Digimon Tamers 00 Zero Zero – Capítulo 01
[A Vida Continua_]




5年後 (Cinco anos depois)...

新宿市 – Shinjuku | : 2006

Pertencente à capital do Japão, Tokyo, a cidade de Shinjuku passou por momentos difíceis no passado.

Mas a metrópole foi reconstruída, revitalizada e suas instalações se modernizaram conforme os anos se passaram após o ataque monstruoso do D-Reaper (ou Matador, como também ficou conhecido).

As ruas, sempre bem movimentadas, davam a entender que a vida havia voltado ao normal, com as pessoas passeando contentes e confiantes nas praças e transitando pelas calçadas.

O comércio da região progrediu, havendo mais empreendedores, sejam pequenos ou grandes comerciantes.

Como esperado, até pelo fato do Japão ser referência no mundo todo, a tecnologia floresceu a passos largos, contribuindo para a expansão da infraestrutura da cidade.

As mídias se aperfeiçoaram e se tornaram mais presentes e acessíveis a toda a população, fazendo com que as “facilidades do mundo moderno e tecnológico”, idealizadas nas décadas passadas, enfim tomassem forma.

Computadores se tornaram peça fundamental e básica nas residências, a área de informatização se mostrou mais exigente e foco de fascínio por parte dos jovens, principalmente estudantes.

Os jogos de videogame estavam em um nível de realismo maior e de fidelidade gráfica ímpar. O sonho de realmente jogar um filme não estava tão distante.

E, como esperado, a comunicação se transformou, onde seu acesso era em qualquer lugar via um dispositivo até então em desenvolvimento nos anos passados: os smartphones tiveram seu início, ainda que para uma fração da sociedade japonesa e, em larga escala, do mundo.

Todas essas tecnologias proporcionam à população japonesa uma revolução para com o trato social e profissional, a ponto de se aproximarem das experiências apresentadas dos filmes de ficção antigos.

Enfim, o boom tecnológico no ano de 2006 fez com que o mundo se tornasse mais conectado e as distâncias entre os povos diminuindo com o avanço da ciência computadorizada como um todo.

As mídias digitais eram a nova febre.

Shinjuku bebia desta fonte de Tokyo.

Era uma cidade que borbulhava vivacidade e animação.

Ela cresceu e fortaleceu seus alicerces.

Assim como todos os cidadãos.

Tomemos agora como cenário uma área mais residencial da cidade, mais precisamente:

新宿高校(Colégio de Ensino Médio de Shinjuku)

時間: 08:00 AM

O tradicional colégio privado de Shinjuku.

A instituição de ensino era inteiramente como esperado no estilo japonês de ser.

Salas cheias de alunos, um grau de pressão sem igual por parte dos professores, exigência por pontualidade e de desempenho colegial, prática de esportes e de tradições japonesas.

E, com lugar cativo na Turma A-3 do colégio, lá estava Takato Matsuda, que atualmente tinha 15 anos.

Vestindo tênis verdes, uma calça preta e blazer cinza, este era o uniforme padrão da instituição.

Seu olhar e postura eram bem diferentes do garoto de cinco anos atrás, parecendo mais concentrado e confiante.

Mas era só uma impressão inicial.

E, pelo visto, a aula de matemática não estava indo bem, já que ele mesmo pensou:

— “Hm... Esse problema está sendo mesmo um problema... Vejamos pela décima vez: A idade de um pai é o quádruplo da idade de seu filho. Daqui a cinco anos, a idade do pai será o triplo da idade do filho. Qual é a idade atual de cada um? Ah... Mas que... Mas... Mas que…”

Um show de impaciência foi mostrado ao vivo.

Ah, mas que problema! — gritou Takato, coçando a cabeça incessantemente.

Ele chamou a atenção a classe inteira... e do professor:

Senhor Matsuda, qual o problema? — o homem de meia idade, já com suas entradas no cabelo e usando terno, o repreendeu.

Ah... Desculpe, professor. Eu acabei pensando alto. Foi mal aí, hehe… — o jovem mostrou estar envergonhado pelo o que aconteceu.

Entendo... Se você está pensando alto, então não teria “problema” algum de mostrar a solução do problema, não é?

Hã?! Mas...

Poderia vir aqui na frente, senhor Matsuda?

Não tinha pra onde fugir.

Mas, mesmo com essa pressão e ter explodido de estresse, Takato foi a frente e, mais calmo, resolveu o problema:

4x 5 = 3 (x 5)

4x 5 = 3x 15

4x – 3x = 15 – 5

X = 10

O filho tem 10 anos e o pai tem 40. Pronto.

O professor e a classe até se surpreenderam. Mas:

A resposta está correta, mas como chegou a essas conclusões, senhor Matsuda?

