Hai to Gensou no Grimgar | Grimgar of Fantasy and Ash Volume 09
Capítulo 01
[Libertar-se de suas próprias limitações]
Ele apertou a mão direita.
Abriu.
Apertou de novo.
Era essa a mão, pensou Haruhiro mais uma vez. A mesma que havia machucado um companheiro.
Não, isso estava errado. Ele não era mais um companheiro.
— ...Ranta.
Quando Haruhiro sussurrou o nome, sentiu uma amargura profunda em seu peito. Não deveria haver qualquer gosto ali, mas, apesar disso, era definitivamente amargo. Apertava, como se suas costelas estivessem sendo comprimidas, rangendo, e ele sentia uma dor surda.
Ranta. Aquele Ranta. Maldito Ranta. Aquele desgraçado.
Ele tinha ficado por trás do cara e cravado seu estilete no ombro direito dele. A sensação que teve naquele momento já não estava mais lá. O que significava que aquilo havia sido, para ele, algo banal. Como das outras vezes, como se fosse algo natural a se fazer, Haruhiro o havia esfaqueado com seu estilete.
Ele poderia dizer que, para aquele golpe em específico, ele não hesitou. Se tivesse vacilado, nem que fosse um pouco, provavelmente teria sido ele a ser atingido.
Ranta estava levando aquilo a sério. Pelo menos, era assim que parecia. Haruhiro só podia supor que era o caso.
Ranta tinha se tornado forte. Sua RIPer era afiada e, surpreendentemente, pesada. Será que Haruhiro estava subestimando-a? Talvez fosse verdade. Afinal, ele nunca havia sido o alvo daquela lâmina antes; só a tinha observado de perto.
Sabia que era rápida. O cara era rápido. Diferente de como era antigamente. Ele era uma pessoa completamente diferente de quem costumava lutar com dificuldade contra um único goblin.
Mas isso não era verdade apenas para ele. Todos tinham crescido. Até o próprio Haruhiro havia crescido. Mas, talvez, ele realmente estivesse subestimando o cara. Haruhiro não tinha percebido o quanto ele havia evoluído.
Se tivesse realmente entendido isso, talvez houvesse outras maneiras de lidar com a situação. Talvez ele pudesse ter evitado chegar a esse ponto.
Ele havia tentado matar o cara.
Se tivesse ido mais longe, teria tentado cravar seu estilete nas aberturas do elmo dele.
— Haru — chamou Mary.
Ao ouvir a voz dela, Haruhiro voltou à realidade. Olhando para a esquerda, viu Mary olhando para ele com a testa franzida.
Exatamente como naquela hora. Mary havia gritado “Haru!”, e ouvir seu nome o fez parar antes de matar Ranta.
Mary havia interrompido Haruhiro, sem a menor hesitação. Ele estava grato por isso.
— Sim. — Haruhiro abaixou o olhar. — O que foi? Aconteceu alguma coisa?
Mary começou a dizer algo... mas, no final, apenas suspirou.
Lá fora, estava chovendo.
Haruhiro e Mary estavam dentro de uma caverna. Era a caverna conectada à montanha onde o dragão de fogo vivia em Darunggar. Antes, eles estavam bem na entrada, mas como a chuva não parecia prestes a parar, haviam se abrigado mais fundo. Mesmo assim, estavam a apenas cinco metros da entrada.
Estavam sentados juntos no chão fresco e firme, lado a lado, com as costas apoiadas na parede.
Juntos.
Sim.
Eles estavam sozinhos, juntos.
Eles não podiam ir para a vila oculta, e esse era praticamente o único lugar cujo local todos conheciam mais ou menos, então decidiram se reunir ali caso algo acontecesse. Essa foi uma decisão que Haruhiro tomou depois de conversar com Yume, Shihoru e Kuzaku.
Haruhiro e Mary haviam chegado. Graças a Kuro, o ex-caçador e agora guerreiro que fazia parte dos Typhoon Rocks, que indicou a direção para eles, conseguiram chegar, mesmo se perdendo um pouco no caminho. Agora, estavam esperando pelos seus companheiros.
