Death March Web Novel Online 6-12
[A População do Território
Muno — Parte 3]
Satou aqui. Gente chorando enquanto come é uma história típica de tempos de guerra ou no pós-guerra, mas, se eu tiver que dizer, a única vez que vi presencialmente isso foi quando tive de consolar um amigo que ficou de coração partido e se entregou à comilança. Por Satou.
◇◇◇
— Vovô, a gente trouxe um pouco de comida!
— E dessa vez não foram ervas daninhas~!
As crianças que encontramos à tarde vieram correndo enquanto comíamos uma refeição de cereais, vegetais e carne de lobo junto dos idosos. Eles já tinham falado das crianças para gente mais cedo, mas como não sabiam quando iriam voltar, decidimos comer primeiro.
— Ah, são os caras de antes!
— Será que vieram pegar a comida de volta?
— Eles vieram atrás de nós!
As crianças se esconderam atrás do líder.
Será não perceberam a atmosfera pacífica aqui?
— Temos mingau de sobra. Por que vocês não comem com a gente?
— Isso mesmo meninos, vocês também podem comer também!
— Vamos, sentem-se logo, crianças.
As crianças estavam cautelosas com meu convite, mas quando os mais velhos os convidaram e, acima de tudo, encantadas com o mingau servido, em pouco tempo se juntaram à refeição conosco.
— D-delicioso!
— Não é erva daninha?
— Uau, que cheiro gostoso!
— Tem carne cozida aqui!
— Mentira?
— É verdade, é carne~!
— Está tão boooooooom... Buaaaaaaaaaaa!!!
Fico feliz que tenham gostado, mas não precisa chorar por causa disso.
Pochi, que terminou seu prato mais rápido, iniciou a guerra com poucas palavras.
— Mais um por favor, nano desu!
Com essas poucas palavras, a tensão aumentou entre as crianças. Provavelmente, sentindo essa tensão sutilmente, ou talvez nem isso, a sempre inexpressiva Nana se aproximou e preparou outra porção.
— Não precisam ter medo, Pode-!
— Certo pirralhos, temos o bastante, podem comer à vontade!
Eles começaram a comemorar ao ouvir as palavras da Arisa, interrompendo as minhas. A velocidade com que as crianças comiam aumentou. Os idosos repreendiam os meninos que se engasgavam com a comida, "Mastiguem bem antes de engolir."
Como parecia que a comida não seria suficiente, voltei para a carroça para cozinhar algumas batatas. Descasquei cerca de 20 e as fervi junto com a Lulu, que veio me ajudar. Ouvindo sons de passos olhei para o lado e encontrei Mia.
— Satou.
— Você também quer mais uma porção, Mia?
Mia balançou a cabeça levemente para os lados.
— Humanos... por quê?
Ela se esforçou para juntar as palavras.
— Abandonam... crianças... idosos?
Quando perguntei mais detalhes, parece que os elfos valorizam muito suas crianças e idosos, então ela estava chocada com essa situação.
Vamos deixar esse tipo de assunto pesado para a Arisa-sensei.
— Você já perguntou à Arisa?
— Nn.
— O que ela disse?
— Não entendi. Coisas como ricos e pobres, ou estrutura social.
Droga, Arisa, não use palavras difíceis para sair pela tangente.
— Mia, raças que produzem muitas crianças, não apenas os humanos, são fundamentalmente fracas.
— Nn.
— Como são fracas, lutam muito e salvam a si mesmas, mesmo às custas de muitos.
— Todas?
— Sim, como não podem salvar a todos, deixam uma parte ser sacrificada.
— Entendo…
Espero que ela tenha ficado convencida, mas eu mesmo nunca refleti muito sobre isso.
Mesmo a maioria das coisas que disse a ela antes foram apenas informações que obtive na internet e na TV.
— Se alguém como o mestre se tornasse rei, o mundo seria um lugar muito mais pacífico.
Lulu disse isso sorrindo, mas ela estava me superestimando. Se alguém como eu se tornasse rei, o país inteiro iria à falência rapidamente, fim.
◇◇◇
— Hou? Eu estava me perguntando por que tinha uma jovenzinha usando capuz durante a refeição, mas na verdade ela era uma elfa, hein?
Uma velha se aproximou sozinha. Mia rapidamente cobriu-se com o capuz, mesmo que já fosse tarde demais.
— Ela é tímida perto de estranhos.
— Compreendo. Mocinha, não vou contar para ninguém, então, por favor, me perdoe.
— Nn.
Mia assentiu e correu levemente para se esconder atrás de Lulu, que estava cuidando da panela.
— Será que eu a assustei?
— Não, ela é apenas tímida. Mais importante, aconteceu alguma coisa?
— É doloroso aceitar sua gentileza e só comer, então pensei se poderia ajudar em algo.
— Acabamos de colocar algumas batatas no fogo, então já foi tudo concluído aqui.
— Imaginei que eu poderia ajudar limpando ou algo assim. Não tenho nada de valioso para retribuir, mesmo depois de tanto que vocês fizeram por nós.
— Foi apenas um capricho meu, então por favor, não se preocupe.
A velha pareceu hesitar por um momento, mas, como se tivesse decidido algo, continuou falando.
— Mercador-san, o senhor não gostaria de levar essas crianças como seus escravos?
