Death March Web Novel Online 6-26
[Batalha na Cidade Muno – Parte
4]
Satou aqui. Viajar para um país sem saber os costumes de lá é o mesmo que pedir por problemas. Imagine que isso é muito pior em um mundo paralelo.
◇◇◇
Ouvi Pochi dizendo: “Os ossos estão perseguindo as pessoas nodesu.” enquanto ainda estava sendo abraçada pela filha.
– Ossos? Existem esqueletos dentro da cidade?
– Sim, aparentemente alguém está usando [Magia Fantasma]. Muito provavelmente os mais idosos entraram em pânico com os mortos-vivos por causa da experiência que tiveram com o cerco do exército do Rei Sem-Vida no tempo do marquês Muno.
– Não há nada que possamos fazer sobre isso. Pelo menos não de onde estamos.
– Como há apenas 20 esqueletos dentro da cidade, farei algo usando o feitiço [Flecha Teleguiadas], ainda que não resolva o problema por inteiro. Também evitarei de atingir os magos que estão fazendo isso, pois eles provavelmente morrerão caso sejam atingidos.
Saí para a varanda usando uma porta diferente da que o barão e os outros usaram.
O feitiço [Flechas Mágicas], da qual as [Flechas Teleguiadas] é derivado, estava escrita no livro de magias para iniciantes que comprei.
Dizia-se que as [Flechas Teleguiadas] fosse a base e o auge da magia. Quanto mais você a domina, mais longe ela pode alcançar e mais flechas você pode lançar. Se a dominar ao máximo e tiver poder mágico ilimitado, poderá destruir o exército de um país inteiro com este feitiço.
Claro, isso parecia exagero, mas, ainda assim, quando eu, que tinha habilidade nível 10, usava a magia, conseguia travar no mapa os inimigos e disparar contra eles. Como o poder de uma flecha mágica era muito inferior a um soco, uma flecha só conseguia derrotar um inimigo de nível 5 no máximo.
Eu podia lançar entre 1 e 125 flechas de uma vez. Cada disparo consumia pelo menos 10 pontos de magia, e o consumo aumentava conforme o número de flechas subia ou ultrapassava certo alcance. Para ser honesto, parecia inferior a magias como explosão ou bola de fogo para combates contra exércitos.
– Es-espera, não me diga que você vai usar [Flecha Teleguiada]?
– Sim, vou dispará-la em segredo, é claro.
Estendi um cajado curto de onde o barão não podia ver e gerei flechas mágicas para mirar nos esqueletos. As flechas pareciam feitas de vidro.
Os marcadores no meu mapa que indicavam os esqueletos foram seguidos por marcas de travamento, semelhantes às que aparecem em simuladores de caças aéreos.
Auto marcação de alvos, incrível.
Não importava quantas vezes as visse, sempre estimulavam meu instinto masculino.
Ajustei a trajetória das flechas para que não entrassem no campo de visão do barão e dos outros, e as lancei. Logo, os esqueletos marcados no mapa foram aniquilados. A magia era realmente conveniente.
– Ei, ei.
A voz de Arisa tremia.
Droga, será que esse tipo de disparo à distância era impossível normalmente?
– Não me diga que você só consegue disparar 20 flechas? Como pode pensar em enfrentar um inimigo de nível 30 com isso? Tenha noção do seu lugar.
Seu tom era incomumente áspero, especialmente considerando que era Arisa.
Será que o número de flechas era baixo demais?
Observando o poder das flechas, eu poderia facilmente vencer disparando 20 vezes, mas imaginava que, como o inimigo era um demônio, seria fácil para ele resistir à magia elemental.
O número de flechas dependia do nível de habilidade, segundo o livro, então deveria contar apenas metade do meu nível? Não que fosse algo que eu precisasse esconder; poderia simplesmente dizer a Arisa para manter segredo se parecesse que ela ia falar demais.