Os outros estavam demorando, ele sentia. Quanto tempo havia passado desde então? Não sabia ao certo, mas parecia que o sol estava começando a se pôr. Ou será que o mau tempo estava apenas deixando tudo mais escuro?
Apressar-se não ajudaria em nada. Eles não podiam sair dali, afinal. Mesmo que saíssem para procurar, as chances de encontrarem Shihoru e os outros lá fora não eram altas. Não apenas não eram altas, eram baixas. Na verdade, o melhor seria assumir que as chances eram quase nulas.
Talvez Shihoru e os outros não conseguissem vir, mesmo que quisessem. Podiam ter se perdido pelo caminho. Estariam em uma situação que os impedia de chegar? Algo teria acontecido?
Como a batalha tinha terminado, afinal? Arara e os Rocks. Katsuharu. E Shihoru e os outros. Eles estavam enfrentando a Forgan, liderada por aquele orc, o Jumbo. Quando Haruhiro saiu para resgatar Mary, Rock e Arnold, o guerreiro morto-vivo, estavam no meio de um duelo um contra um. Quem tinha vencido?
Se Rock tivesse perdido, as coisas certamente teriam dado muito errado. Os Rocks seriam exterminados. E, obviamente, Shihoru e os outros também.
Mesmo que Rock tivesse vencido, Forgan tinha uma vantagem numérica esmagadora. O que significava...
Eles não estariam em apuros de qualquer forma?
Shihoru. Ela havia colocado a mão nas costas, com o punho fechado, para dar um sinal de encorajamento a Haruhiro quando ele saiu para resgatar Mary.
Ultimamente, ele começava a sentir que não estava à altura de Shihoru. Shihoru estava realmente observando seus companheiros, incluindo Haruhiro—e provavelmente não por puro tédio. Ela tentava compreendê-los, e é por isso que conseguia enxergar através dele.
Com certeza, Shihoru já devia ter percebido que Haruhiro tinha sentimentos especiais por Mary. Haruhiro havia negado, e Shihoru disse que acreditava nele. Mas isso devia ser apenas uma fachada. Ele estava certo de que, na verdade, Shihoru percebia perfeitamente os sentimentos de Haruhiro.
No início, Shihoru era difícil de se aproximar, e ele nunca sabia como conversar com ela quando estavam sozinhos. Ela era uma companheira preciosa, mas apenas isso. Mas, em algum momento, ela se tornou mais importante para ele. Ela era uma companheira, uma amiga e alguém que o compreendia.
Será que nunca mais verei Shihoru...? ele se perguntou. Não, não quero pensar nisso. Não suportaria.
Ele não conseguiria viver sem Shihoru. Ou, no mínimo, não conseguia imaginar continuar sem ela. Shihoru era indispensável. Não para a party. Ela era completamente indispensável para Haruhiro.
Claro, o mesmo valia para Yume. Ah, Yume. Ele segurou sua mão tantas vezes. Até se abraçaram. Yume era uma garota, e Haruhiro, um garoto, então seria mentira dizer que ele não sentia nada por ela. Mas e daí? Ele pensou, do fundo do coração.
Ele gostava de Yume. Amava-a. Ele amaria Yume mesmo que ela não fosse uma garota. Ela era como uma irmã mais nova ou mais velha, talvez. Não eram parentes de sangue nem nada, mas ele sentia uma conexão profunda com Yume. Tinha um vínculo inseparável com ela, e sentia que poderiam manter o mesmo tipo de relação que tinham agora até a velhice.
Não que ele soubesse. Não podia prever o futuro. Talvez nem houvesse um futuro, sabe? Podia já ter sido perdido para ele. Se Yume tivesse sido—se ela não estivesse bem—era isso que significaria.
Kuzaku.
Se algo tivesse acontecido a Yume ou a Shihoru, também teria acontecido a Kuzaku. Kuzaku colocaria a vida em risco para proteger as duas, então provavelmente ele seria o primeiro a cair. Haruhiro não queria pensar que isso tinha acontecido.
