Satou aqui. Dizem
que a falta de
cuidado é o maior
inimigo das pessoas,
já eu penso que como
elas não sabe onde
está errado, há
grandes chances de
se dar mal. Quando a
gente se acostuma a
alguma coisa e deixa
de refletir sobre as
nossas ações é onde
mora o perigo,
independente do
mundo que se
esteja.
◇◇◇
Muito bem, será
que eu deveria
fazer uma
visitinha ao nosso
Mago no meio da
noite? Eu odiaria
ser surpreendido
por um enxame de
formigas logo de
manhã... espera,
formigas não andam
a noite,
andam?
Fui sozinho para
dentro da carruagem
e comecei a trocar
de roupas. Mas aí eu
percebi que a Arisa
estava me espiando,
então como vingança
peguei a minha
camisa suada e
joguei na cara
dela.
Sinta o meu
fedor!
Do lado de fora, eu
ainda vestia o meu
manto, mas por
dentro coloquei uma
camisa nova, troquei
as calças e coloquei
umas botas. Isso
porque, como eu
estaria subindo uma
montanha, usar o
robe seria um
problema.
— Snif, snif,
snif.
— Arisa, pare com
essa coisa vulgar! —
Essa tinha sido a
primeira vez que vi
a Lulu reprimindo a
Arisa.
Ainda, o que
diabos essa menina
está fazendo? Não,
eu meio que sei,
mas me recuso a
acreditar... Que
tipo de tarada é
você para cheirar
essa coisa
fedorenta?
Eu tirei a camisa
das mãos dela e
passei para a
Lulu.
— Sinto muito Lulu,
mas você poderia
adicionar isso
quando estiver
lavando as
roupas?
— Será um prazer,
mestre.
— Eh~ Deixa eu
sentir só mais um
pouco esse cheirinho
de shot-, AI!
Dei um outro
peteleco nela antes
que terminasse a
sentença.
— O amor realmente
dói... não dava para
me punir de uma
maneira sexualmente
também?
— Arisa, tem um
monte de meninas
lamentando por aí a
forma como elas
foram defloradas.
Você deveria se
valorizar mais
também.
— Ei, eu ainda sou
uma donzela,
ouviu?
Uma donzela não
agiria assim... ao
menos não
publicamente.
— Mudando de
assunto, por que da
mudança de
roupas?
— Eu estou indo
fazer um
reconhecimento da
área.
Na verdade, eu
estava indo ver o
tal mago, mas era
óbvio que não
admitiria isso.
— Mestre,
permita-me
acompanhá-lo.
Liza se ofereceu
para vir junto, mas
a persuadir a ficar
protegendo o
acampamento. Ela
porém, insistiu que
eu levasse Tama e
Pochi, mas quando a
disse que retornaria
antes do sol se pôr,
Liza finalmente me
deixou ir.
◇◇◇
Verdade seja dita,
eu não estaria indo
imediatamente até
ele. Primeiro, eu
precisava aumentar a
área de pesquisa
antes que o próximo
exército inimigo
viesse, por isso
refiz nossos passos
até a área onde os
cavaleiros Ratkins
foram eliminados. Se
fosse esse tanto, eu
poderia muito bem
terminar antes do
anoitecer como
prometi.
Após chegar uma
nova área em branco,
corri aonde o
terreno estava mais
nivelado e, em
apenas cinco
minutos, alcancei o
lugar onde a Arisa
massacrou as
formigas com sua
habilidade única.
Elas estavam
empilhadas num canto
da estrada onde subi
até o topo delas. Um
monte de pequenos
animais tinha se
reunidos, talvez
porque a carcaça de
monstros fosse
deliciosa para
eles.
Ainda assim, com
essa quantidade de
cadáveres, o tráfego
aqui seria lento. Se
este mundo fosse um
jogo, os corpos
desapareceriam com o
tempo, mas a
realidade não era
tão conveniente
assim.
Hm?
(DANG!)
Rudy: Essa
onomatopeia foi
colocada para dizer
que o Satou teve uma
ideia. Não me
pergunte o porquê
=3
— Geh, realidade
não é mesmo nada
conveniente! — Parei
o meu pé e me voltei
para a montanha de
corpos atrás de
mim.
Imagine o seguinte.
Você está andando em
uma estrada que
dificilmente alguém
passaria e de
repente se encontra
com uma montanha de
carcaças de formigas
sem nenhum ferimento
aparente e algumas
caídas com apenas
uma flecha fincada
no ponto vital.
Qualquer pessoa com
um pingo de
curiosidade
investigaria isso e
então, descobre-se
que a única
carruagem a passar
por aqui antes era a
nossa.
A menos que essa
pessoa fosse um
retardado completo,
era óbvio que iria
ligar isso à
gente.
Isso não é
bom...
Mudança de planos,
comecei a estocar
tudo o que via pela
frente dentro de um
arquivo no meu
[Armazém]. A
princípio, pensei em
desossar tudo e
jogar os restos fora
da estrada, mas para
ganhar tempo, decidi
que seria melhor
colocar tudo no
armazém mesmo.
Como as carcaças
não apareciam no meu
radar, eu tinha que
me guiar naquilo que
podia ver. As que
estavam na estrada
foram fáceis, mas as
que estavam no meio
dos arbustos
demandaram um pouco
mais de esforço.
Tanto faz, graças ao
meu trabalho duro,
consegui limpar a
estrada até aonde os
olhos conseguiam ver
antes do pôr do
sol.
Cortei também os
arbustos e árvores
com sinais de sangue
e batalha nos ramos
deles. Claro, isso
provavelmente
atrairia atenção
também, mas era bem
melhor do que deixar
que houve uma luta
em evidência.
