16-72. Intermissão:
A Equipe de Espera e os Pequenos Acidentes
ao Redor do Mundo

Este capítulo não segue na perspectiva do Satou.
— Eu posso sentir isso, é a presença de mal-feitores!
A jovem de família nobre, China Kelten, levantou-se repentinamente e proclamou isso assim que a última aula do dia na Academia Real Infantil, chegou ao fim. As irmãs da raça Wingkin, Shiro e Crow, que estavam perto dela, olham para a China.
Rudy: Essa é a primeira vez que o autor informa o sexo dessas duas.  
— China, onde estão os mal-feitores!?
— Shira, se acalme! A China-sama só está querendo saír para brincar!
A assustada Crow imediatamente segurou a Shiro, que havia se levantado com um olhar sério no rosto.

— Não estou indo brincar! A cidade... é isso, vou sair para encontrar o grande mal à espreita na cidade! 
Crow murmurou para si mesma, "Ela é igualzinha a Arisa-sama". Enquanto isso, Shiro aplaudia China, que havia feito uma declaração enquanto apertava os punhos.
A maioria dos grandes vilões foram rapidamente eliminados pelo Mestre da Mestra deles, Satou, de modo que não havia mais grandes mal-feitores na capital do Reino Shiga. Restavam agora, apenas aqueles que não chamaram a atenção dele como pequenos vilões e bandidos. 
— Vamos indo! Velocidade é o que traz a Justiça! 
Depois de dizer algo incompreensível, China caminhou em direção à porta da sala de aula e, sendo arrastadas por ela, Shiro e Crow também deixaram a academia e foram em direção a cidade. Quanto aos Servos do Marquês Kelten, que estavam esperando por elas como de costume, as meninas inventaram uma desculpa para dispensá-los. 
Seria impossível haver servos incompetentes trabalhando para uma grande casa nobre, com enorme influência nas forças armadas, portanto, esses criados fingiram perder de vista as meninas e deixaram os guardas-costas à paisana para vigiá-las secretamente. 
— Achooo.
— Bastard, você espirrou em mim! 
Elas encontraram um homem discutindo com outra pessoa após ter sido pego pelo espirro dela. 
— China, aquele é um malfeitor?
— Hmm... acho que não. 
Na pergunta de Crow, China ponderou um pouco antes de fazer uma cruz com os dois braços e se afastar. 
— Não deveríamos parar as brigas?
— Não há necessidade, os guardas ou alguns adultos por perto fariam isso. Nós estamos aqui para procurar pelos grandes males. 
Há poucas chances de elas se depararem com algum grande mal apenas andando pelo centro da cidade, mas China insistiu em sua declaração em um tom sério e seguiu adiante. 
— Tem muita gente parecendo zangada, não é?
— Crow, muitos deles estão tendo um resfriado também. 
Mesmo em uma rua pela qual simplesmente passavam, já haviam encontrado tantas pessoas espirrando e outras que se enfureciam por banalidades. 
— China, o que é aquilo?
— É uma cartomante! 
China correu em direção à cartomante que Shiro descobriu.
— Leia minha a minha sorte, por favor!

— Sim, jovem senhora. Gostaria de saber sobre sua sorte no amor?

— Não, estou sentindo a presença de um grande mal! Diga-me o que está para acontecer na cidade!

— Pre-pressentindo um grande mal!?

A cartomante ficou perplexa no começo, mas como convidados excêntricos que param em uma banca de cartomantes é uma ocorrência cotidiana, ele simplesmente respondeu "vou ler a sua sorte agora" antes de começar. Adicionalmente, Crow pagou a taxa com uma bolsa que ela recebeu anteriormente de um dos Servos de China. 
Sinto um grande mal no futuro da senhorita.
— Eu sabia!
China se alegrou ao ouvir o resultado que ela esperava. Essa cartomante definitivamente havia dito isso, apenas porque era o que sua cliente queria, mas Crow decidiu não apontar isso. Afinal, elas estavam se divertindo pela cidade, apenas por causa do objetivo absurdo de China. 
— Onde? Onde eles estão agora?
— Não fui capaz de enxergar tão longe, no entanto, o culpado deverá revelar-se diante da senhorita, se estiver carregando um artefato guia consigo.
— Um artefato guia?
A cartomante virou seu olhar para a barraca ao lado. Atraída por isso, China também se virou e olhou para uma barraca que lidava com ferro velho e antiguidades.

