Death March Web Novel Online 6-27
[Batalha na Cidade Muno – Parte 5]





Satou aqui. Fato ou Fake, esse era o nome de um programa de TV que tentava descobrir se algo era real ou falso. Mas, em um mundo paralelo onde existem habilidades e magia, a tarefa se tornava ainda mais desafiadora tanto para o impostor quanto para quem tentava identificá-lo.



◇◇◇



— Ele disse Gjallarhorn? Não me diga que é a verdadeira?

Arisa estava perplexa.

“Aquela não era a famosa espada sagrada distorcida?” Mais tarde, eu teria que perguntar mais sobre a história daquela espada quando o momento fosse apropriado.

Quando olhei para a espada na mão do falso herói usando o [AR], o nome que apareceu também foi Gjallarhorn. No entanto, não era uma espada sagrada, mas sim uma espada mágica. A explicação era a mesma daquela que eu tinha, embora fosse apenas um item mágico comum.

Nem era necessário dizer que se tratava de uma falsificação. Seu poder de dano era idêntico ao de uma espada de ferro comum e, visualmente, não passa de uma espada reta normal.

— Herói, você ousa me atacar com a espada falsa que eu mesmo lhe dei? Que tolice.

— Cale-se, demônio! Onde você escondeu o verdadeiro cônsul?

Ah, entendi. Então eles interpretaram os acontecimentos dessa forma.

Eu queria terminar logo com essa farsa e lidar com o problema de maneira direta. Afinal, havia grande possibilidade de que o fragmento (splitter) do demônio estivesse conectado ao corpo original. Se eu eliminasse com muita força, o corpo original poderia se tornar cauteloso e se esconder em algum lugar. Seria um incômodo se isso acontecesse.

Enquanto pensava nisso, percebi que Pochi estava impaciente com a luta do falso herói. Ela puxava a barra do meu manto.

— Pochi também pode lutar, nodesu?

Embora o oponente fosse um demônio, ele estava apenas no nível 1. Visualmente, parecia mais forte do que o normal para o nível, mas Pochi conseguiria derrotá-lo sem se machucar.

— Certo. Tenha cuidado, o inimigo pode usar magia.

O demônio gritou, mesmo sem ter ouvido minhas palavras. No entanto, a magia não se manifestou.

— Tou! Nano desu!

Pochi, soltando um grito cheio de determinação, cortou demônio com sua adaga. Ela mirou no ombro, como costumava fazer com os ladrões. E assim, no momento em que o HP do fragmento chegou a zero, ele se transformou em poeira negra e desapareceu.

Pochi é realmente forte.

Ou melhor, o HP do do corpo fragmentado era ainda menor do que o dos ladrões, então tudo acabou com um único golpe.

— Incrível, desuwa! Pochi-chan!

— Pensar que ela é tão forte mesmo sendo tão fofa! A guerreira semi-humana que salvou Toruma foi realmente a Pochi-dono, não foi?

A família do barão elogiou Pochi.

No entanto, suas orelhas estavam caídas. Ela vinha em minha direção com passos pesados, como se fosse o último membro de um exército derrotado. E então, ergueu os olhos para mim, com lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos.

— P-pochi senti muito, nano desu! Pochi matou a pessoa sombria por acidente, nodesu!

Não foi parecido com o que aconteceu quando derrotamos aquele gárgula da outra vez?

Talvez ela tenha pensado que não deveria matar coisas com aparência estranha.

Embora, para mim, isso também fosse um tanto quanto ambíguo. Não queria matar pessoas ou semi-humanos, mas eu estava bem em obliterar demônios.

Acho que é por causa da aparência deles, afinal?

Eu deveria ter lidado com isso usando a [Flecha Teleguiada], em vez de deixar a Pochi com aquela expressão.

— Está tudo bem, Pochi. Obrigado por proteger a todos.

Eu a abracei e a confortei.

Depois que toda essa confusão acabasse, eu iria preparar um bife extraordinariamente delicioso para ela, até que diga "Pochi não aguenta comer mais, nodesu~."



◇◇◇



— Certo, precisamos salvar o verdadeiro cônsul!

