Digimon Tamers 00 Zero Zero – Capítulo 02
[A Reunião dos Domadores Lendários_]
そして続けて、別の大学で ...
(E continuando, em um outro colégio...)
新宿高校アトリエ・芸術大学
(Colégio Atelier e Artístico de E. M. de Shinjuku)
時間: 05:30 PM
O colégio referência em arte de Shinjuku
Encontrado no berço da área teatral de Shinjuku, o Atelier estudantil era referência entre os jovens formandos em artes da cidade.
Os principais representantes da moda e estilismo do Japão passaram por lá e alguns até lecionam no colégio.
O ar artístico do prédio era visível em seus corredores, com quadros e pinturas nas paredes. Não era raro ver suas artes sendo feitas ao vivo ao longo de todo o ano letivo.
Contudo, já era o fim do dia de aulas, onde os alunos, em grupos, deixavam o prédio a fim de irem para casa.
Claro, qualquer atividade extracurricular que tivesse envolvimento no mundo das artes validava notas para o trimestre. Por isso, muitos recorriam ao atelier do local ou até mesmo ao teatro.
Entretanto, havia uma aluna bem aplicada mas que tinha o costume de fugir um pouco dos padrões das demais garotas.
E embora ela apreciasse a peças teatrais japonesas, principalmente aquelas que tinham como personagens principais do folclore japonês, vide as kitsunes, ela nunca negou um desafio.
Essa jovem, não arredando a um duelo, seguiu, após as aulas, para a:
野海恵子小学校 (Escola de E. F. Keiko Nokai)
学校の駐車場 (Estacionamento da escola)
Justamente, no fim da tarde, Ruki Makino, estudante do ensino médio de 15 anos do colégio Atelier e Artístico de Shinjuku havia recebido um recado via SMS do lugar onde deveria estar para o duelo.
Diferente de seu passado, ela assumiu de vez um look mais feminino ao usar seu uniforme: sapatos marrons, saia azul e um blazer fechado da cor cinza.
Ela também manteve seus cabelos ruivos soltos, que estavam maiores que a cinco anos atrás.
O lugar escondido escureceu conforme a tarde terminava e a noite começava, dando um tom dramático ao desafio.
Ao chegar ao local do duelo, Makino se sentou ao chão, como se estivesse reverenciando seu oponente.
Pegou seu deck de cartões, escolhendo minuciosamente quais usar para aquela batalha de Digimon, ainda que fosse um card game.
Sob a penumbra, Ruki viu seu adversário ajustar seus óculos, talvez o único jeito de saber que havia alguém ali, dando um ar enigmático.
Os minutos se passaram, com trocas de ataque e defesa.
Rolamentos de dados e cartas na mesa, em um movimento contínuo e repetitivo à exaustão.
Apreensão na face de cada um dos oponentes, dizendo friamente a tenacidade da concentração de ambos.
A batalha seguiu feroz e emocionante, com a plateia em volta emocionada, reagindo a cada reviravolta inesperada.
E foram várias.
Os dois duelistas eram, de fato, habilidosos.
E, após um longo e exaustivo duelo, eis que o último movimento é dado, com o anúncio do vencedor:
— Os pontos de vida do domador se esgotaram! A vitória é da então invicta rainha Digimon Ruki!
As luzes se acenderam de lanternas pelos próprios espectadores.
Não eram muitos, mas barulhentos de qualquer forma.
A algazarra pelo resultado foi grande.
Ruki, vitoriosa, guardou seu deck e, estendendo sua mão, a levou a seu oponente em sinal de espírito esportivo.
— Parabéns pela partida. Você é muito talentosa. Mas eu fui melhor, coisas do jogo. Não leve para o lado pessoal.
A “rainha Digimon” tinha como adversário uma garota que usava óculos, longos cabelos de cor preta e que usava o uniforme tradicional japonês feminino do fundamental... e que não parecia ter gostado de ter perdido.
— Ah tá legal... Tá legal... Isso não era pra ter acontecido! Não! Não! — a menina bateu o pé no chão, insatisfeita.
— Ei... Qual o seu problema? — Ruki tentou acalmá-la, mas em vão. — Eu estou reconhecendo que você duelou bem. O que você queria? Que eu pegasse leve só porque você é do fundamental?
— JAMAIS! — gritou com raiva a garota, gesticulando como uma louca – Eu não deveria ter perdido pra uma mais velha como você!
— Ei ei... Calma aí! O que deu na sua cabeça, garota? Que atitude irresponsável...
— Quero uma revanche agora! — ela exigiu isso, a poucos centímetros do rosto de Ruki com seu indicador apontado contra seu nariz.
— Agora?! Eu gostaria, mas não vai dar. Tenho compromisso, garota.
— O que?! Você não me ouviu?! Eu quero minha revanche agora! JÁ!
A jovem gritava, tão imediatista que era, tão alto que Ruki teve que cobrir seus ouvidos.