Se nível 10 gerava 125 flechas, dizer que meu nível era 4 e que eu podia gerar 50 não seria estranho. Afinal, 10 flechas já eram suficientes para derrotar o oponente, mesmo se tivesse defesa mágica, então essa desculpa parecia boa.
– Consigo disparar 50 flechas no máximo. Se eu atacar enquanto tomo uma poção de recuperação de MP, provavelmente consigo derrotá-lo repetindo umas 10 vezes, certo?
– Certo, huh~ se disparar tantas assim, tudo bem.
Arisa voltou para o quarto sem dizer nada. Fingi não notar quando ela pisou forte no chão e me lançou um olhar fulminante lá de dentro. Lágrimas surgiram em seus olhos desafiadores.
O barão e os outros ainda observavam a cidade da varanda, sem parecer prestar atenção aqui.
– Você, por acaso, está escondendo seu nível?
Huh? Então a pergunta era armação dela?
Onde foi que errei? Achei que não haveria problema, já que disparar 50 flechas com 1 MP cada indicava que eu tinha 50 MP, suficiente para um nível 12. Bem, isso facilitava as coisas.
– Sim, estou escondendo. Não foi você que me disse para fazer isso?
– Certo, foi, mas esconder o nível além das habilidades?
– Mas você deduziu bem. Preciso só de 50 MP para 50 flechas, não há nada estranho nisso, certo?
Arisa congelou e suspirou, colocando a mão na testa. Após uma pausa, me repreendeu em um sussurro tenso. Senti que estava sempre sendo repreendido por Arisa.
– Que cara descuidado! Conheça melhor o senso comum deste mundo.
– Entendi que errei, mas o que fiz de errado? Até os livros de magia dizem que as flechas podem ser disparadas infinitamente, sabia?
– Idiota, isso é apenas na teoria! O melhor mago que o mundo já viu, e que foi justamente o fundador do Reino Shiga, só conseguia disparar 49 flechas no máximo!
Sério? Tão pouco assim?
Melhor limitar-me a disparar 30 flechas na frente dos outros de agora em diante.
– Posso dizer que foi um erro de contagem.
– E que tipo de pessoas gasta apenas 1 MP por flecha!
Ela continuou explicando as inconsistências enquanto eu refletia. Teria que ajustar minha história para evitar levantar suspeitas novamente.
◇◇◇
Ainda assim, os cidadãos continuavam se aglomerando perto do portão principal e do portão do castelo. Embora os esqueletos tivessem sido eliminados, será que os instigadores ainda estavam por lá?
— É-é terrível! Monstros mortos-vivos estão atacando!
O mordomo de antes entrou na sala com uma expressão completamente diferente no rosto.
— Calma, Meyer. Se forem os esqueletos que apareceram na cidade, parece que os moradores já deram conta deles.
— Não, é outra coisa! Enxames de zumbis surgiram da floresta dos gigantes!
— Que medo, desuwa!
Será que você está mesmo com medo, senhorita?
— Não se preocupe, Soruna-hime. Eu a protegerei!
— Sim, meu herói-sama!
Deixo esse casal ridículo de lado.
O barão e os outros foram até a varanda com vista para a floresta e verificam a situação sobre o muro.
— Estão vindo mais rápido do que o esperado, hein? Mestre, vamos sair da cidade rapidamente. Estamos em menor número e não é como se sua magia não pudesse lidar com centenas de zumbis, mas contra milhares é impossível, né?
— Sim, mas não seria mais fácil simplesmente esmagá-los aos poucos de dentro do muro?
— E você acha que o demônio não vai esperar por isso? Provavelmente deve haver cúmplices entre os cidadãos que abrirão o portão por dentro. Sem a menor sombra de dúvida.
Como se confirmando a previsão de Arisa, pessoas começaram a fugir pelo portão principal. Com toda certeza alguém o abriu de por dentro.
Informo Arisa sobre isso.
— O demônio e seu grupo estão vindo para cá.
— Finalmente, a batalha decisiva, hein?