— Isso mesmo, desuwa. Onde será que o cônsul foi aprisionado?

Mesmo tendo se transformado bem diante de seus olhos, a interpretação deles ainda seguia por esse caminho.

Como eu deveria persuadi-los?

Sussurrei para Arisa, dando-lhe permissão, e então vários registros de que a magia psíquica tinha sido bem-sucedida apareceram no [Relatório]. Era a mesma magia usada pelo demônio para manipular as pessoas com facilidade. Dizem que, às vezes, é preciso combater fogo com fogo.

— O demônio de antes é o verdadeiro cônsul, sabiam?

— Que bobagem está dizendo?

— Isso não pode ser verdade.

— Concordo, desuwa.

Ninguém acreditava nas palavras de Arisa, mesmo sendo a verdade. Será que resistiram à magia? Resolvi intervir.

— Todos vocês foram manipulados pela magia do demônio. Como prova, ninguém se lembra nem mesmo do verdadeiro nome dele, certo?

— Isso é verdade, mas…

— Mas, se o cônsul-sama não está aqui…

— Pensar que o cônsul-sama era realmente um demônio... Mesmo sendo a primeira pessoa que me reconheceu como herói...

Oh? Agora eles estavam aceitando minha opinião, mesmo tendo negado prontamente as palavras de Arisa. Apesar disso, o conteúdo do que eu disse não era muito diferente. Será que isso era efeito das habilidades de negociação ou persuasão?

— Então, vocês se lembram desde quando o cônsul foi nomeado?

— Não me lembro. Foi há 10 anos? Não, naquela época o vovô ainda era o chefe da família. Quando foi que o vovô desapareceu?

— Ele estava aqui quando Karina atingiu a maioridade.

— Rondol-sama não era o único mordomo. Desde quando, eu me pergunto, as pessoas que trabalhavam aqui foram praticamente todas embora?

O mordomo também parecia confuso, acompanhando o raciocínio do barão. Parecia que as memórias manipuladas estavam começando a se desfazer, fragmento por fragmento, com as informações sendo retomadas.

Encontrei um subordinado do duque na prisão e confirmei um nome com o barão.

— Barão-sama, senhor conheceria uma viscondessa honorária chamada Nina Rottol?

— Hm, ah sim, a conheço. Ela era uma candidata a cônsul enviada ao nosso território junto com uma carta de sua eminência, o Duque, 5 anos a atrás.

Ele respondeu com naturalidade, mas sua expressão ficou séria logo em seguida.

— Por que candidata!? Nosso território já tinha um cônsul! Mas, a viscondessa Nina morreu em um acidente... por isso, solicitei ao cônsul da geração anterior que ocupasse o lugar dela…

— Talvez o demônio tenha aproveitado o período em que Nina-sama seria nomeada cônsul para usar magia psíquica e manipular todos.

Ninguém questionou como eu tinha acesso a essas informações. Talvez estivessem pensando que eu era um subordinado do duque. Mas também era possível que fosse efeito da minha habilidade de [Enganar].

— Na verdade, obtive informações em uma loja de inteligência na cidade. Disseram que Nina-sama e um sacerdote foram jogados na masmorra pelo demônio.

— Que terrível! A viscondessa Nina! Precisamos salvá-la imediatamente.

O barão ordenou ao mordomo que organizasse uma equipe de resgate.

Com isso, os assuntos internos deste território deveriam se resolver de alguma forma. Rezei para que essa Nina-san fosse uma pessoa competente.



◇◇◇



Em seguida, precisei lidar com a multidão de pessoas que corria em direção ao portão. A melhor maneira seria pedir a Arisa que usasse sua magia, mas o demônio provavelmente tinha plantado agitadores entre os cidadãos. Embora eles não parecessem ter habilidades de assassinato, eu temia que pudessem causar pânico e fazer as pessoas pisotearem umas as outras até a morte.

Não teria problema se eu fosse com ela, mas era certo que o demônio tentaria voltar rapidamente da floresta assim que percebesse que seu fragmento tinha sido eliminado. Não queria deixar este lugar para poder lidar com isso de forma definitiva.