Ah... Bem... — Takato, com um pedaço de giz na mão, começou a explicação. — O valor do filho era X e o do pai era 4X. Então basta pegar o número de anos pra frente, ou seja, o futuro, e multiplicar por 3 depois. Aí vem a equação que eu fiz e deu que o filho tinha 10 anos e o pai o quádruplo dessa idade: 40!

Muito bem, senhor Matsuda... Me impressionou positivamente — disse o professor, sorrindo mas com apresentando irritação em seu olhar trêmulo. — Continue assim, mas pode me fazer um grande favor?

Hã?! Ah... Claro!

Não grite na minha sala de aula! — o senhor gritou, terminando sua bronca.

Ah... Tu-tudo bem!

A turma ficou no misto de aplaudir e de rir da situação inusitada de Takato.

A aula prosseguiu, mas sem nenhum “problema” maior.

そして休憩中に (E durante o intervalo)...

時間: 11:30 AM

No pátio central do colégio, os alunos tiravam para relaxar um pouco depois das aulas da manhã e para se alimentarem.

Era sempre destinado uma hora para os alunos dedicarem a isso.

Entretanto, como sua turma do fundamental, Takato tinha como companheiros de turma seus antigos companheiros do fundamental.

E então, sabichão? Pronto pra outro problema? Haha!

Este era Hirokazu Shiota, ou Kazu. O jovem de 15 anos vestia o mesmo uniforme de Takato, sem sua tradicional viseira, de quando era mais novo.

Mais um, acompanhando Kasu, também se manifestou.

Não teve jeito, não é? Mais uma vez o Takato, o lendário pai do mico!

Desta vez, provocando Takato, era Kenta Kitagawa, ou somente Kenta. Também de uniforme, ele mantinha seus óculos no visual.

E, por último, uma jovem a qual Takato tem muita estima.

Hm... Vocês são tão dramáticos... Era só um problema bobo!

Era Juri Katou, a Katou.

A garota, também de 15 anos, usava um uniforme feminino, como saia preta e blazer cinza.

Desde o fundamental ela deixou seus cabelos crescerem, estando além do seu ombro.

A descontração se manteve nos jovens.

Vocês precisavam mesmo ficar me lembrando disso? — Takato estava mesmo sem graça.

As risadas amistosas vieram, deixando o clima bem leve e tranquilo.

Kazu, que gostava de tomar a iniciativa das coisas que faziam juntos, propôs:

E então... Partiu jogar card game mais tarde na lanchonete? O deck novo de Digimon saiu e eu consegui comprar um deles!

Mas Takato, ainda sem graça, precisou desmarcar:

Ah... Eu gostei da ideia, mas… — o rapaz virou o rosto, como se estivesse fugindo do assunto.

Mas? Mas o que? — Kazu se mostrou curioso, forçando a conversa.

É que... Bem, eu tenho compromisso para mais tarde...

O silêncio veio seguido de mais provocações de Kazu:

Olha só o Takato escondendo o jogo… — o garoto, abraçando-o pelo pescoço, falou ao pé de seu ouvido. — Então, quem é a felizarda?

Felizarda?! De quem você está falando?!

Ih, qual é a sua? Tá pensando que a gente é inocente? Vai, diz... Qual o nome da garota que você vai se encontrar?

Isso fez com que o semblante de Katou mudasse, mas nada muito brusco.

Entretanto, Takato ficou muito mais envergonhado.

Hã?! Mas... Não! Não é um encontro! — ele gesticulava em sinal de negativa a todo instante, tentando provar que não era o que Kazu pensava.

Tá... Compromisso que os amigos não podem ir, você não querendo jogar card game… — Kazu jogou evidências no ar, só para provocá-lo.

Era sabido que Takato tinha timidez. Mas, conforme o tempo passou, ele amadureceu nesse ponto.

Um pouco do jovem intrépido ainda se manteve. Contudo, ele se impôs e falou para todos:

Eu queria mesmo jogar com vocês, mas realmente tenho que ir nesse compromisso. Marquei faz um mês, entendem? Desculpa aí...

Katou foi empática, segurando nas mãos de Takato de forma gentil, em seguida.

Takato... Não se preocupe. Pode ficar tranquilo que a gente te entende, tá?

Ah... Hã?! O-obrigado, Katou... — disse, ficando corado. — “Rapaz, ela tá segurando na minha mão…”

Como todos os dias, eles se reuniam para conversarem no pátio.

A vida prosseguiu normalmente, mesmo após tanto tempo.

Assim para todos.

そして別の学校で (E em um outro colégio)...

新宿国際高校(Colegio de E. M. Int. de Shinjuku)

時間: 01:00 PM

O melhor colégio para estrangeiros

Situada no centro da cidade de Shinjuku, o colégio de ensino médio internacional abrigava, em sua maioria, imigrantes, principalmente da China e Coreia do Sul.

O prédio era diferente das demais instituições de ensino, onde era possível ver um grande pavilhão destinado a vários eventos destinados a mostrar a cultura estrangeira.