— Oh, céus! 
A China tomou um sino de cristal em suas mãos. Tratava-se de uma peça que parecia ser de origem estrangeira, dando a impressão de ser autêntica. 
— Você tem bons olhos. Esse é um item chamado Sino da Justiça. Vai soar quando sentir uma crise mundial para notificar o seu usuário. 
O velho proprietário da barraca, ao encontrar um alvo fácil, tentou persuadi-la. 
— Este sino está vazio, como será que ele vai tocar, então?
— ... I-isso é... Espíritos! Sim, os espíritos vão te dizer. Então, provavelmente ele não funcionará a menos que o proprietário seja amado pelos espíritos! 
Quando Crow apontou o defeito do sino, o velho surgiu com alguma desculpa aleatória. 
— Isso é verdade, senhor?
— N-não se preocupe. A jovem senhorita tem olhos claros e bonitos. Tenho certeza de que os espíritos lhe prestarão ajuda. 
Quando o velho viu China tristemente colocando o sino de volta na mesa, ele a tranquilizou com uma desculpa ainda mais aleatória. 
— Vocês também acham?
— Sim, os olhos de China são lindos.
— Então eu vou levar isso. 
O encorajamento inocente de Shiro ajudou a selar o acordo enquanto China tomava a decisão de comprar o Sino da Justiça. O velho parou China, que havia pego o sino e estava saindo. 
— Ei, mocinha! Você ainda não passou a grana!
— ...Grana? 
— Estou falando de dinheiro. 
O velho mostrou três dedos em direção à China. 
— Três?
— 30 moedas de pra- não, ouro, sim. 
O velho dono da loja, que estava decidido a arrancar tudo que podia das três meninas, trocou moedas de prata por moedas de ouro. 
— Eu não tenho dinheiro comigo. Shiro, Crow, vocês têm?
— Eu tenho doces.
— Eu tenho três moedas de prata aqui, mas não é o suficiente. 
Crow balançou a cabeça enquanto checava a bolsa. 
— Nesse caso, não me importo de trocar o sino por este pingente que você tem aí, senhorita.
— Este aqui está fora do limite. É um objeto importante transmitido na minha família por gerações.
China cobriu o pingente com as mãos. 
— Sendo assim, você pode simplesmente penhorá-lo alí.
— Penhorá-lo?
— Sim, na loja de penhores. 
Para a China, que não entendia como funcionavam as lojas de penhor, o velho dono da barraca deu uma explicação: "Se você permitir que eles guardem seu pingente, lhe darão algum dinheiro e um tíquete de penhor. Use o dinheiro para comprar o Sino da Justiça. Depois, dê o bilhete de penhor para sua família e pegue o pingente de volta na loja”. 
— Deixa comigo.
— Ei, você tem certeza, China-sama?
— Claro! 
Crow tentou parar China com pressa, mas não conseguiu impedi-la, que energicamente correu em direção à loja de penhores. Poucos minutos depois, China estava segurando o Sino da Justiça, parecendo satisfeita enquanto caminhava pela rua. 
Ninguém sabe se os três que conseguiram enganar com sucesso um alvo fácil, terminaram comemorando no final do dia. Só se sabe que, depois que as meninas saíram, um dos guarda-costas, que as estava vigiando, foi verificar as coisas com a loja de penhores. 

◇◇◇



— Uau, isso é um banquete e tanto. 
A ex-ídolo Yui, nascida na Federação do Sul do Japão, bateu palmas de alegria na frente de um bife especialmente feito, na cantina da firma Echigoya. 
— Obrigada por isso, Aoi.
— Ah, não se incomode, afinal estou ganhando bem como pesquisador. 
Aoi Haruka, que veio do Grande Império do Japão, cobriu sua boca, envergonhado. O garotinho que uma vez foi confundido com uma menina de 10 ou 11 anos, ficou mais alto desde o ano passado e parece definitivamente um garoto agora. 
— Se vangloriando, hein! Sim, sim, eu sei que estraguei tudo e agora acabei me tornando um escravo.
— E-Ei querido, ninguém está dizendo isso! 
Yui acalma seu noivo Souya, que de repente perdeu a calma. Souya era um filho ilegítimo da família Real de Shiga, que foi persuadido pelos adultos a ser o símbolo em sua conspiração para tomar o poder. Ele foi transformado em um escravo criminal depois que o Golpe de Estado falhou, e até perdeu sua identidade como Filho Ilegítimo do Rei. 
Ele uma vez levou uma vida letárgica como um inválido, mas graças à devoção de sua noiva, que escolheu se tornar uma escrava junto a ele, em vez de cortar seus laços e fugir, ele foi capaz de viver uma vida prospectiva agora. 
— Desculpe por isso, Aoi. Ele tem estado muito estressado ultimamente.
— Me desculpe, Yui e você também Aoi. Não sei o que houve comigo para perder a calma. 
Depois de ser repreendido por Yui, Souya abaixou a cabeça e pediu desculpas como se um espírito maligno houvesse sido banido dele. 
— Não se preocupe com isso. Agora que mencionou, o professor também tem sido bastante temperamental ultimamente. 
Assim que disse isso, Aoi se arrependeu de não ter mudado de assunto. 
— Está acontecendo na oficina também, ssuyo. Porina-san tem estado preocupada, pois muitos trabalhadores têm brigado, ssu.
— Nell-san! 
Virando-se para a fonte da voz, Nell, uma Feiticeira Diária, estava em pé. A julgar pela bandeja de comida em suas mãos, ela deve ter captado um tópico interessante enquanto procurava por um lugar vazio no refeitório.
Rudy: Feiticeiro Diário, que usa as Magias Diárias, coisa para acender lareira, limpar roupas, etc.

