a um campo de grama com vista para uma praia rochosa.

O navio em questão estava bem à frente. Suas velas eram brancas, e o casco não parecia envelhecido. Não parecia ter sido abandonado para apodrecer ali há muito tempo, então talvez tivesse encalhado recentemente. Era uma análise amadora, mas essa foi a impressão que Haruhiro teve.

Incrivelmente, na praia de pedras, havia pessoas. Não, ele não tinha certeza de que eram humanas, mas havia várias criaturas humanoides. Mais de dez, sentadas, de pé e andando por ali.

Talvez sejam a tripulação daquele navio — ele murmurou.

Haruhiro e a party estavam deitados no chão, alinhados horizontalmente. As pessoas de lá provavelmente não podiam vê-los.

Miau... — Yume apertou os olhos. Sendo uma caçadora, ela tinha a melhor visão entre eles. — Tem seis homens... acho? Homens humanos, digo. Oh, tem uns não-humanos também? Um pode ser um orc. Provavelmente, pelo menos. Tem kobolds também. Ah, e um gobbie? Aquele ali, com as bandagens enroladas no rosto? Difícil dizer. Tem uma garota também... Hummm. Será que é uma garota?

Se fossem apenas humanos, tudo bem, mas havia orcs, kobolds e goblins também. Além disso, havia uma mulher humana misturada no grupo. Que tipo de grupo era aquele?

Ouvi dizer que humanos e orcs coexistem em Vele... — Setora comentou, soando estranhamente incerta.

Havia muitos elementos incertos. Talvez fosse melhor não se envolver. Era uma visão curiosa, mas a curiosidade já tinha causado problemas antes, e um certo idiota que uma vez esteve na party havia trazido muitos problemas por causa dela.

Sim, pensou Haruhiro. Melhor não investigar isso. Vamos embora quietos e fingir que não vimos nada.

Rastejem para trás, depois sigam rumo ao sul...

Talvez “rastejem para trás” ao invés de “rastejem para frente” tenha sido uma maneira estranha de se expressar. Haruhiro estava prestes a se corrigir quando Yume fez um barulho estranho.

Huhwah!

Q-Que foi, Yume?

Ela tá acenando.

Hein? Quem tá?

A garota... Mas aquela garota tem bigode. Garotas têm bigode? Yume nunca teve bigode.

Bem, talvez dependa da pesso—Espera, o que? Ela tá acenando?

Olhando melhor, havia de fato uma pessoa que parecia uma garota acenando na direção deles. Mas seria um daqueles casos em que ele pensaria: Quem, eu? E então seria outra pessoa? Tipo, será que havia outro dos camaradas daquela garota atrás de Haruhiro e da party, talvez?

Isso também seria perigoso. É. Definitivamente perigoso. Haruhiro se virou para verificar. Nada. Ninguém ali.

Heeeey! — a garota finalmente começou a gritar.

Ela estava olhando para eles, não estava?

Ele daria mais de oitenta por cento de chance de que sim. Talvez noventa? Podia ser noventa e nove. Talvez até cem por cento.

Heeeey! Vocês aí! Apareçam! Se forem inimigos, vamos matar vocês!

V-Vamos lutar? — Kuzaku começou a sacar sua grande katana.

Espere — Haruhiro o deteve. Se fosse acabar em luta, deveriam fugir em vez disso. Estavam a mais de cinquenta metros do grupo.

Ele estava prestes a dar a ordem de retirada quando o homem misterioso, com bandagens, entregou à garota um objeto cilíndrico de algum tipo. O que era aquilo? A garota apontou o objeto na direção deles.

Ka-boom!

Quando a garota disse isso, houve um kaboom, ou talvez um bang, seguido de um whoosh, e Haruhiro se apoiou nos braços para levantar. Houve um impacto agora mesmo? Algo tinha voado naquela direção e atingido o chão com uma força incrível. Uma fumaça subia da ponta do objeto que a garota segurava.

Não pode ser! Aquilo é uma arma de fogo? — Shihoru verbalizou o que Haruhiro pensava.

Heeeey! Apareçam! O próximo vai acertar! E vai doer muitooo! Eu sou uma atiradora apimentada! Isso mesmo! Mas não de verdade! — A garota balbuciava e fazia pouco sentido.

Foi magia...? — Até mesmo Setora estava chocada. Kiichi estava abaixado no chão, já iniciando um recuo rastejante.

Não — disse Haruhiro. — Não é magia. É uma arma.

Haruhiro mordeu o lábio e o lambeu. Uma arma de fogo. Por que uma arma de fogo? Aliás, armas de fogo sequer existiam? Ele nunca tinha visto uma—certo? Nesse caso, por que Haruhiro, e até mesmo Shihoru, sabiam que elas existiam e como eram chamadas? Seria parte das memórias e do conhecimento que tinham antes de virem para Grimgar?