Histérica, a menina precisou ser impedida por sua amiga de classe:
— Meikume, para de dar chilique porque perdeu! – disse, segurando a jovem.
— Me solta, Makoto! Eu tenho direito a revanche contra a velha da rainha Digimon!
Quisesse Meikume não ter dito isso e escolhido melhor as palavras.
A Ruki ouviu isso. Era esperado uma resposta a altura.
— Quem você está chamando de velha, sua pirralha remelenta? — a rainha digimon quase a esbofeteou.
— Você, velhota de cabelo branco! — Meikume não arredou, a encarando.
— Cala sua boca e vai brincar com suas bonecas!
— E você vai fazer tricô!
As duas se olhavam, irritadas, mas tudo era por causa do calor da batalha.
A duelista Mirim. Era assim que muitos chamavam a jovem Meikume Gajimaru de 12 anos
Ela também era conhecida como a “princesa digimon”, alcunha lhe dada pelo fenômeno prodígio que a consideravam em torneios de card game.
Contudo, ela odiava ficar na sombra de Ruki e, mesmo do fundamental, a encarava de pé de igualdade nos torneios.
Após a pequena confusão, as duas se acalmaram e, por sorte, a confraternização entre as partes se instituiu.
— Olha... Desculpa — disse Meikume, um pouco envergonhada. — Você não é velha nem nada... Só que eu tenho um certo probleminha em perder.
— Probleminha? Precisa de terapia, garota… — retrucou Ruki, mas sim ser tão agressiva.
— Ei, eu pedi desculpas, tá?
— Ah... Tá. Eu também te devo desculpas. Você não é uma pirralha… — disse, lhe estendendo a mão. — Aliás, você duela muito bem nas cartas...
— Sério mesmo? Mesmo?! — a menina retribuiu a gentileza, apertando a mão da rainha digimon.
— Sim... E eu vou te dar uma revanche por causa disso.
— Aí sim! Tá combinado então!
— Só que não hoje, porque… — Ruki olhou para o céu, estendendo um pouco sua fala em um tom amistoso. — Tenho um compromisso...
— Ah, eu entendi! Mas eu também tenho um daqui a pouco, então teria de ser pra outro dia mesmo...
— Beleza… — Ruki começou a caminhar, já com sua mochila no ombro. — Um dia desses a gente se esbarra outra vez pra duelar, está bem?
— Tudo bem, rainha Digimon! Ruki-Sama!
— Ah, não me chama disso... — ela franziu sua testa, em sinal de desagrado. — Só Ruki está bom. E o seu nome é Meikume, não é?
— Sim. Meikume Gajimaru! Hehe...
Para terminar com o embate, as duas tocaram punho com punho em sinal de respeito.
Logo, todos se dispersaram, com as duas seguindo caminhos opostos.
A rivalidade, enfim, era saudável, ainda que algumas ressalvas pudessem ocorrer.
Todavia, a noite só estava começando.
Um compromisso muito estava por vir.
A noite em Shinjuku era um período do dia muito convidativo para amigos se reunirem ao longo da megalópole de Tokyo.
Esse era o cenário.
時間後 (horas depois)...
新宿スクエア(Praça de Shinjuku Fast Food)
時間: 07:20 PM
A famosa lanchonete de Shinjuku (Shinjuku Square Pub), onde a maioria dos jovens da cidade procurava para conversar e comer sanduíches, estava bem movimentada.
O lugar tinha arcades dos mais variados tipos e até mesmo karaokê, com idas e vindas de pizzas, hambúrgueres e refrigerantes servidos.
Mas, como aspecto de destaque, havia um grupo de adolescentes um pouco mais afastados dos demais.
Eles estavam na área externa, que dava para ver a famosa praça da cidade.
O trio que se reuniu como sempre fizeram nos últimos cinco anos.
Sim, lá estavam Takato, Lee e Ruki, reunidos novamente.
Por um ano, o time de domadores não se encontrava. Porém, eles haviam fincado um acordo: de se encontrarem sempre no dia onde tudo terminou.
Eles fizeram isso nos últimos cinco anos.
— Se lembram quando estávamos no digimundo e aquela moto maluca apareceu do nada? — disse Takato, mostrando vislumbre no olhar. — Gente, naquele dia eu fiquei com medo. O Guilmon ficou possuído por ela!
Assim como ele, Ruki também relembrava dos embates do passado, impactantes de alguma forma.
— E daquela vez que a Renamon partiu pela noite com o Vajramon. Eu fiquei muito preocupada. Mas, ela ficou linda sob a luz do luar aquele dia.
Lee se adequou ao assunto, também com lembranças.
— Teve a vez que o Terriermon lutou pela primeira vez. Eu nunca pensaria que, naquele dia, quando ele estava lutando contra Pajramon, ele ficaria tão forte e rápido.
Era um encontro completamente carregado de nostalgia.