Como o conteúdo letivo das instituições de ensino do Japão tinham um currículo mais criterioso e exigente, os estudantes estrangeiros que tinham dificuldades de se adaptar passavam por um período de nivelamento para que pudessem cursar sem maiores problemas.

O interior das salas eram mais arejados e era permitido utilizar roupas normais, sem a exigência de uniformes.

Mas, mesmo assim, para manter a disciplina, a maioria os adorava.

Voltando após o intervalo, os alunos entraram na sala da Turma A-3, com um deles sendo conhecido.

Era Jianliang Lee, de 15 anos, que calçava sapatos marrom, calça social caqui, blazer verde e, por baixo, colete azul com camisa social branca e gravata.

Lee agora usava óculos durante as aulas.

Ele não tinha praticamente nenhum problema com nivelamento, mas preferiu esse colégio para conhecer alunos de outras nacionalidades.

E, nesse meio tempo que antecedeu o início das aulas, ele costumava pensar no que iria fazer no restante do dia.

Mas, desta vez foi diferente.

— “Tem tanta coisa vindo na minha cabeça agora... Hoje de manhã eu consegui fazer todos os exercícios. O meu almoço foi equilibrado e estava ótimo... “

Seus dias, como ele mesmo já divagou outras vezes, passavam mais rápido, dada a quantidade de coisas e afazeres que somava através dos anos.

Talvez um movimento para suprir algo…?

Enfim, ele continuou sua agenda mentalmente.

— “Mas agora de tarde tenho que ler aquele livro e... Bem, não vou poder treinar Kung Fu com o Mestre... Tem aquele compromisso que não posso faltar…”

E, interrompendo seus pensamentos, eis que uma jovem se sentou ao lado do rapaz.

Ela usava um uniforme como os de Lee, com um estilo tomboy assumido. Seus cabelos eram loiros e olhos de cor azul.

E, como mais um componente característico, ela era americana.

Hey, Lee... What’s up?

Ah... Jannet!?

Ih... Já sei: estava pensando profundamente outra vez, não é? Você precisa ficar mais nesse mundo, sabia?

Hehe... — Lee sorriu, ficando mais à vontade. — Você está certa.

A moça, também sorridente, se aproximou mais do rapaz, deixando claro que eram íntimos.

E então... O que estava pensando dessa vez?

Nada demais... — respondeu o jovem, enquanto pegava sua mochila. — Só me programando mesmo.

What?! Você não é um computador pra ficar se programando, Lee! — Jannet brincava, como se estivesse o provocando.

Não é isso, Jannet! — ele tentou se explicar. — É que… bem… eu…

A dupla parecia se conhecer super bem, principalmente Jannet.

Na verdade, ela não conseguiu insistir tanto na teoria e terminou por ali mesmo a insistência.

Hahaha! Take easy! Eu só estava te zuando!

Você sempre tem que me deixar não assim?! — Lee ficou um pouco irritado, mas não ficou mais do que alguns segundos.

No fim, ambos começaram a gargalhar, deixando claro que a afinidade era crescente.

Nesse meio tempo, a conversa prosseguiu.

Mas diz... O que tem planejado pra hoje de tarde? A gente bem que poderia ir ao Namco Arcade para jogar e comer besteira...

Eu gostaria muito de ir, mas não vai dar dessa vez, Jannet.

Ué... Porque?

Tenho compromisso mais tarde... Fora que tenho que ir pegar minha irmã na escola, a Shiuchon.

Compromisso? — ela, com a ponta de seu indicador, começou a cutucar o peitoral de Lee. — Hum... Você disse isso pra eu ficar com ciúmes, não é?

O que?! Não! Não é por causa disso! — espontaneamente, ele começou a gesticular em sinal de negação.

Jannet brincava, como sempre. Ele sempre esboçava um ar espirituoso perto de Lee.

Enquanto gargalhava, entregou logo seu objetivo.

Haha! Man, você tem que relaxar mais! Estou te zoando!

Você adora me pregar peças, não é?

Hahaha... Sorry! Mas é que você sempre fica muito centrado... — disse, o abraçando. — Relaxa um pouco, Lee. Mas, me conta: que compromisso é esse?

Coisa de amigos, sabe? Algo bem pontual… — ele esboçou um olhar mais distante, de como estivesse prestes a fazer algo importante.

Jannet percebeu esse comportamento e respeitou o rapaz, deixando de brincar.

A conversa seguiu até antes das aulas recomeçarem.

Como percebido, Jannet era a melhor amiga de classe de Lee, que ficou conhecido pelo colégio por ter vencido torneios de Kung Fu do grêmio esportivo do Colégio de Ensino Médio Internacional de Shinjuku todo ano, desde 2002.

Jannet gostou tanto de artes marciais que ela pediu encarecidamente para que Lee a ensinasse Kung Fu, fazendo uma nova amizade.

O dia de aula seguiu normalmente.

Mas ainda não era tudo.


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