De qualquer forma, era uma arma que disparava projéteis com pólvora. Uma arma de fogo. Também chamada de pistola ou rifle. Como a garota disse, se uma bala os atingisse, não sairiam ilesos. Mary estava ali, então poderia curar qualquer ferimento, desde que não fosse fatal, mas era totalmente possível que uma bala causasse morte instantânea se acertasse o local errado.

Não atire! — Haruhiro gritou, levantando uma mão. Ele se ajoelhou em um dos joelhos. Seus companheiros ainda estavam abalados, pelo que parecia. Ele sentia muito por estar agindo por conta própria, mas não tinha escolha. Era uma situação de crise.

Se vocês aparecerem, eu não vou atiraaar! — A garota ainda mantinha a arma em posição. — Mas todoooos têm que aparecer! Sim, sim! Eu não sou mega, afinal! Ops, desculpa! Quero dizer, não sou ceeeeega!

Que garantia temos de que você não vai atirar?! — Haruhiro gritou.

Uh, eu prometo que nãooo! Juro dedinho!

Não dá pra jurar dedinho! Não a essa distância!

Acho que nãooo! Mas vocês vão ter que confiar em mim, achooo!

Você fala pra confiarmos, mas nem sabemos quem você é!

Eu também não conheço vocês! Isso nos deixa quiteees! Sim, sim!

O jeito de falar dela, por si só, já era estranho, mas ela não parecia ser uma idiota. Seria seguro dizer que eles eram soldados voluntários? Afinal, estavam em território inimigo, então era uma decisão difícil.

Haruhiro-kun! — Shihoru chamou seu nome.

Quando ele olhou para ela, Shihoru assentiu.

Sim, pensou Haruhiro. Ela estava certa. Não havia como ter certeza, mas aquelas pessoas provavelmente não pertenciam a uma organização contrária à humanidade. Se fossem, teriam atacado a party sem hesitar no momento em que os viram.

Todo mundo, levantem-se. — Seguindo a ordem de Haruhiro, seus companheiros se levantaram, um após o outro.

A garota jogou a arma para o homem misterioso com bandagens e apontou o dedo na direção deles.

Muiiito bem! Agora, um de vocês vem até aqui e me enfrentaaa! Não me importa quem, pode vir! Isso mesmo!

Parecia que ela era ainda mais estranha do que haviam imaginado.

Haruhiro desceu até a praia de pedras, indo em direção ao grupo.

Os membros do grupo, de fato, pareciam marinheiros. Bem, não que Haruhiro fosse um especialista em marinheiros, mas eles pareciam vestidos para trabalho a bordo de um navio. E não eram apenas os humanos, mas também os orcs e goblins, que tinham a pele bronzeada. Eram exatamente o que se poderia esperar de homens do mar.

A garota usava um chapéu enrolado dos dois lados, roupas masculinas e exibia um bigode. Não, seria um bigode falso? Provavelmente, sim. Mesmo para Haruhiro, sendo homem, se ele deixasse o bigode crescer, provavelmente não ficaria tão espesso assim.


Hai to Gensou no Grimgar | Grimgar of Fantasy and Ash Light Novel Volume 12 Illustrations

Ela estava brincando?

Não parecia ser o caso.

A garota estufou o peito, cruzou os braços e olhou para Haruhiro e a party. Seu olhar era afiado. Até mesmo intimidante. Apesar de ser pequena, ela exalava uma intensidade que fazia com que não percebessem seu tamanho.

Eu sou a MMM do K&K! Momohina! Digam seus nomes!

...K&K? — Mary franziu as sobrancelhas.

Os olhos de Momohina se arregalaram.

Digam seus nomes! — ela repetiu.

Ei! — começaram a gritar os homens. — Ela mandou vocês se apresentarem, seus idiotas!

Vamos matar os homens e pegar as mulheres, se não se apresentarem!

Na verdade, eu quero pegar elas de qualquer jeito!

Agora você só está mostrando o que quer, seu cretino!

Aquilo era horrível. As garotas da party estavam claramente intimidadas. Kuzaku perdeu a paciência e tentou avançar.

Liceeencio! — Momohina gritou, e os homens se calaram imediatamente.

Haruhiro ficou confuso. Liceeencio...?

Momohina limpou a garganta.

...Ops. A resposta certa era “Silêncio”! Essas coisas acontecem. Elas fazem parte da cena. Sim, sim!

O rosto dela ficou vermelho. Ela parecia envergonhada.

Mm-hm... — Yume assentiu em concordância.

Oh, você vai simpatizar com ela? É claro que sim, né?

