Digimon Tamers 00 Zero Zero – Capítulo 05
[Nasce Meicoomon]
Os digimons dos domadores lendários retornaram.
Gigimon, Gummymon e Pokomon, “desdigivolução” de Guilmon, Terriermon e Renamon, respectivamente, apareceram do nada e sem motivo algum.
Isso trouxe muita alegria e emoção a Takato, Lee e Ruki, onde suas lágrimas de saudades ilustravam perfeitamente o clima criado.
Aquela foi uma noite especial... e de um sonho que se tornou realidade.
Mas o dia seguinte seria mais cheio.
E ele guardava surpresas.
ガジマル家 (Residência da família Gajimaru)
時間: 06:00 AM
A manhã tinha acabado de começar para os moradores do edifício residencial Fujioka.
Muitos adultos saíam para trabalhar, assim como os demais que estavam nas ruas de Shinjuku.
A Sra Hadoro já havia saído de casa, plantonista de um hospital privado, se ausentando antes do primeiro raiar do sol, mesmo nos finais de semana.
Uma linda manhã de sábado que se iniciava.
Meikume acordou com um belo sorriso no rosto, inclusive. A semana, lotada de afazeres no clube de desenho, lhe trouxe só alegrias.
Ela, bastante disposta e animada, virou para o lado e abriu a janela: o sol brilhante e quente alegrou ainda mais seu início de dia.
— Ahh... Bom dia, Sol! — ela disse, radiante e respirando o ar úmido da manhã.
Despojada e de ótimo humor, o dia prometia muito, em seus pensamentos.
— “Hoje vou continuar a desenhar e fazer o restante do mangá…”
Contudo, os acontecimentos normais, a partir de agora, deram um tempo.
Com total certeza.
Meikume continuou pelo quarto, trocando de roupa e, como sempre fez, se aprontou para curtir o fim de semana.
Porém, olhou para o lado e, instintivamente, ao notar quem estava deitada, disse:
— Bom dia, Meicoomon.
E essa alguém respondeu:
— Bodia, Mei… — disse, se virando para o lado.
A menina, ainda com o sorriso, deixou seu quarto, bocejando e se espreguiçando em seguida, indo até a porta.
Seria algo normal, se não fosse por um detalhe.
— Ei... Peraí... Mas o que... — atabalhoada, Meikume voltou para seu quarto tão rápido quanto saiu.
E ela, ao olhar Meicoomon dormindo, gritou histericamente e se descabelando.
— Mas o que é isso?! O que tá acontecendo aqui?
De forma autônoma, o digivice de Meikume, que estava sobre a mesa de seu computador, ativou sozinho e fez a leitura:
C://DIGI-SCAN_
メイクーモン – MEICOOMON
Type: -
Lvl: Adult
Digimon felino, possui aparência infantil. Tem garras afiadíssimas. Seu principal golpe é Garras Fechadas.
Meikume limpava os olhos, voltando a observar a felina, que também fez o mesmo, só que por causa de ter despertada do sono:
— Hum... Nyah... Que que foi, Mei? — a pequena esfregava seus olhos. — Ai, que soninho...
— AAAHHH! Co-co-como pode?! — a garota, com os olhos arregalados, mal conseguiu manter a razão. — COMO PODE ISSO?!
— Uahh... — se espreguiçou a felina – Como pode isso u que?
— Você! Como? Porque? — as três sentenças foram ditas pausadamente, mostrando o nervosismo desenfreado da garota.
— Eu. Não sei. Sei não… — o mesmo fez Meicoomon, mas de forma fofa.
Tudo aquilo para Meikume era como um sonho, onde ainda não havia acordado e tudo não passava de faz de conta.
Entretanto, bastou fazer um pequeno experimento.
— Peraí… — disse, mirando o dedo mindinho do pé direito bem na quina da parede. — Tenho que fazer esse teste antes de qualquer coisa!
E foi o que fez.
O suposto teste foi realizado, para infelicidade da garota: assim que atingiu a quina com o dedo, ela gritou tão alto que até espantou os pássaros que estavam em árvores próximas do prédio… a mais de 20 metros.
Ela, ainda se retorcendo de dor, se convenceu de que tudo aqui era mesmo real.
Tanto que, aos gritos histéricos, tentava achar respostas fazendo perguntas aleatórias.
— PORQUE VOCÊ TÁ AQUI?! O QUE TÁ ACONTECENDO? QUAL O MOTIVO?
— Ué... — disse a gata, com seus grandes olhos verdes com iris trincada. — Eu sou sua parceira, desde hoje.
— DESDE HOJE?! ONDE?! E QUANDO?! — os gritos não cessaram, até que tentou recobrar algo próximo de ter razão. — Como você tá aqui na minha frente?! Não é possível... Só pode ser um sonho!