Se Yume era como uma irmã mais velha ou mais nova, então Kuzaku, mesmo considerando o quão alto era, era como um irmão mais novo. Ele era leal, sério, e acreditava em Haruhiro ao ponto de ser constrangedor, mostrando-lhe um grande respeito.
Eu tomei a decisão errada? Haruhiro não podia deixar de duvidar.
Se sim, era um erro grave. Ele teria cometido um erro de uma magnitude inimaginável?
Ranta e Mary haviam sido capturados pela Forgan. Haruhiro, através de uma série de eventos complicados, conseguiu se reunir com Shihoru e Kuzaku. Eles descobriram que Ranta aparentemente os havia traído para se juntar à Forgan. Não estava claro o que tinha acontecido com Mary. Eles conseguiram inferir que ela estava viva pela forma como Ranta falava dela. Foi por isso que Haruhiro decidiu que eles resgatariam Mary.
Será que isso foi certo?
Quatro pessoas, incluindo ele mesmo, estavam bem. Ranta tinha os traído para salvar a própria pele, ou por algum outro motivo.
Deveria Haruhiro ter desistido de Mary?
É verdade que ele conseguiu resgatá-la, mas isso era algo que só conseguia ver em retrospectiva. Ranta tinha enxergado através dele, então Haruhiro venceu por uma margem extremamente estreita. Não teria sido nada surpreendente se ele tivesse falhado.
Se Haruhiro tivesse considerado o bem-estar de Shihoru, Yume e Kuzaku, deveria ter abandonado Mary. Se o tivesse feito, não teria perdido mais nenhum companheiro. Era outra coisa que ele só conseguia ver em retrospectiva. Se tivesse esquecido Mary e não se envolvido na luta dos Rocks, não seria difícil para os quatro escaparem. Juntos, talvez tivessem conseguido voltar para Altana de alguma forma.
Mesmo que ele e Mary sobrevivessem sozinhos, de que adiantaria? O que poderiam fazer?
— Haru.
Ao ouvir seu nome novamente, ele olhou para Mary, que estava abraçada aos joelhos com a cabeça baixa.
— Eu queria... falar sobre o Ranta.
— Ahh — Haruhiro disse. — ...Entendo.
— Acho que você não precisa se sentir mal por... tê-lo machucado.
— Afinal, ele nos traiu. Então... é.
— Para ser honesta, nem eu sei ainda — admitiu Mary. — Não sei o que Ranta estava realmente pensando. Por que ele fez aquilo?
— Não faço ideia também. — Haruhiro deu um pequeno sorriso. Seria ele uma pessoa horrível por conseguir sorrir em um momento como esse? — Meio que sinto que nem quero saber. Foi só para sobreviver? Ele é meio... impulsivo, sabe? Como se agisse no calor do momento. Ele tem um lado assim. Talvez fosse tudo o que ele podia fazer naquela hora. Pelo menos para ele. Eu não entenderia.
— Só que... — Mary abraçou os joelhos com força. — Se Ranta não tivesse feito aquilo, acho que... provavelmente teriam feito coisas horríveis comigo, coisas que nunca quero passar.
— Ele fez isso para te salvar, é isso que você acha? Foi um disfarce?
— Pode ter sido isso, ou não... Sinceramente, não sei.
— ...Entendo.
— A verdade é que me disseram para me juntar à Forgan também — disse Mary. — Se eu aceitasse, eles me acolheriam como uma companheira, foi o que ele disse. Mas recusei.
— O quê? Isso não foi... meio ruim? Não era um momento crítico?
— Você tem razão. Acho que foi.
— Por que você recusou? — Haruhiro perguntou. — Embora, suponho que seja uma pergunta meio incômoda...
— Não podia ser uma traidora. Não podia trair você. Trair todos. Mesmo que fosse só de fachada, por conveniência, eu não conseguiria.
Pesado.
Era tão pesado assim.