Apesar de poder atacá-lo de qualquer lugar com a [Flecha Teleguiada], se por acaso ele conseguisse se defender, seria difícil disparar novamente.

Permanecer aqui garantiria o próximo ataque.

Obviamente, não planejava enviar apenas Arisa ou Pochi para a multidão. Eu sentia muito pelas pessoas inocentes desta cidade, mas a segurança de Arisa e Pochi vinham primeiro.

Decidi que o falso herói deveria assumir essa responsabilidade. Afinal, esse papel era originalmente dele. Deixei que as pessoas do lado do barão se esforçassem nesta parte.

— Hauto-dono, se você deseja ser chamado de herói a partir de agora, terá que provar seu valor. Traga coragem para as pessoas que foram perseguidas pelos mortos-vivos e estão reunidas diante do portão do castelo.

— Entendido. Não tenho intenção de continuar sendo manipulado pelo demônio. Tornarei-me um herói com meu próprio poder. Serei um homem digno desta Gjallarhorn!

O falso herói respondeu ao meu incentivo com um discurso apaixonado.

— Você é maravilhoso, meu herói-sama.

— Ah, meu amor. Você ainda me chama de herói...

— Sim, desde que salvou a minha vida, você sempre foi e sempre será o meu herói, desuwa.

— Então, vamos juntos! Acalmar os cidadãos!

E assim, os dois deixaram o salão de mãos dadas.

Mas será que é seguro levar uma donzela indefesa para junto da multidão agitada?

— Satou-dono, os cidadãos na frente do portão do castelo estão sendo atendidos, mas o que devemos fazer sobre os monstros fora da muralha?

Barão, você está perguntando isso a um estranho.

— Primo-dono, não podemos vencer contra um exército desses. Vamos fugir com a carruagem de alta velocidade que o cônsul, ou melhor, o demônio, mencionou antes.

— Não posso fazer isso, Toruma. Mesmo sendo chamado de inútil, ainda sou o senhor deste território. Não abandonarei os cidadãos.

Até Hayuna-san parecia perdida, segurando Mayuna-san com um olhar ansioso.

O comentário do Ossan era o senso comum, mas aquela carruagem já havia sido usada pelos companheiros do herói para escapar. Aparentemente, existia uma passagem secreta e, embora houvesse vários zumbis do lado de fora da passagem, deixei que eles lidassem com isso sozinhos.

— Não deveria haver armas ou ferramentas mágicas de defesa em um castelo deste tamanho?

— Havia no tempo do Marquês, mas foram destruídas durante o incidente 20 anos atrás. Quando o território passou a ser um baronato, muitos planos de revitalização foram adiados porque não estávamos em guerra.

— E pergaminhos táticos, vocês têm?

— Recebemos da casa de Toruma, mas, por sugestão do cônsul, foram vendidos para comprar alimentos que seriam distribuídos aos cidadãos.

Droga, esse demônio estava muito bem preparado.

— Então, sinalizem para o exército que saiu para subjugar os ladrões voltar de alguma forma. Vamos manter os cidadãos dentro do castelo até o exército retornar.

Embora soubesse que o exército havia sido aniquilado, não pretendia contar isso ao Barão. Por ora, abrigar os cidadãos dentro do castelo reduziria sua ansiedade.

— Entendido. O interior da fortaleza do castelo é o lugar mais seguro. Vamos evacuar os cidadãos para lá. A essa hora o herói já deve ter acalmado a multidão diante do portão do castelo. Irei até lá informá-los de que estou aceitando-os no castelo. As pessoas devem se sentir aliviadas ao ver que alguém covarde como eu permanece, certo?

Os preparativos começaram, e os cidadãos começaram a ser levados com segurança. Nesse meio-tempo, a floresta à distância tremia mais intensamente, e percebi que os gigantes estavam a caminho.

— Arisa, algo ruim aconteceu.

— O que foi agora? O Rei Demônio saíu também?

Eu preferia que fosse apenas isso.

— Liza e os outros estão enfrentando os zumbis no portão principal.



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