— Mesmo na oficina? Pensando bem, desde o surto de resfriado no outro dia, sinto que as pessoas têm ficando facilmente irritadas.
— As brigas se tornaram mais freqüentemente logo depois disso, ssuyo. 
Os rostos de Yui e Nell se aproximam até que suas testas quase se chocaram. 
— Isso pode ser um esquema de um vilão!
— Oh não ssu! 
Nell foi junto com o ímpeto de Yui. Um trio interessante teria sido formado se China Kelten estivesse aqui. 
— Não, não, Yui-chan.
Aoi refutou as palavras de Yui.
— Quem estaria por trás de um esquema tão miserável? Provavelmente se trata de um desequilíbrio hormonal causado após o período de recuperação.
— Bem, acho que sim. Mais importante, em breve estaremos na estação de sakura, não é? Que tal irmos assistir as flores desabrocharem com todo mundo? 
Yui rapidamente retirou sua reivindicação e mudou de assunto.
Talvez a razão pela qual ela estava exagerando, fosse por causa de seu noivo, que está silenciosamente comendo sua refeição.

◇◇◇

— Rimia, olhe. Dentro dessas jaulas.
— Ane-sama, por favor, não me puxe tanto. 
Duas irmãs que são separadas por alguns anos, correm entre barracas exibindo esquilos de peles azuis em gaiolas. Embora as faces dessas irmãs se assemelham um a outra, a mais nova era loira, algo bastante comum no Reino Shiga, enquanto a mais velha possuía um incomum cabelo rosa. Aqueles que estão familiarizados com outros países e a lenda do Rei Ancestral Yamato, perceberiam que essa era uma característica particular da realeza do Reino de Rumooku. 
— Menea-sama, se puxar demais o braço de Rimia-sama, ele será arrancado, sabe? 
Um rapaz que usava roupa de empregado descaradamente reprimiu a irmã mais velha. 
— Oh meu Deus? Perdoe-me, Rimia.
— Sim, está tudo bem. Obrigada, Kon. 
A irmãzinha princesa deu um belo sorriso. O menino kon, que parecia um pouco tímido, esfregou o lábio superior com um dedo prateado e desviou o olhar.
— Parece que o seu braço direito está bem.

— Sim, a prótese que o nobre-sama fez para mim antes, não era ruim em si, mas esta é absurda!

O menino Kon, abriu e fechou os dedos de seu braço direito, se movendo mais ágil do que um braço normal.
Este braço artificial chamado Monitor, criado pela Firma Echigoya, trata-se de um golem feito feito a partir de uma liga metálica de mithril, fornecida por Satou. Kon foi aconselhado a regenerar seu braço através de uma poção mágica, mas ele escolheu permanecer com o braço artificial, uma vez que seria útil para proteger a Princesa Rimia, a quem ele estava servindo. 
Ao lado das duas irmãs, que estavam observando os esquilos de pele azul em harmonia, Kon examinava seus arredores para cumprir seu dever como sua escolta. 
Seus olhos encontraram uma semente de futuros problemas. 