A palavra sonho tinha muitos significados.
E, para Meicoomon, um em específico.
— Sonho, hum... — disse, com sua barriga fazendo barulho — Hum... Fominha...
— O que?! — o comentário da menina foi espontâneo.
A digimon, ainda com seu estômago fazendo ruídos, continuou seu pedido.
— Tô com fominha, Mei.Tem sonho?
— Sonho?! Do que você tá falando?
— Sonho... Um pãozinho recheado de creme e choucolati… — disse, gesticulando com seus dedinhos o formato cilíndrico do que seria um sonho.
A conversa, que de alguma forma atribuiu atenção de ambas, se manteve.
Isso foi tão inocente, a reação de Meikume, que ela só se ateve à forma peculiar que Meicoomon falava chocolate.
Por isso, tentou corrigi-la.
— Você quer dizer chocolate, né?
— Isso! Choucolati.
— Não! Chocolate! — insistiu, a continuar.
— Choucolati — Meicoomon repetiu, só que mais fofa.
— Chocolate, Meicoomon!
— Ah sim... — a pequena manteve o discurso. — Choucolati.
A garota, um pouco irritada, tentou mais uma vez.
Claro, sem sucesso.
— Cho-co-la-te! Chocolate!
— Chou-co-la-ti. Choucolati!
— NÃO! É CHOCO... — dessa vez, Meikume percebeu que o diálogo se manteve e ela respondeu esse tempo todo. — Peraí! Você é de verdade mesmo! Não é um sonho!
— Não tem sonho? Ah... Tô com fominha... Pode arrumar outra coisa pra eu comer?
A jovem correu feita uma louca, abraçando Meicoomon com força e gritando como se não houvesse amanhã.
— Ah, modesu você é real que fofinha minha bolotinha kawaii demais coisa mais formosa que existe da face da terra perfeição de fofurinha! — ela falou tudo isso sem nem tomar ar.
— Uh... Mei... Ah.... — a pequena estava sendo sacudida para tudo que é lado.
— É um sonho se tornando realidade! Nossa, você é muito fofinha!
— Purr... – sim, era ronronou.
Vocês devem saber a reação de uma jovem ao sentir um gato ronronar, não?
A segunda rodada de surto começou.
— AHHH! Não! você não fez isso! meu kokoro não vai aguentar tanta fofura dessa minha bolotinha kawaii!
Foi uma manhã de sonhos se tornando realidade.
Todavia, alguém ainda não teve seu problema resolvido.
— Tô com fominha! — Meicoomon apontou para a própria barriga.
それについて (Enquanto isso)…
新宿区 (Cidade de Shinjuku)
時間: 06:10 AM
O dia já começou agitado para Takato, Lee e Ruki.
Agindo dessa vez usando da razão e inteligência, não guardaram segredo algum de seus pais, lhes contando tudo que aconteceu.
E as consequências da noite anterior nos levaram até:
李家住宅 (Residência da família Lee)
時間: 07:00 AM
Por uma benéfica ironia, o ocorrido aconteceu em um final de semana, o que ajudou e muito para que todos pudessem ter tempo para assimilar o reaparecimento de seus amigos digimons.
Ainda que isso fosse algo inesperado e sua natureza também.
Depois de terem o cuidado de não serem vistos, Takato e Ruki foram até a casa de Lee para, enfim, fazerem uma confraternização (novamente) após Gigimon, Gummymon e Pokomon aparecerem.
E justamente sobre isso que conversavam.
Junto a eles, lá estava Janyuu Lee, o pai de Lee, e sua mãe, Lee Mayumi, que servia o café da manhã para seus convidados.
Além deles, também Shiuchon, a irmã de Lee, hoje com 12 anos, fez parte da reunião improvisada.
— Ah, então esse é o Terriermon mais novo? — disse, segurando Gummymon — Parece uma gelatina, mas eu reconheço ele!
O pequeno digimon reconheceu a jovem. Ele deixou isso claro.
— Gummymon sabe que você é a Shiuchon, mas agora você evoluiu... e isso é muito legal!
A conversa prosseguiu e chegou até os domadores, que estavam reunidos à mesa enquanto comiam bolo e tomavam chocolate quente.
O Sr Janyuu, com seu notebook sobre a mesa, investigava a situação a seu jeito.
— Quem mais sabe sobre esses digimons, jovens?
— Só nossos pais... — respondeu Takato.
— Isso é bom... — ele se acalmou, respirando aliviado. — Bem, mantenham essa discrição o quanto puderem.
— Tudo bem, pai... — desta vez foi Lee, dizendo — Já entramos num acordo para não escondermos nada de vocês e manter isso só entre a gente.