Como nos anos anteriores, os amigos de longa data não deixaram a chama de seus corações se apagarem e, na força da plena amizade e confiança, relembrar dos velhos tempos.
Uma noite para colocar em dia a conversa e para saberem como estavam e como seria a visão para o futuro.
O trio de ex-domadores de Digimon se afastaram desde então porque passaram a estudar em colégios distantes uns dos outros.
Como de praxe, a vida seguiu, com cada um tomando sua direção.
E por muitos minutos a conversa continuou.
Tempo suficiente para, enfim, a realidade bater à porta.
— Faz cinco anos que eles partiram... — disse Takato, tomando um refrigerante. Seu olhar distante trouxe junto uma tristeza.
Lee, ao ouvir o amigo, foi pelo mesmo caminho.
— Parece que foi ontem que estávamos lutando juntos. Como devem estar nossos amigos no digimundo?
— Eles sumiram de uma hora pra outra e, desde então, não tivemos mais notícias… — o semblante baixo de Ruki deixou evidente a saudade.
A montanha russa de emoções, nostálgicas e de saudade, tomaram o grupo totalmente naquele instante.
Não era para menos: pela aventura que tiveram juntos, as descobertas e toda a luta contra seus próprios medos e a um inimigo em comum, a fagulha da esperança de um dia reencontrar seus amigos digimons era seu maior desejo.
Takato, puxando para si seu papel como líder, tentou, a seu jeito, levantar o astral.
Ele começou esse movimento por Ruki.
— Ah, deixa disso, rukinha! — disse, sorrindo amistosamente. — É claro que… — ele foi interrompido.
Isso se deu porque Ruki pôs sua mão na boca do rapaz, o calando.
Takato não escolheu bem as palavras, ficou evidente no comportamento de Ruki.
— Primeiro: eu já superei isso. Achava mesmo que eu não conseguiria? — disse, ainda prendendo a boca do garoto. — E segundo: me chama disso de novo e seus pais que vão ficar com saudade, mas de você, seu retardado!
Ele conseguiu se soltar, mas o estrago já estava feito. Ruki o lembrou como ela pode ser terrível.
— Opa, desculpa aí! — ele falou, com um sorriso indicando estar sem graça.
— Não importa... Deixa pra lá.
Aquilo até divertiu Lee, com uma risada franca e que deixou mais leve o ambiente.
Era certo que Takato fez aquilo de propósito, porque estava preocupado com Ruki, mas, mesmo após a conversa sobre tudo que aconteceu a cinco anos, ele foi bem honesto:
— Acabou, pessoal... — disse o rapaz, sendo sensato. — Acho que já temos idade suficiente pra saber que realmente tudo tem mesmo um fim.
Esse não era o mesmo ponto de vista de Takato.
Assim que ouviu o que Lee disse, ele não ficou calado
— Lee, eu respeito sua opinião, mas aquilo que eu vi a cinco anos atrás não me faz acreditar que tudo acabou de vez.
Ruki entrou na conversa e, deixando bem claro, não estava com paciência.
— De novo com isso, Takato? Vê se cresce! 15 anos na cara e ainda acredita que as coisas vão acontecer exatamente como você sonhou?
— Claro que não, Ruki! É só que... — disse, desconversando — Olha, todo ano desde que eles sumiram eu ouço a fita que eu gravei com o gravador de fita cassete do meu pai pra ter certeza de que eu vi aquilo mesmo.
— Não importa! Não fica nessa de revisitar o passado para validar seu presente. O Lee está certo, acabou. — Ruki se levantou enquanto falava, pegando sua mochila.
Ela não havia terminado de dizer o que pensava.
— Todos nós passamos por aquilo juntos e é o que temos. Isso vai ficar com a gente pra sempre, é fato. Mas não fique tentando se enganar.
— Me enganar?! — Takato insistiu, quase começando uma discussão. — Eu estou dizendo que eu vi o portal do digimundo naquele dia e nada disso vai mudar o que eu vi!
Mas Lee novamente jogou na razão, entregando a Takato uma simples questão:
— E daí?
— Daí o quê? — perguntou Takato.
— E daí se você viu? O que muda? Se passaram cinco anos, Takato... É muito tempo.
— Pode passar até cinquenta anos que minha amizade pelo Guilmon vai continuar!
Enfim, uma constatação, que só Lee percebeu a princípio.
— Ah, eu entendi. Agora eu entendi... – falou Lee, fechando seus olhos.
— O que tem?
O sentimento que todos nutriram mesmo após todo esse tempo: era pela amizade.
— Escute, eu penso o mesmo que você — falava Lee, a continuar. — Sempre terei a amizade do Terriermon no meu coração pelo resto da minha vida. E acredito que a Ruki tem o mesmo sentimento pela Renamon.
O tom de voz maduro do rapaz meio que bateu na mente de Ruki, que se lembrou dos bons momentos que passou com Renamon.
Mas a moça não era alguém tão fácil de lidar.
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