O Exército do Rei Demônio Invade –
Parte 4
Vários Seres e Bestas Demoníacas correram em direção ao portão oeste, o qual estava prestes a desmoronar.
— Hi-Ga-Ha-!
Faltra corria risco de ser destruída.
Pegos no colapso do portão oeste, os soldados da guarnição caíram no caos. Alguns fugiram, outros ficaram paralisados. Agora era a hora dos Aventureiros entrarem em cena!
Emil, carregando a espada no ombro, entrou na praça do portão oeste. Tanto o esplendoroso portão quanto a muralha transformaram-se em escombros.
— Oh, oh, todos vocês fizeram algo bastante chamativo, não é?
A barreira que deveria proteger a todos contra o ataque dos Seres Demoníacos já não estava mais lá. A cidade estava em uma situação indefesa.
Seus companheiros o chamaram:
— E-Emil, o que fará? Algo dessa magnitude…
Era o Sacerdote de vestes brancas, Churon. Além dele e Elastov, que era um Feiticeiro proficiente em encantamentos e fortalecimento de armas, seus quatro membros de equipe estavam juntos.
Emil acenou com a mão.
— Vencerei! Não há outra escolha a não ser essa. A barreira desapareceu, há um grande número de mulheres na cidade, e o exército do Rei Demônio está se aproximando. Sem contar que o meu grandioso nome é Emil Byushelbeljel, o protetor de todas as mulheres!
O jovem Sacerdote, Churou, franziu os lábios.
— Fufu… Em nossa viagem por outros países, você poliu bem sua estupidez, né?
— Não é estupidez, está bem!?
O Feiticeiro Elastov deu de ombros.
— Sem dúvidas, não me parece uma sábia decisão, mas não temos outra escolha… Ficar sentado e esperar não faz o estilo dele.
Quando balançou seu cajado, todos os equipamentos dos membros receberam magia. As habilidades ofensiva e defensiva deles aumentaram ao triplo.
O Guerreiro que possuía um escudo gigante ao invés de uma arma, Glutas, assumiu a dianteira. Ele era um membro com a Classe chamada [Bloqueador].
— Yosha! Vamos nessa! Somos a nova geração de Heróis!
— Yeah, vamos proteger esta cidade!
Até mesmo o Arqueiro, Yuan, estava animado.
O grupo de Emil pisou nos escombros e observou para o lado de fora da muralha. O calor ainda permanecia no chão e, mesmo que estivessem usando botas de couro, parecia que a sola seria queimada.
Atrás deles, mais um grupo apareceu.
— Gumu… E pensar que alguns Aventureiros não fugiriam…
— Hm? — Emil virou-se.
As pessoas que apareceram eram os Cavaleiros Locais. Somavam mais de cem pessoas. Quem os liderava era o Lorde Feudal Galford.
— Hou, então é você… Seu nome, se não estou enganado…
Há cerca de dois meses, Emil recebeu algumas instruções sobre espada dele. Mas ainda tinha a impressão de ser um discípulo que não fora convidado.
— Hmph… Meu nome é—
— Emil Byushelbeljel, não é? Você se encontrou com o Mestre Espadachim?
Os Aventureiros ficaram surpresos.
“Ele se lembrou do meu nome!?”
Emil estufou o peito com orgulho.
— Sim, me encontrei! O Mestre Espadachim ensinou ao meu corpo através de sua espada e graças a isso, eu renasci!
— Fumu… Então você até que pode ser somado às nossas tropas.
Os Cavaleiros Locais deram um passo para trás, dividindo-se em duas linhas, uma para a esquerda e outra para a direita. Quem apareceu entre eles era uma linda mulher, que parecia ter um ar sedutor. Seu cabelo escarlate estava solto as suas costas, sua armadura era de um vermelho escuro.
— Saia do caminho… Se continuar aí, atirarei em você também, entendeu?
Era Farnis Lamnites. Ela tinha uma gigantesca Arma Mágica engatilhada, a qual apontou na direção de Emil.
— O-O que você planeja fazer?
— Mandei você sair do caminho. Eles já estão dentro do meu alcance.
— O quê!?
O exército do Rei Demônio continuava atacando. Era uma distância onde o rosto dos líderes ainda não era muito visível, mas, se ela disse isso, devia ser verdade. A habilidade de Lamnites como [Atiradora Mágica] era tão famosa que não havia ninguém que não a conhecesse.