Para Mary, o peso de sua responsabilidade com Haruhiro e os outros, seus companheiros, era tão importante que protegê-los era mais valioso para ela do que sua própria vida e dignidade.
Se Haruhiro estivesse no lugar de Mary, o que ele teria feito? Poderia dizer com certeza que faria como ela e não trairia a party? Para ser completamente sincero, não poderia. Ele não queria ser um traidor, mas talvez sentisse que não tinha escolha senão fingir que os apunhalava pelas costas. Provavelmente seria assim.
Mary.
Mary.
Haruhiro entendia. Mary talvez não dissesse com frequência, mas ela se importava profundamente com seus companheiros. Ele sabia bem disso. Por isso a perda de Moguzo a afetou tão profundamente. Provavelmente, ela ainda carregava essa dor e jurou firmemente que não deixaria mais nenhum de seus companheiros morrer.
Maldição.
Era realmente impossível. Haruhiro nunca teria conseguido abandonar Mary.
Existiam coisas que ele podia aceitar com frieza lógica. Provavelmente haveria várias situações em que teria que fazer isso. Mas as pessoas não agem apenas com base na razão, então, ao tomar decisões como líder, ele também não deveria se basear só na lógica. No fim das contas, ninguém seguiria um líder que agisse sempre de forma racional.
Por exemplo, se Haruhiro tivesse decidido abandonar Mary naquela hora, o que teria acontecido? Se fosse uma decisão bem pensada, Shihoru talvez o apoiasse. Yume provavelmente choraria por Mary. Kuzaku, apesar de possivelmente ser rejeitado por ela, ainda nutria sentimentos por Mary. Ele não aceitaria a decisão facilmente.
Mas, desde o início, Shihoru, Yume e Kuzaku deviam acreditar, sem sombra de dúvida, que Haruhiro não abandonaria Mary. E foi exatamente assim que aconteceu, de fato.
Haruhiro queria ser o melhor líder que pudesse para seus companheiros, seus amigos. Queria crescer de todas as formas possíveis. Para isso, ele faria todo o esforço. Mas, não importa onde fosse, Haruhiro ainda era Haruhiro, e nada mais.
Ele não podia se tornar outra pessoa, e tinha certeza de que ninguém esperava que ele o fizesse. Ele era o líder, então carregava a responsabilidade pelos resultados. Refletiria sobre eles também. No entanto, refletir e se arrepender eram coisas diferentes. Se o arrependimento pudesse mudar a situação, ele se arrependeria o quanto fosse necessário, mas, infelizmente, as coisas não funcionavam assim. Nesse momento, Haruhiro estava fazendo algo sem sentido.
Bem, o que ele deveria estar fazendo?
Se ele não sabia, era por aí que devia começar. Deveria pensar sobre isso.
A situação. Era sempre a mesma. Ele precisava entender a situação e usar isso como base para tomar uma decisão. Reunir toda a informação que pudesse. Simplesmente aprender.
— Mary... — disse Haruhiro. — Mesmo depois do que fez, como foi poupada? Tenho certeza de que você preferia não ouvir essa pergunta, mas...
— Não... Acho que preciso lhe contar isso. — Mary finalmente ergueu o rosto. Ainda assim, evitava encontrar o olhar de Haruhiro. — Foi algo que Ranta disse. Ele disse que queria me fazer sua mulher há muito tempo. Então, mandou que os outros não encostassem em mim. Se eu recusasse de maneira firme, então ele disse que poderiam fazer o que quisessem comigo.
— Uhh, então o Ranta disse isso... para esse Jumbo?
— Correto. Jumbo aceitou surpreendentemente bem.
— Isso é meio... — Haruhiro hesitou. — Não sei. Eles são bem diferentes, esses caras da Forgan. Talvez seja só esse orc, Jumbo, que seja diferente. Não, talvez não seja tão diferente, mas sim estranho...
— Eu também fiquei surpresa — disse Mary. — Eu achei... que estava tudo perdido.
— Você tem muita coragem, Mary.