— Mas antes disso, o fragmento chegará aqui primeiro. Ainda por cima, o cavaleiro Eral está com ele.
— Quem é esse?
— É o cavaleiro que tentou matar Hayuna-san quando ela foi feita refém.
— Ugh, aquele cara, hein…? Então ele vai te atacar caso o senhor avance contra o fragmento, né?
— Muito provavelmente, mas eu o impedirei.
— Certo, vamos deixar isso para a Pochi. Se for ela, pode lidar com ataques desse nível facilmente. Você ficará de olho na família do barão, caso haja emboscadas.
— E se eu neutralizar o fragmento com um golpe imcapacitante?
— Tá, mas já que seria melhor fazer isso em segredo, deixa comigo.
— Entendido.
Chamo Pochi, entrego-lhe uma adaga que tirei da [Caixa de Itens] e explico a situação.
Meu único comando foi "Se o cavaleiro atacar, defenda-se."
Então, como se esperando a nossa preparação, a porta se abriu sem ninguém bater.
— Barão! O cônsul-sama está entrando.
— Sir Eral. Chame o barão apropriadamente, não a mim.
O barão volta da varanda e vê os dois que entraram.
— Ah, estávamos esperando por você, cônsul. É terrível, mortos-vivos estão atacando de fora dos muros. Talvez o Rei Sem-Vida tenha sido revivido?
— Barão-sama, preparei uma carruagem de alta velocidade. Por favor, fuja com o herói-sama para fora do território.
— Mas então, o que será do povo…
— Está tudo bem, eu ficarei neste castelo e farei algo a respeito.
Seria problemático se o cônsul se aproximasse muito do barão.
Acho que devo começar logo.
— Então, no fim, você transformará todos os cidadãos em mortos-vivos, não é, cônsul, ou melhor demônio de Chifre Curto?
Arisa atacou o cônsul (demônio), que se virou com uma expressão surpresa, usando o feitiço [Onda de Choque].
O cônsul (demônio) caiu desamparado no chão e sua forma revelou uma pele escura com asas de morcego. Mas, mesmo vendo aquela figura, o cavaleiro Eral gritou.
— Seu desgraçado! O que está fazendo com o cônsul-sama!
O cavaleiro Eral desembainhou sua espada enquanto o fragmento do demônio se levantava.
Em meio a confusão, a filha do Barão gritou ao ver a verdadeira forma do demônio, Enquanto o Barão e o Ossan ficavam sem forças para reagir.
Surpreendentemente, o falso herói cobriu a lady Soruna com seu corpo e puxou sua espada da bainha azul, apontando-a para o demônio. Pochi, com sua adaga, habilmente desviou da espada larga do cavaleiro Eral, que estava direcionada a mim.
Graças a habilidade [Compreensão Espacial], consegui perceber tudo o que estava acontecendo na sala.
Assim que a grande espada do cavaleiro Eral se cravou no chão, dei um chute na lâmina, a quebrando. Como o corpo grande do cavaleiro era um incômodo, o deixei inconsciente ali mesmo.
No momento, não parecia haver emboscada vinda da família do barão.
Arisa, antes que eu percebesse, tirou um longo cajado e o apontou para o demônio, que parece estar distraído combatendo o falso herói.
— Uuh~ como eles estão se movendo por todo lado, não consigo mirar com a [Adaga de Luz].
Sério? Eles estão parados o suficiente para mim, sabia?
O corpo fragmentado bloqueou a espada do falso herói com suas garras.
É forte, mesmo sendo apenas nível 1.
— Oh, Espada Sagrada Gjallarhorn! Este é o momento de me conceder o poder para derrotar este demônio!
Eu quase caí na risada.
De todas as coisas, tinha que ser justamente aquela espada?
O falso herói cortou o demônio com sua espada mágica, que emitiu uma luz azul-índigo. Ele conseguiu cortar as garras, mas o demônio ainda estava de pé.
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