Yume e Momohina. Essas duas tinham algumas estranhas semelhanças. Mas Yume não usaria um bigode falso. Também não dispararia uma arma, nem desafiaria alguém sem motivo.

Er... Quando você diz que quer nos enfrentar, o que quer dizer exatamente? — Haruhiro perguntou, só para confirmar.

Momohina, ainda com as bochechas coradas, sorriu e levantou o polegar.

Vamos lutar mano-a-mano, é claro! Isso mesmo! Avante com tudo!

Avante com tudo! — os homens repetiram em uníssono com vozes roucas.

Mano-a-mano. Isso significava um contra um. Às mãos nuas, então?

Fechado! — Kuzaku girou o braço no ar e avançou, mas o bigode de Momohina torceu e quase caiu.

Duwhuh?!

Momohina imediatamente pressionou o bigode falso de volta ao rosto, mas Kuzaku perdeu a empolgação. Conhecendo Kuzaku, ele provavelmente lembrou que sua oponente era uma mulher e começou a questionar se lutar contra ela seria apropriado.

Haruhiro também não se sentia confortável em lutar com uma mulher, mas não queria deixar isso para as garotas da party.

Certo, eu faço isso — ele disse.

Heh heh — Momohina riu. — Venha! Isso vai ser moleza. Sim, sim!

Momohina tirou o casaco e o lançou de lado. Os homens soltaram um grito de comemoração, e Haruhiro rapidamente desviou o olhar. Momohina estava usando um casaco que ia até os joelhos, mas, naturalmente, ele esperava que ela estivesse vestindo algo por baixo. Não estava. Era pele nua. Ela não estava completamente sem roupa, mas usava apenas uma faixa amarrada ao redor do peito como se fosse roupa íntima. Era difícil encará-la diretamente.

Qual o problema? Heeeey! Venha até miiiim!

Você pode colocar o casaco de volta? — ele perguntou.

Nem pensar!

Por quê...?

É muito pesado pra me moooover! Você entendeeee?! Esse sentimento?!

Não, não entendo, mas pode tentar entender como eu me sinto também?

Não me importo com isso, então vamos logo! Hoorah! Se você não vem até mim, talvez eu deva atacar, hein? Aqui vooou euuu!

Momohina avançou. Num instante, Haruhiro entrou no modo de combate como se um interruptor tivesse sido acionado, saltando para trás em diagonal com toda a força.

Nossa. Ela é rápida. Como assim?

Hee. Deixe-me adivinhar, você não é amador, nééé?

Aquela postura. O pé e a mão esquerda à frente, quadris baixos, e a mão levemente aberta. Não havia força desperdiçada em lugar nenhum do corpo dela. A partir de um estado que parecia relaxado, ela acelerava rapidamente. A amadora aqui não era ela.

Me entretenha! Sim, sim!

Diferente de um soco ou tapa, os braços, os pulsos e até os dedos dela se flexionavam ao atacar. Embora isso não pudesse ser o caso, parecia que poderiam cortá-lo se o atingissem. Haruhiro confiava em seus reflexos para desviar dos ataques de Momohina. Se tentasse planejar como reagir a cada movimento, não conseguiria acompanhar.

Ora, ora, ora, ora, ora, ora, ora, ora, ora! — ela gritava.

Que ataque feroz. Rápido e contínuo. Não dava trégua.

Haruhiro rapidamente perdeu a capacidade de desviar e, ao tentar bloquear com o braço, não foi apenas empurrado para trás, mas também levado para o lado, o que o fez perder o equilíbrio. Em pouco tempo, ele foi encurralado. Não havia mais nenhuma saída. Relutante, Haruhiro partiu para o contra-ataque.

Dar socos e chutar não eram suas especialidades. Haruhiro decidiu receber o combo de Momohina, resistir e tentar agarrar o braço dela. As técnicas de combate de um ladrão incluíam uma habilidade chamada Arrest.

Agora.

No momento em que pensou nisso, foi jogado ao chão. Seu braço foi agarrado, e ele foi arremessado.

Por poucoooo!

Momohina estava se preparando para acertar o rosto de Haruhiro. Mas não com o punho. O que ela planejava fazer com aquela mão aberta? Ele não sabia, mas tinha certeza de que aquele ataque funcionaria.

Ele não fez isso intencionalmente. O limitador em seu cérebro deve ter se desligado sozinho.

Assault.

Haruhiro saltou para longe de Momohina, mas imediatamente avançou de volta. Ele não pensava em como usar as mãos ou os pés, não planejava fintas ou estratégias. Nada disso. Ele não olhava para os movimentos de sua oponente nem tentava senti-los. Ele cortava todas as respostas, focando apenas em atacar.