O grupo de Emil saiu da frente.
Ela puxou o gatilho.
Bang! Bang! Bang!
Sons que pareciam atravessar o ar ressoaram. Mesmo que fosse uma Besta Demoníaca grande, a esta distância, Emil não tinha certeza de quanto dano sofreria quando fosse atingida. Mesmo que cada ataque tivesse poder o suficiente para trazer a morte certa, o exército do Rei Demônio tinha uma vanguarda composta por mais de duzentas criaturas. Derrotar apenas uma ou duas seria simplesmente-
Uma explosão ocorreu.
— O quê!?
Uma fumaça negra surgiu, mais alta do que as muralhas. Várias Bestas Demoníacas saíram voando, sendo destroçadas, transformando-se em partículas de luz e desaparecendo antes mesmo que atingissem o chão. Tudo isso aconteceu em três locais.
Depois de um tempo a onda de choque veio. Foi tão longe. Uma distância que tomaria dez minutos de caminhada.
Até mesmo seus companheiros Aventureiros levantaram vozes de surpresa.
— O-O que acabou… de acontecer!?
— Isso parece inacreditável, não acham!?
— Aquilo acabou de eliminar umas trinta delas!?
Para Emil, não parecia uma bala explosiva, mas sim como se algo tivesse explodido no subsolo.
— Não me diga que você armou algo antes?
— Fufu… Você presta bastante atenção, não é? Como esperado de um homem que o Lorde Galford aprecia.
Lamnites sorria agradavelmente enquanto engatilhava a Arma Mágica.
Galford balançou a cabeça para os lados, relutante.
— Não espero nada dos Aventureiros.
— Vamos você praticou com ele quase todos os dias, não é?
— Já que entrava em meu treinamento matutino, apenas o ensinava uma lição.
— E isso fez com que você parasse para pegar pessoalmente sua espada de treino sem ordenar que um subordinado o fizesse?
Enquanto provocava o homem trinta anos mais velho do que ela, disparou novamente.
Outra explosão ocorreu.
— Você, tal de Emil, não estava enganado… Assim como imaginou, os mecanismos foram colocados na margem oeste dos portões da cidade. — Ainda com a arma de prontidão, Lamnites disse.
— Isso é possível!?
— No final, o estado da batalha irá mudar. Entretanto, neste instante, é apenas um blefe.
Galford assentiu.
— Uma batalha contra eles, de forma resumida, depende se o Rei Demônio será ou não derrotado… Tudo acabará quando isso acontecer.
— Hmph… Tenho certeza que até mesmo o Exército do Rei Demônio não quer perder tantas tropas por motivos fúteis. Se esse bando não cair facilmente, os mais fortes virão.
Logo depois que os dois falaram, os Seres Demoníacos, que vinham em direção ao portão oeste, pararam e ficaram em silêncio.
Parecia eu o som do vento assoviando podia ser ouvido. Pisando na terra, alguém apareceu caminhando na direção deles.
A princípio, parecia uma jovem mulher das Raças, mas ela tinha asas de dragão nas costas. Ela portava uma enorme Seiryuutou no ombro. Tinha chifres na cabeça, e sua cauda balançava da esquerda para a direita.
Ela veio até a montanha de escombros. Então, parou. A distância era de cerca de vinte passos.
— Fufu… ♪ Pensei que toda a cidade seria destruída pelo Canhão do Grande Rei Demônio, porém… vocês são bem tenazes. Como recompensa, matarei todos depois que me divertir um pouco!
Era a voz aguda de uma jovem mulher.
Emil perguntou:
— Canhão do Grande Rei Demônio? Se refere àquela coisa brilhante de agora há pouco?
— Isso mesmo. Embora eu não tenha entendido muito bem, me disseram que dispara o poder mágico que o Grande Rei Demônio-sama reuniu durante muito tempo dentro de uma caixa. Ourou disse que essa era a habilidade do “Rei Demônio do Globo Ocular”, ou sei lá o quê. Ah, não, será que não era “Rei Demônio das Mãos”?
O Rei Demônio da Insanidade, Modinalaam, absorveu outros Reis Demônios e clamou ser o maior deles.
O Grande Rei Demônio.
Parecia que o ataque de antes era a habilidade de alguém que foi absorvido.
Ele não imaginava que ela se daria ao trabalho de contar sobre isso, mas…
— O Grande Rei Demônio, quantos outros ele absorveu?