— Não é verdade. Eu estava com medo. — Mesmo tendo finalmente levantado o rosto, Mary abaixou-o novamente. Não apenas isso. Seu aperto nos joelhos ficou muito mais firme. Seus ombros, suas costas; até sua voz tremiam. — Eu estava realmente com medo, pra ser honesta.
Havia algo que ele devia fazer ali? Como colocar o braço ao redor do ombro dela, talvez? Ou esfregar suas costas? Talvez fosse melhor fazer algo naquela situação. Mas ele não conseguia, sabe?
Se fosse com Yume, ele provavelmente o faria. Com Shihoru, não tinha tanta certeza, mas talvez fosse aceitável, dependendo da situação. Tipo, se ela começasse a chorar, ele provavelmente tentaria confortá-la de alguma forma.
Por que ele não conseguia fazer isso com Mary? Era porque teria pensamentos impróprios?
Esse não é o momento pra pensar nisso, disse a si mesmo. Esqueça os pensamentos impróprios e intenções secundárias. Sou um idiota?
— ...Então, basicamente, o Ranta te salvou.
— Provavelmente. — Mary assentiu levemente. — É o Ranta, porém. Não posso afirmar com certeza. Foi uma mentira quando disse que queria me fazer sua mulher. Disso eu tenho certeza.
— Bem, é...
Nesse caso, isso significava que a traição de Ranta era uma farsa.
Takasagi. O homem de meia-idade com um braço, um olho e um cachimbo na boca. Era ele quem estava encarregado de vigiar Ranta? Talvez por isso ele tivesse que lutar a sério contra Haruhiro e os outros. Se tivesse se contido, Takasagi poderia ter percebido.
Tudo fazia sentido. Parte de Haruhiro queria que fosse verdade.
Haruhiro suspirou.
— De qualquer forma, vamos deixar a questão do Ranta de lado por enquanto. Antes disso, temos a Shihoru e os outros. Continuamos esperando por eles aqui, ou é melhor nos afastarmos daqui? É questionável se este lugar é seguro. É... É verdade, né? Não é impossível que a Forgan venha pra cá. É melhor assumirmos que sim, huh?
— ...Me desculpe.
— Hã? Pelo quê?
— Por não estar sendo útil — disse Mary. — Esperava poder dar algum bom conselho, mas ficou bem claro o quanto ainda sou inexperiente como soldado voluntária.
— Ei, olha. Será que você pode parar com isso? Não fica assim.
Mary virou a cabeça para o lado, lançando um olhar para Haruhiro.
— ...Parar?
— É. Sei que vindo de mim pode não soar muito convincente, mas... — Haruhiro baixou os olhos e coçou a cabeça. — Ficar se desmerecendo assim, essa é praticamente minha especialidade. Acho que agora estamos enfrentando uma situação bem difícil. Talvez por isso mesmo a gente deva parar com isso. Eu não sou forte, e digo isso de várias formas. Mas não quero usar essa fraqueza como desculpa. Eu não posso, entende? Quero dizer, por mais fraco ou inútil que eu seja, a situação não vai ficar mais fácil por causa disso. Sinceramente, sinto que não estou em posição de te dizer isso, mas vamos parar de nos menosprezar. Nós dois.
— ...Você tem razão. — Mary ergueu a cabeça, olhando para cima. Ela deu um pequeno sorriso contido. — Não vai ser fácil, mas decidi parar. De me culpar, quero dizer. Se você também fizer isso, Haru.
— Tem razão, talvez não seja fácil, mas... — Quero dizer, isso já faz parte de quem eu sou, Haruhiro pensou enquanto se levantava. — Vou até a entrada dar uma olhada lá fora. Você descansa.
— Não. — Mary se levantou. — Combinamos de fazer isso juntos, certo?
— ...Combinamos, sim.
Não era hora de se animar demais, Haruhiro alertou a si mesmo enquanto seguia em direção à entrada junto com Mary.
A chuva não parecia que ia cessar tão cedo.
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