Seu coração batia forte, seus vasos sanguíneos se dilatavam várias vezes além do normal, e o sangue corria pelo corpo a uma velocidade incrível. Não importava que sua oponente fosse uma mulher, ou mesmo humana. Para Haruhiro, naquele estado, era apenas carne colidindo com carne, esmagando carne. Eles podiam ser reduzidos a polpa sangrenta, e ele não se importaria. Na verdade, ele queria isso. Quando usava Assault, Haruhiro era ele mesmo e, ao mesmo tempo, não era.

Ainda assim, não foi o suficiente.

Momohina desviava da mão direita, da mão esquerda, do pé direito e do pé esquerdo dele, bloqueando e redirecionando seus ataques. Ela estava brincando com ele, como se fosse uma criança.

Isso não vai dar certo.

Momohina era uma mulher estranha, mas não uma idiota. Ela devia saber, desde o início, que nunca perderia numa luta corpo a corpo. Ela tinha atraído Haruhiro para uma batalha que estava certa de vencer. O resultado já estava decidido.

É isso! O melhor! Que você! Consegue?! — ela gritou.

Tendo desviado do ataque no qual Haruhiro colocara toda a sua força, ela passou ao contra-ataque com confiança. Assault descartava completamente a defesa, focando apenas no ataque. Se ela o acertasse agora, ele não teria como revidar.

Delm! — Momohina golpeou a lateral esquerda de Haruhiro com a palma da mão. O impacto foi direto no flanco, mas ecoou até o topo de sua cabeça.

Mesmo cambaleando, Haruhiro tentou ferozmente agarrá-la. Momohina gritou: “Hel!” E “En!” acertando seus ombros esquerdo e direito, e depois o plexo solar com um “Balk!” Os golpes eram como estacas sendo cravadas nele.

A essa altura, Haruhiro já estava perdendo a consciência. O que o mantinha de pé era teimosia, pura força de vontade ou talvez apenas coincidência.

Zel! — Momohina avançou e chutou o joelho esquerdo de Haruhiro.

Ele caiu para trás. Não conseguia mais manter o equilíbrio.

Arve!

Se Momohina tivesse acertado um golpe limpo no queixo dele com a palma que desceu, quem sabe o que teria acontecido com Haruhiro. Ele poderia muito bem ter morrido.

Momohina deliberadamente escolheu não acertá-lo.

E não foi só isso. Momohina usou o braço direito, que ela havia feito errar, para segurá-lo enquanto ele caía, girando-o no ar. Ao mesmo tempo, boom, houve uma explosão em algum outro lugar.

Gritos e aplausos se elevaram, e Momohina sentou Haruhiro no chão.

Em algum momento durante a luta, seu bigode falso havia caído.

O rosto de Momohina era, sem dúvida, o de uma garota jovem. Sua idade real era desconhecida, mas ela parecia ainda mais jovem que Haruhiro e sua party. Espera aí, o que tinha sido aquela explosão agora há pouco? Podia ter sido Blast?

Delm, hel, en, balk, zel, arve... Agora que pensava nisso, ela havia entoado um feitiço, não tinha? Huh? Ela era uma maga?

Eu sou Momohina! A MMM da Companhia de Piratas K&K! Sou uma mestra de kung-fu, uma maga e uma mulher! Woo! — ela gritou.

Os homens ergueram as mãos e aplaudiram com vozes roucas.

Ooooooooooooh!

M = Mestra de Kung-fu. M = Maga. M = Mulher.

Oh, então era isso. Bom, não era como se houvesse outro MMM, então era basicamente uma descrição direta dela.

Que tal isso?! — Momohina olhou para Haruhiro de cima, com arrogância. Ela parecia tão... convencida. — Vitória perfeita! Oh, yeah! Você admite a derrota?

Eu admito a derrota.

Beeem! Agora, a partir de agora, vocês são meus subordinados! Subordinados, subordinados, subordinados! Tá entendido?!

Hã? N-Nós somos...?

Isso mesmo que são! Lutando mano-a-mano, nós formamos um vínculo de sangue!

Você fala como se lutar criasse amizades. Não, acho que isso não é bem isso...

Tá tudo bem, tá tudo bem! Não se preocupe com os detalhes! Juventude! Força! Coragem! É JFC! Essa é a lei dos piratas, okay?! Sim, sim!

Piratas...

Agora que pensava nisso, ela estava falando algo sobre a Companhia de Piratas K&K. Os homens eram marinheiros, e Momohina aparentemente era a capitã deles. O navio deles estava encalhado logo ali.

Certo, então. Era um grupo de piratas. Aquele era o navio pirata deles, e Momohina era a capitã. Isso explicava o bigode? Não, ela não precisava mesmo de um, precisava?

...Espera aí, nós somos subordinados? De uma pirata? Sério?



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