Assim que notei que
a Tama e a Pochi
estavam se movendo
para procurar por
mim, terminei
rapidamente de
ocultar as
evidências no
armazém e voltei
para o
acampamento.
Isso tomou mais
tempo do que
imaginei e, no
final, não pude
cumprir o meu
objetivo
original.
◇◇◇
Com Pochi e Tama em
cada lado, eu
caminhei pela
estrada ao pôr do
sol. De longe, pude
ouvir o som de
pequenos animais
comendo alguns
pedaços que sobraram
das carcaças das
formigas e isso me
fez sentir mal por
ter roubado a comida
deles. E também foi
inesperadamente
difícil impedir que
as duas fossem atrás
deles nos
arbustos.
A uma distância de
10 minutos do nosso
acampamento, captei
a leitura de um
monstro no
radar.
Vamos ver o que
é.
Nome: Gárgula
Level: 5
Colocando em
simples palavras era
uma estátua de pedra
voadora. Os pontos
mais importantes a
se dizer sobre eles
era sua imunidade a
ataques psíquicos e
visão noturna. Ah, e
também eram duros
como pedra, já que
se tratavam de
estátuas. Essa podia
ser tanto um monstro
selvagem quanto um
familiar do mago,
mas provavelmente
foi o segundo
caso.
Ele se movia um
pouco mais rápido
que uma pessoa e o
seu destino só podia
ser o lugar onde a
Arisa massacrou as
formigas, certo?
— Mestre~?
— Algum problema,
no desu?
Pochi e Tama
puxaram as minhas
mãos. Pelo visto, eu
havia parado de
sacudir nossos
braços
inconscientemente.
— Tama, você ainda
tem aquelas pedras
de arremesso?
— Aye!
Acho que consigo
abatê-lo com
isso.
— Acabei de lembrar
que deixei uma coisa
lá atrás. Vamos
voltar por um
instante?
— Aye~
— Entendido,
nanodesu.
Eu girei as duas
que nem piões com
meus braços e, como
elas pediram para
fazer de novo,
repeti o mesmo
movimento por três
vezes. Eles queriam
mais, mas como seria
ruim se eu perdesse
a gárgula de vista,
prometi fazer quando
retornássemos ao
acampamento.
◇◇◇
Nós estávamos
escondidos sob um
abrigo, ou melhor
dizendo, atrás de
uma pedra do tamanho
de um adulto.
A gárgula estava
voando acima de nós
e, após um momento
de pausa, atirei
duas pedras do
tamanho de um punho
com cada uma das
mãos. Em seguida,
joguei mais outras
quebrando a gárgula
em três pontos
diferentes.
— Nú~cleo,
Nú~cleo~?
— Núcleo,
nanodesu~
O que é isso, um
tipo de canção
para caçar
núcleos?
Ao som daquela
melodia misteriosa,
assisti enquanto
Tama e Pochi
recuperavam o núcleo
mágico da gárgula.
Assim como as
formigas, monstros
de baixo level
possuíam núcleos
mágicos de coloração
pálida. O preço
provavelmente era
barato também.
“Aye” disse Tama ao
presenteá-lo a mim.
Eu pus imediatamente
o núcleo no bolso e
o transportei para o
[Armazém]. Com a
missão cumprida,
retornamos ao
acampamento.
Não é nem preciso
dizer que as duas
não me perguntaram
sobre a tal “coisa”
que eu havia
esquecido.
◇◇◇
Como eu não queria
preocupar a Mia e a
Lulu, contei apenas
para Liza e Arisa
sobre a gárgula que
encontramos e, como
existia a
possibilidade do
acampamento ser
atacado, desisti da
ideia de ir fazer
uma visita noturna
ao mago. Embora,
mesmo que eu Maomé
não fosse a
montanha, a montanha
viria até Maomé.
A vigília noturna
foi dividida em três
turnos. O primeiro
seria Arisa e Liza,
o segundo Pochi e
Tama, e o terceiro
seria Mia, Lulu e
eu. Os membros foram
escolhidos com base
na capacidade de
detecção e potencial
de guerra
igualmente. No
início, pensei em
deixar a Lulu ficar
no primeiro turno
com a Arisa, mas
depois percebi que
se eu ficasse
sozinho com a menina
quieta a nossa
vigília seria muito
mais longa, então
optei por pedir a
Lulu que se
juntasse.
Pochi e Tama
estavam ao meu lado
sobre o lençol.
Desde a época do
labirinto tinha se
tornado um costume
todo mundo dormir
junto, mas a verdade
era que eu não iria
pregar o olho
naquela noite.
— Juntos~
— Nanodesu~
— Boa noite, Pochi.
Boa noite, Tama.
— Aye~
— Noite, desu~
Eu pude ouvir a
Arisa reclamando de
longe, mas não eu
não queria me
estressar com ela,
então deixei de
lado. Lulu e Mia
estavam tendo
dificuldades em
achar um lugar para
dormir, aí a Arisa
sugeriu que elas se
juntassem a gente.
Ficou um pouco
apertado, mas isso
ajudava com o frio
da noite, então
estava ótimo.
Por causa do
aconchego acabei
tendo um tempo
difícil em manter a
minha consciência,
mas, embora a
vigília fosse um
rodízio de três,
como era certo que
haveria um ataque
naquela noite, eu
não correr o risco
de cair no sono. Por
isso, enquanto
ficava de olho no
[Radar], comecei a
ler um livro na tela
do [Menu] para
evitar a
sonolência.
Essa será uma
longa noite...
Se gostou do capítulo, compartilhe e deixe seu comentário!