◇◇◇


 — Owww! 
Um homem pulou para cima e para baixo, enquanto segurava seu pé, obviamente fingindo. 
— Está tudo bem, irmão!?
— Aniki, os ossos do seu pé estão arruinados.
— Aquela garota pisou no meu pé! 
China Kelten arregalou os olhos surpresa quando alguns homens que se encaixavam no termo malfeitores, falsamente a acusaram com uma atuação barata. 
— Eu não fiz isso! Ele está mentindo!
— O que você disse!? Quem você pensa que está chamando mano de mentiroso! 
O malfeitor começou a gritar depois do protesto de China. Ela, que não estava acostumada com a malícia das pessoas, gritava assustada e se encolhia de medo. Para começar, mesmo que ela pisasse em seu pé, uma menina tão leve seria incapaz de resultar em uma fratura óssea. 
— Pare de gritar, você está assustando a China-sama!
— Vai ficar tudo bem, China. 
Crow e Shiro se colocaram na frente dela, para defendê-la. 
Essas duas não mostraram qualquer sinal de medo diante dos rostos assustadores desses bandidos. Para as duas que protegeram a Capital do surgimento dos monstros de borda vermelha, provavelmente não havia nada que temer de um bando de arruaceiros. 
— O que há com essas duas aladas?
— Você está brincando de cavaleiros da princesa? 
Os bandidos, que não têm ideia da lacuna em suas forças, se aproximam enquanto exibiam suas facas. 
— Alto lá! Isso é o mais longe que chegarão!
— Somos o comitê de vigilância que secretamente protege a ordem pública da capital!
— Nós somos o Esquadrão Pendora da Capital Real! 
Vários garotos se colocaram entre os bandidos e as meninas. 
— Shatei-san, Mabudachi-san e outros! 
Os olhos de Crow brilharam quando viram os meninos. Eles foram colegas de Pochi e Tama quando se matricularam na Academia de Cavaleiros. 
— Eu sabia que eram a Shiro-chan e a Crow-chan.
— Deixe isso para nós. Nós não fomos treinados por Pochi e Tama para nada! 
Os bandidos tentaram atacar os alunos da Academia de cavaleiros, mas foram todos derrotados. 
— Es-Esses caras são dureza!
— Mas é claro! Não subestime nossos corpos que foram treinados todos os dias para sermos cavaleiros! 
— Você tem uma enorme abertura, pirralho! 
Um homem que tinha uma aura como a de um guerreiro veterano saiu de um beco e chutou um aluno da raça Tigerkin.
Ele puxou a espada em sua cintura e facilmente aparou as espadas de outro aluno. 
— Tenente!
— Hehe, agora que o tenente está aqui, está tudo acabado. 
Os bandidos se animaram. 
— Vocês, deixem para comemorar depois. Que inferno, foram todos enganado por esses pirralhos.
O homem olhou para os bandidos enquanto mostrava o rosto e os braços cheios de cicatrizes. 
— Arara ~
— Eu cuidarei disso, Shiro, proteja a China-sama.
— Ho-i
— N-Não dá! Não tem como Shiro e Crow conseguirem ganhar de alguém que nem os estudantes da Academia de Cavaleiros guiram!
— Isso não é verdade ~
— Apenas observe e não saia daí, ok? 
China abraçou firmemente Shiro, enquanto Crow seguiu em direção aos inimigos. Notando uma movimentação estranha por trás, Shiro se virou para lá. 
— Um mercenário? Olhando para essas velhas feridas, não pode ser um caçador mágico ou um explorador. — Um garoto vestindo o traje de um guarda interveio enquanto curiosamente tocava nas asas de Shiro e Crow. 
— Quem é você? Tem um problema comigo sendo um ex-mercenário?
— Hã? Apenas pensei que o seu nível provavelmente não é muito alto já que você só lutou contra seres humanos.
— Níveis não são tudo! 
O menino Kon facilmente esquivou do golpe pesado que o ex-mercenário lançou. Esse golpe já estava no nível de um especialista, mas para Kon, que aprendeu o básico de um ex-membro dos Oito Espadas de Shiga, Sir Trell, não foi rápido o suficiente para perder de vista. 
Ele facilmente se esquivou do segundo e terceiro golpes. 
— Kon! Pare de brincar e derrote ele. 
A mais velha das duas irmãs, que estava atrás do garoto, deu uma ordem. 
— Eh!? Mas esta é uma boa chance de obter algum treinamento em batalha antipessoal.
— Não me subestime, seu pirralho! 
O ex-mercenário desencadeou um finalizador com a espada de uma mão. Este era o seu ataque de morte certa, que conseguiu derrubar um grande número de pessoas no campo de batalha. 
Kon afastou o golpe com sua espada curta, mas a espada que deveria ter sido removida retornou em uma trajetória inesperada. 
— Wuaaaaa! 
O garoto pegou a espada do ex-mercenário com a mão prateada. 
— N-não pode ser! 
A mão então esmagou a espada e socou o rosto surpreso do ex-mercenário. A força poderosa do braço artificial de golem não apenas distorceu o rosto do ex-mercenário, mas também o arremessou voando para o outro lado da rua. 
— Kon! Você está bem? Está ferido em algum lugar?
— Rimia-sama, você é tão preocupada ~ — O menino Kon coçou sua bochecha.

O som de um sino chegou aos ouvidos das meninas e meninos, depois que eles já estavam aliviados. O som veio do sino de China, o Sino da Justiça que não deveria ter sido capaz produzi-lo.

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