Caminhando para próximo do grupo, Ruki tomou a palavra.
— Ok, já estamos conversados... – disse, um pouco impaciente. — Mas, e agora? Por que eles estão no nível bebê? Acredito que eles tenham recebido dados todo esse tempo no digimundo.
O pai do Lee, mais experiente após os acontecimentos de cinco anos atrás, lhes disse o que tinha em mente:
— Jovens, vocês se lembram como tudo terminou, não? Pois bem, não há como eu precisar pra vocês o que aconteceu com eles nesse longo período, mas a biologia dos digimons não é como a dos animais, por exemplo.
— Como assim, pai? — perguntou Lee.
Uma explicação um pouco mais elaborada veio de seu pai.
— Um animal se adapta ao ambiente a qual vive e suas variantes, assim como Darwin disse. Mas um digimon... — ele pausou um pouco sua fala, pegando um pequeno quadro para demonstrar.
Com ilustrações, ele explicava com mais facilidade.
— Eles são formados por dados, proveniente do que nós produzimos no nosso mundo. Ou seja, o digimundo, o hábitat natural dos digimons, sofre influência exatamente desses dados...
Mantendo o raciocínio, ele continuou:
— Só que, com a destruição do Matador e a reinicialização de tudo que estava presente do digimundo no mundo humano, alguma coisa aconteceu para que tanto Gigimon, Gummymon e Pokomon não terem absorvido dados e, por isso, se mantiveram nessa forma.
Embora a explicação fosse realizada perfeitamente, ainda havia lacunas não preenchidas.
— Mas peraí... — indagou Ruki — Como assim? Se eles se alimentam de dados, quem cuidou deles até agora?
— Inicialmente, não tem como saber, Ruki... — respondeu Sr Janyuu. — Estou lhes dizendo no puro achismo. Se fosse colocar em um âmbito natural do digimundo, eles... — o moço tomou muito cuidado no que falar. — Bem... Como poderia dizer…?
Mas Lee, entendendo o ponto e tom para onde estava indo obrigado assunto, respondeu pelo seu pai, bem direto:
— Eles já estariam mortos, não é?
— Jianliang… — seu pai mostrou um olhar preocupado.
— Não somos mais crianças, pai — aguardando pela confirmação, Lee manteve o que disse. — É isso, não é?
— Hm... É. Exatamente isso.
O semblante de todos abaixou, pois a lembrança que tinham do digimundo ainda estava presente na mente de cada um.
No mundo selvagem e implacável de lá, de fato, não seria um ambiente seguro para sobreviverem sozinhos, pelo menos no estado como bebês.
Mas, para surpresa deles, Shiuchon disse algo que, talvez, trouxesse mais esclarecimentos.
— Gummymon, quem cuidou de vocês?
Essa pergunta chamou a atenção de todos e, sobre o colo da garota, o simpático digimon respondeu:
— Grani... Ele cuidou e protegeu a gente.
O espanto foi imediato, onde o Sr Janyuu se pronunciou imediatamente.
— Grani?! Mas... Ele cuidou de vocês?! — sua surpresa o fez aumentar o volume de sua voz.
— Espera... — Indagou Lee — Protegeu de quem ou do quê?! E, o mais importante: como? Grani doou sua vida para somar forças com o Dukemon!
A memória de Lee estava afiada.
E isso também fez lembrar a todos do derradeiro momento, onde Grani se fundiu a Dukemon para lutar contra O Matador.
Pokomon, se mostrando mais conhecedora do que aconteceu, pareceu ficar relutante por alguns segundos.
Dos três, era o digimon com mais controle emocional, destoando um pouco do comportamento infantil dos demais bebês digimon.
Decidida, compartilhou informações:
— Ficamos o tempo todo escondidos dentro de uma árvore pelo Grani. Ele vivia dizendo para não sair dali por nada desse mundo... — disse, corrigindo-se a seguir. — Quero dizer, do nosso mundo.
— Pokomon... – Perguntou Ruki – Foi Grani que trouxe vocês pra cá?
Tomando a palavra dessa vez, foi Gigimon:
— O Grani protegeu a gente... mas a gente não conseguiu proteger o Grani.
— Do que você está falando, Gigimon? – Perguntou Takato, preocupado.
E Gummymon completou:
— Ele... O Grani se sacrificou pra gente fugir...
— Como é, Gummymon?! – Perguntou Lee – Quando você diz “se sacrificou”, o que quer dizer?
— Momantai... – Disse, desviando o olhar.
— E como Grani estava lá? Ele deixou de existir, isso não faz sentido…
Algo de ruim ocorreu, isso estava estampado nos rostos dos três.
Não só algo horrível, mas também coisas inexplicáveis.
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