O Ser Demoníaco começou a contar nos dedos. Entretanto, parecia que ambas as mãos não eram suficientes.
— Hm, muitos! Entre eles, três foram obtidos por esta Ryoka! Incrível, não acham!?
— Então quer dizer que, no mínimo, são mais de dez.
— Como recompensa, recebi o poder do Grande Rei Demônio-sama várias vezes! Tanto que não existe ninguém em todo o exército que pode me enfrentar de igual para igual… E quanto a vocês!?
A Ser Demoníaca, que chamava a si mesma de Ryoka, zombou e os atingiu com sede de sangue.
Emil engoliu em seco. Um calafrio lhe percorreu a espinha.
Os dentes do Feiticeiro Elastov tremiam, e ele caiu de joelhos.
— Hu… A-Acabei de me ver sendo cortado ao meio por esse Ser Demoníaco…
— Se recomponha!
Emil apoiou o ombro dele.
Galford deu um passo à frente e perguntou a ela com um tom sem interesse:
— Há alguns pontos que não fazem sentido em sua história… Está dizendo que os Seres Demoníacos encontraram mais de dez “Fragmentos de Rei Demônio” em tão pouco tempo? Difícil acreditar.
Sem dúvidas, isso era duvidoso.
Embora Ryoka aparentasse achar que fosse um incômodo, acabou, surpreendentemente, contando:
— Aquele que os encontrou foi o Grande Rei Demônio-sama. Foi me dito que os Reis Demônios eram capazes de sentir uns aos outros. Normalmente, eles eram deixados sozinhos, já que não eram necessários para destruir as raças.
Foi uma informação surpreendente para o grupo de Emil, mas Galford assentiu, parecendo ter entendido.
— E onde todos os fragmentos estão reunidos?
— Hm. Ainda não encontramos aqueles no território das Raças. Além disso, teve alguns que escaparam.
— O que você quer dizer com isso?
— Eu não ferrei com nada, só para você saber! Parece que os Reis Demônios que estavam prestes a despertar e já tinham consciência não queriam ser absorvidos, por isso fugiram.
— Então quer dizer que outros… E onde estão agora?
Quando estava prestes a responder novamente, um Ser Demoníaco veio correndo até ela.
Tinha três caudas e uma cabeça de raposa. Ele curvou seu corpo, que era maior que o de uma pessoa das Raças, e levou a longa boca até a orelha de Ryoka.
— Ryoka-sama, Ryoka-sama.
— Hm?
— Há uma ordem vinda de Ourou-sama, dizendo: “Apresse-se e mate todos-no dearu”. Ele também disse: “Não fale coisas desnecessárias-dearu”.
— Hein? Então por que ele pediu para “ouvir a história até o fim” antes! Aquele cara tem algum problema mental!? — Ryoka fez beicinho. Depois, olhou para o grupo de Emil.
— Bem, sem problema. Eu queria acelerar as coisas e lutar desde o começo mesmo. — Ela empunhou a Seiryuutou com uma mão.
Manejando um pedaço de ferro — quase do mesmo tamanho que ela — como se fosse um simples galho seco. Isso já era esperado, ela possuía uma força física muito além do que as Raças.
Com um olhar desanimado, semelhante ao que tinha até agora,
os chamou.
— Então, quem virá primeiro? Ou querem todos de uma vez? Não
me importo mesmo!
Mesmo que tenha falado com um tom semelhante ao de uma jovem
garotinha, conversando com uma amiga em uma esquina, ela tinha uma aura
intimidadora que não mostrara antes.
Emil tremeu, dizendo:
— Kuh… Isso é mal…
O Sacerdote Churon
concordou:
— Não tenho dúvidas de que ela está em um nível diferente em
comparação aos outros Seres Demoníacos.
— Sim, ela é muito bonitinha. E, além disso tudo, é uma
mulher.
— Como!? Emil, é um Ser Demoníaco, não percebeu ainda!?
— Mas é uma mulher.
— Não há homens ou mulheres entre os Seres Demoníacos!
Enquanto discutiam, Galford tomou a dianteira.
— Cubram-me.
Lamnites mostrou um rosto surpreso.
— Oya, está tudo bem mesmo? Disputas de um contra um não são
coisas que os homens respeitam?
— Este não é um ser que eu possa vencer com esse
tipo de pensamento ingênuo.
Se gostou do capítulo, compartilhe e deixe seu comentário!