— Desculpe senhora, mas já tenho escravos o suficiente e não preciso de mais.
— Apenas um ou dois já estaria bom, por favor. Se forem deixados aqui, vão morrer de fome mais cedo ou mais tarde. Não me importo se ossos velhos como os meus morressem, mas é doloroso ver as crianças sofrendo desse jeito.
Sinto muito pela velha senhora, mas me recusei. Para ser franco, viajar neste mundo era muito perigoso. Se apenas Lulu e Nana, eu poderia fazer algo a respeito, mas se o número de pessoas que precisassem de proteção aumentar, como as nove crianças ali, eu não conseguiria.
Para acalmar meu coração, deixo a comida de lado por um momento.
— Seria bom se as crianças pudessem cultivar seus próprios vegetais, não seria?
— Sim, seria ótimo se houvesse um campo onde pudéssemos plantar comida.
— O solo por aqui não é bom?
— A exposição ao sol é boa, mas o solo é muito frágil, então não dará certo.
Mia estava ouvindo a conversa entre Lulu e a velha sem fazer nada, mas então puxou minha manga.
— O que houve?
— Floresta.
— Sim, tem uma floresta.
Aparentemente irritada com minha resposta, Mia fez um beicinho.
— Muu, húmus.
O que ela queria? Procurar besouros-rinocerontes no meio das folhas secas?
— Bom para plantas.
— Agora que penso nisso, Arisa mencionou algo sobre isso também.
Algo sobre uma reforma agrícola?
Sim, isso mesmo. Se não me engano, ela disse que houve um surto de uma grande quantidade de monstros insetos.
— Monstros insetos?
— Sim, Arisa disse que uma grande quantidade deles surgiram quando ela tentou.
— Não, superstição.
— É mesmo?
— Lia disse isso.
Lia? Não é a mãe da Mia?
— Em outras palavras, devemos limpar a floresta e cultivar terras agrícolas lá?
— Nn.
— Isso seria bom. Se pudéssemos fazer algo assim, as crianças e nós trabalharíamos duro nisso.
A velha estava dizendo isso, mas não parecia estar falando sério. Se tivéssemos maquinário pesado, então limpar a terra não seria difícil, mas, claro, não tínhamos nada assim. Mesmo que conseguíssemos cultivar a terra, só poderiam colher após um ano, enquanto sofreriam durante esse período.
— Certo, existem culturas que podem ser colhidas rapidamente, mas apenas fruta Gabo durante esta estação. Esse dá para ser colhido em apenas um mês. No entanto, qualquer um, exceto os nobres em suas mansões, estão proibido de cultivar plantas, então não temos nem como adquirir as sementes.
A velha tinha experiência no cultivo de fruta Gabo quando foi forçada a trabalhar em uma mansão.
— Aquilo cresce de forma assustadoramente rápida. É por isso que é classificado como erva daninha.
Eles só precisam ter comida o suficiente até a primavera, será que realmente não há nada que possamos fazer?
— Se houvesse um método assim, nós, ossos velhos, não teríamos sido expulsos da vila.
— Não me importo se for absurdo.
— Certo, então poderíamos caçar um urso-aranha na floresta. Se tivermos apenas três carcaças e as defumarmos, poderíamos sobreviver tranquilamente até a primavera.
Um Urso-Aranha era um monstro que vivia em vários pontos nas profundezas daquela floresta. Havia cinco deles por perto com níveis em torno de 24~28.
Agora, é um urso* ou uma aranha*? Decidam-se logo!
Rudy: Em Japonês Urso = Kuma e Aranha =Kumo. Um trocadilho japa sem graça para o povo tupiniquim. Talvez se fosse um Porco-Aranha...
— Você não está realmente pensando em fazer isso, né? Sei que suas escravas são fortes, mas elas não venceriam um urso-aranha dentro da floresta. Quando eu era criança, teve uma vez que enviaram um batalhão de cavaleiros, samurais e soldados liderando o caminho, mas ninguém voltou.
Mais do que o problema de lutar dentro da floresta, acho que é simplesmente uma questão de diferença de nível.
— Se essa pequena elfa aqui um dia crescer, talvez com a magia da floresta ela poderia se mover com facilidade entre as grandes árvores e ajudar a cultivar a terra na floresta que nem nos contos de fadas.
— Muu…
Mia ficou emburrada por ser tratada como criança.
— Senhora, apesar de parecer pequena, a Mia em verdade é bem mais velha que a senhora.
— Oya oya, é mesmo? Agora que você me disse, Elfos certamente têm uma vida longa.
O humor de Mia não estava melhorando, mas quando a velha soprou uma flauta de folha para acalmá-la, ela ficou interessada.
Como Mia também vinha da floresta, ela já tinha assoprado inúmeras flautas de folha na sua vida e, por isso, seu timbre musical e poder de expressão estavam em outro nível em comparação com a velha, mesmo usando a mesma folha. Isso podia ser um resultado inesperado de seus longos anos de estudo.
Antes que eu percebesse, todos tinham se reuniram ao redor da Mia, envergonhada, ela parou, então a atenção de todo mundo se mudou para as batatas. No final, as batatas não foram suficientes, e acabamos cozinhando cereal e mingau mais uma vez.
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